Formado em filosofia, o professor de redação Carlos Eduardo Pereira é o responsável pela preparação de alunos que levaram Campo Grande ao segundo lugar no ranking nacional de melhor redação no Enem. O profissional que utiliza teorias próprias e une técnicas repetitivas que respeitam o potencial de cada aluno conversou com o Portal Correio do Estado e também deu dicas para quem está se preparando em casa.
O professor Carlos Eduardo Pereira afirma que é preciso desassociar a redação da atualidade e ligá-la aos livros de escola.
"Ler um bom jornal, revista ou site é o mínimo para se manter atualizado. Para um formação cultural, é preciso ler bons conteúdos aprendidos na escola, nos livros. A evolução cultural é entender a importância dos comentários dos pensadores, historiadores, geógrafos. Hoje a redação está limitada a atualidade, e não é, porque desconsidera o caráter intelectual do aluno. É preciso entender, que o conteúdo que você estudou para a prova lá na escola, pode ser usado depois, como uma ponte com o tema, para a redação", explica o professor.
Produzir um bom texto não é fácil, mas também não é impossível. Todas as teorias criadas pelo professor para serem aplicadas na prática são fruto de pensamentos da filosofia.
"O aluno conhece esses conceitos, aplica-os no texto e em um segundo momento fortalece por meio da repetição. É como na tabuada, quanto mais repete, você fica melhor, ou seja, quanto mais textos você escrever, melhor você fica. Não só pelo texto, mas pela técnica, pela potencialização cultural que é feita semanalmente, pela evolução cultural do aluno. O resultado disso é a união de desempenho, a eficiência e a produtividade", diz o professor.
A relação entre o professor e alunos é de respeito e profissionalismo. Respeito esse que é devolvido de forma carinhosa nas redes sociais, onde Carlos é chamado por "Cadu". "O respeito com o aluno é fundamental, a realidade de cada aluno é diferente, cada um possui o seu potencial e cada um é tratado de acordo com sua realidade, então quando o aluno é respeitado, existe a devolução para o professor, o reconhecimento do seu trabalho", diz.
Sobre o 2º lugar no ranking nacional das melhores notas da redação e em 11º nas médias das provas objetivas, o professor trata como uma coroação.
"Eu poderia dizer que estou feliz com o segundo lugar, mas o resultado é mais que isso, é um coroar de tudo o que nós pensamos enquanto instituição, enquanto política de educação, enquanto ação do professor dentro da sala de aula. Coroação de uma jovem instituição, que em 