Cidades

FACÇÃO DESMANTELADA NO PARAGUAI

Minotauro é oitavo chefão do PCC a ir para presídio federal em 2 meses

Transferência de Minotauro deverá ser efetivada até a próxima quinta-feira (7).

Da Redação

05/02/2019 - 16h09
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A cúpula da Polícia Federal e até integrantes do Ministério da Justiça, sob responsabilidade do ex-juiz Sérgio Moro, decidem durante a tarde desta terça-feira (5) a transferência de Sérgio Arruda Quintiliano Neto, 33 anos, conhecido como 'Minotauro', para um presídio federal.

Minotauro

O Correio do Estado apurou com fontes da PF de Mato Grosso do Sul, que cuida da papelada de Minotauro, que a transferência deverá ser efetivada até a próxima quinta-feira (7). 

Minotauro é o oitavo homem-forte do Primeiro Comando da Capital (PCC) com ramificações com o tráfico na área de fronteiras ao oeste do Brasil a ir para um presídio agora de responsabilidade de Jair Bolsonaro (PSL) em um período de dois meses.

Segundo investigações da PF e da Polícia Civil de MS. Neto, que começou a carreira criminosa como ladrão de carga no interior de São Paulo, estaria ocupando o posto de líder da facção criminosa no controle do tráfico de drogas e armas nas fronteiras com o Paraguai e Bolívia. 

O Correio do Estado publicou um perfil dele tão logo sua presença na fronteira fora identificada, em março do ano passado, quando foi acusado de matar um investigador em Ponta Porã. 

Minotauro teria sido indicado ao posto por Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ex-ladrão de carros da zona leste de São Paulo (SP) e apontado por PF e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP) como principal sócio em investimentos e propriedades no Paraguai de Marcos Willians Herbas Camacho, 51 anos, mais conhecido como Marcola e acusado de ser o principal lider do PCC.

ESCALADA DE VIOLÊNCIA

Conforme a Polícia Federal, Minotauro teria envolvimento nas recentes - e violentas - ações criminosas nas cidades de Ponta Porã, Pedro Juan Cabellero e outras cidades da fronteira. Depois que o suspeito de ser o chefão do tráfico passou a ser considerado o “capo” da região, verificou-se a escalada de execuções e outros atos violentos. 

Minotorauro, por exemplo, é suspeito de ter sido um dos responsáveis pelo assassinato de um policial civil de Mato Grosso do Sul em março de 2018, e de ter participação na execução de uma advogada em novembro último, do lado paraguaio da fronteira. 

A organização criminosa integrada por Minotauro ainda é suspeita de ser a responsável pelo ataque a uma casa em Ypehu, no Paraguai, cidade fronteiriça com Paranhos. 

MITOLOGIA

Os policiais apreenderam com o suspeito, em Balneário Camboriú, US$ 100 mil (cerca de R$ 367 mil) em espécie, celulares e um veículo BMW. Minotauro não ofereceu resistência à ação policial, denominada, Operação Teseu. O nome é oportuno, na mitologia, Teseu é o personagem que derrotou o Minotauro.

Neto

Neto teria ascendido de vez ao primeiro posto na fronteira após a prisão de Eduardo Aparecido de Almeida, 39 anos, conhecido como 'Pisca' e preso pela polícia paraguaia na mansão onde morava em Assunção, capital do país vizinho.

Sem Minotauro e Pisca, a cúpula da segurança federal agora espera para ver como serão os paços do PCC sem sua cadeia de comando estabelecido na fronteira desde que Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, se auto exilou no Rio de Janeiro (RJ), onde foi preso, após ser considerado traidor por Marcola por nwegociar drogas e armas com facções rivais, a milícia carioca e até se envolver em negócios proibidos pela quadrilha na região, como prostíbulos.

TRANSFERÊNCIAS  

Antes da dupla de comando no Paraguai, o juiz Paulo Eduardo Sorci, da 5ª Vara das Execuções Criminais de Sao Paulo, autorizou no início de janeiro a transferência de cinco líderes do PCC acusados de integrar a cúpula da organização criminosa e emitir ordens para execução de crimes de dentro de presídios de segurança máxima de todo o País. 

O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, sob o argumento que é preciso isolar o grupo para que eles deixem de emitir ordens ao restante da quadrilha.

Os presos atuam como "sintonia de estados e países" da organização criminosa. Entre eles estão Almir Rodrigues Ferreira (Nenê da Simioni), que teria dado ordens para ataques a prédios públicos e ônibus em Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Minas Gerais; e Cláudio Barbará da Silva (Barbará), apontado como responsável por ordens de tráfico de drogas e compra de armas e munições para os estados de Roraima e Ceará. Os demais são Cristiano Dias Gangi, Jose de Arimatéia Pereira de Carvalho e Reginaldo do Nascimento.

Também devem ser transferidos outros dois membros da quadrilha: Rogério Araújo Paschini e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, acusado pelo sequestro da mãe do jogador Robinho, ex-Santos e Atlético-MG e atualmente na Turquia, em crime de repercussão ocorrido em 2005.

Todos estavam na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau e foram transferidos para o  Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em junho passado, depois da Operação Echelon, que expediu 63 mandados de prisão e 55 mandados de busca e apreensão. O grupo teria assumido o comando da quadrilha após outros 14 detentos, incluindo Marcola, terem sido colocados em isolamento na penitenciária de Presidente Bernardes, em 2017.

O local onde estão os líderes do PCC é tratado com sigilo e a PF não revela qual a cidade para onde foram transferidos.

Conforme o Correio do Estado revelou na última semana, a atual gestão estadual de São Paulo de João Dória (PSDB) deverá formalizar até março com Moro a transferência de Marcola, fato que deixou as autoridades em alerta contra tentatuivas de resgates e ataques por parte do PCC nas cidades do Oeste Paulista, exatamente na divisa com Mato Grosso do Sul.

INVESTIGAÇÃO

As informações batem: um SUV da BMW, modelo X5, com placas de Santa Catarina escoltava uma carreta que transportava 940 quilos de cocaína (maior apreensão deste ano), flagrada pela Polícia Rodoviária Federal em 22 de janeiro último. A informação da época era de que a droga pertencia a um grande traficante de Ponta Porã, e a ocorrência foi encaminhada para a Polícia Federal.

Na tarde de segunda-feira (4), a PF encontrou em um apartamento de luxo de Balneário Camboriú (SC), o “Minotauro”, que - segundo apurado pelas polícias - teria se tornado o novo chefão do tráfico na fronteira seca com o Paraguai após a execução de Jorge Rafaat e a extradição de Jarvis Pavão daquele país para o Brasil. Ele teria envolvimento com o carregamento apreendido pela PRF. 

O caminho seguido a partir da prisão do dono da BMW, e da apreensão do carregamento de cocaína ajudaram as polícias. Minotauro teria deixado a fronteira depois que as polícias brasileira e paraguaia iniciaram ofensiva às quadrilhas que atuam na região. O carregamento apreendido no mês passado seria uma tentativa de tirar os 940 quilos de cocaína da zona de conflito, e garantir os quase R$ 30 milhões que a droga renderia no mercado internacional

 

jogatina

Deputado imprimia material do jogo do bicho dentro da Assembleia de MS

Neno Razuk (PL) foi condenado por juiz de primeira instância a 16 de prisão e à perda do mandato por organização criminosa e outros crimes

17/12/2025 16h22

Roberto Razuk Filho (PL), ou Neno, está no 2º mandato como deputado estadual e foi apontado como chefe de organização criminosa

Roberto Razuk Filho (PL), ou Neno, está no 2º mandato como deputado estadual e foi apontado como chefe de organização criminosa

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Na sentença que condenou o deputado estadual Neno Razuk (PL) a 16 anos de prisão , o juiz José Henrique Kaster Franco utilizou, entre outros argumentos, o fato de o deputado imprimir "material do jogo do bicho nas impressoras da Assembleia Legislativa", para determinar a perda de seu mandato parlamentar.

Além disso, escreveu o magistrado em sua sentença, o deputado  "empregava os comparsas no próprio gabinete. Três dos principais operadores da organização (GILBERTO LUIS DOS SANTOS, MANOEL JOSÉ RIBEIRO e DIEGO DE SOUZA NUNES) estavam nomeados como assessores parlamentares no gabinete do deputado". 

Entre os materiais impressos, "as mensagens mostram que DIOGO FRANCISCO imprimiu fotos de locais ligados aos rivais utilizando a impressora da Assembleia Legislativa, a que tinha acesso através de Diego de Souza Nunes, assessor de ROBERTO RAZUK FILHO". 

E estas impressões precisavam ser de boa qualidade. Prova disso é que "o pedido era específico para usar a impressora colorida da Assembleia Legislativa", detalha o magistrado.

Mas, mesmo condenado, Neno Razuk só terá de deixar a Assembleia se a decisão for mantida em todas as instâncias do Judiciário e depois que não couberem mais recursos judicias. Ele está no segundo mandato como deputado e seu pai, Roberto Razuk, também cumpriu dois mandatos. 

Junto com o parlamentar foram condenados outros 14 integrantes da organização criminosa que, segundo o Ministério Público, "atuava na exploração do jogo do bicho e na prática de roubos à mão armada em Campo Grande para tomar o comando da atividade ilegal". Dentre os condenados, somente o deputado e mais um réu terá direito a recorrer em liberdade.

Somadas, as penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900 mil. As penas individuais variam de 3 anos e 6 meses a mais de 16 anos de reclusão. 

Em sua defesa, o deputado alegou que deveria ter foro privilegiado e que seu caso deveria ser enviado ao Tribunal de Justiça. Porém, o juiz entendeu "o for o por prerrogativa se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções  desempenhadas, sendo indispensável a existência de relação de causalidade entre o crime imputado e o cargo". 

Ou seja, a série de assaltos a motociclistas de grupo rival do jogo do bicho são crimes comuns e por isso ele acabou sendo julgado em primeira instância. 

MÁFIA

Ao justificar a condenação do deputado por comandar organização criminosa, o magistrato compara os controladores do jogo do bicho à atuação da máfia italiana. Ele caracterias "as associações do tipo mafioso, quando o grupo recorre à prática da intimidação, subjugação e de omertà (pacto de silêncio) para cometer crimes, para adquirir, direta ou indiretamente, a gestão ou, de qualquer forma, o controle de atividades econômicas..."

E, para fundamentar sua convicção de que Razuk comandava uma espécie de máfia, o juiz argumenta que os assaltos a mão armada praticados para intimidar o grupo rival em Campo Grande era o menor dos negócios. 
"Chama atenção outros dois pontos desse diálogo (entre Neno  um irmão): a tomada do jogo em Campo Grande era apenas um dos negócios dos interlocutores, o menor de todos, o que dá ideia da dimensão, ainda não explorada, do grupo. E o fato de terem se associado com um grupo não identificado, o que sugere conexões ainda maiores do que as aqui julgadas,", explica o magistrado.

O grupo segundo a investigação, estava de olho em "um investidor interessado em uma parceria que envolveria um aporte de 30 milhões de reais". Antes de fechar negócio, porém,  "ROBERTO RAZUK FILHO (o Neno) pede para verificar a capacidade financeira do investidor. Ninguém, exceto em posição de liderança, examina acordos desse montante", entende o magistrado.

Na sentença, o juiz ainda destacou a gravidade da infiltração da organização criminosa nas forças de segurança. Dois policiais militares da reserva foram condenados por atuarem como braço armado do grupo, utilizando sua experiência e prerrogativas para garantir a execução das ações ilícitas, conforme denunciou o Ministério Público.

Um deles exercia função de gerência operacional, enquanto o outro participava diretamente das abordagens armadas contra rivais. Essa circunstância, segundo o Juízo, evidencia o risco institucional e a necessidade de medidas rigorosas para impedir que agentes públicos ou ex-agentes se associem a organizações criminosas.

Operação Successione

Deflagrada pelo Gaeco/MPMS em outubro de 2023, a Operação Successione teve como objetivo desarticular uma organização criminosa armada que buscava assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande após a desarticulação do grupo comandado pela família Name, na Operação Omertà, o que explica o nome.

No mês passado, uma segunda fase da operação avançou nas apurações, com novas prisões e buscas e apreensões, ampliando os trabalhos para outras regiões do Estado. Entre os presos estava o ex-deputado Roberto Razuk, pai do deputado Neno, e dois irmãos do parlamentar. O pai acabou sendo liberado para cumprir prisão domiciliar.

Cidades

Uso do 13º salário para pagar pensão alimentícia pode livrar mais de 600 da prisão em MS

Com 630 mandados de prisão em aberto por inadimplência da pensão alimentícia, o TJMS reforça a necessidade de cumprimento das obrigações

17/12/2025 16h16

Crédito: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

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A falta de pagamento de pensão alimentícia resultou em 630 mandados de prisão a serem cumpridos. Diante disso, a orientação é para que, em vez de gastar com compras, o 13º salário seja utilizado para regularizar a situação.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) publicou um informe para frisar que a obrigação não é apenas um dever moral, mas uma exigência legal, com graves consequências para quem deixa de cumpri-la, incluindo a possibilidade de prisão civil, conforme prevê o Código de Processo Civil.

Com o alto número de devedores, fica nítida a seriedade do problema, assim como a necessidade de responsabilidade no cumprimento dos compromissos.

Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que, nacionalmente, o número de ações judiciais relacionadas à pensão alimentícia tem crescido nos últimos anos, segundo o relatório Justiça em Números.

Esse aumento reflete tanto conflitos familiares quanto dificuldades econômicas, que acabam sobrecarregando o sistema judiciário e destacando a urgência de medidas preventivas.

“Utilizar o 13º salário para regularizar débitos de pensão alimentícia pode evitar não apenas as consequências legais, mas também garantir o bem-estar dos filhos que dependem desse recurso para alimentação, saúde e educação”, ressalta o juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, titular da 1ª Vara Cível da comarca de Corumbá, que recentemente escreveu um artigo sobre o tema, veiculado em portais locais.

Para o juiz Maurício Miglioranzi, é fundamental que os devedores priorizem o cumprimento dessa obrigação antes de realizar gastos com festas ou presentes.

“Além disso, o pagamento regular da pensão contribui para a restauração da paz familiar e ajuda a aliviar a pressão sobre o Judiciário, permitindo que recursos sejam direcionados a outros casos igualmente urgentes”, completa o magistrado.

 

O magistrado advertiu que pessoas nessa situação consultem um advogado ou a Defensoria Pública para esclarecer dúvidas e buscar uma solução viável, garantindo que o 13º salário seja utilizado para resolver pendências financeiras de forma legal e responsável.

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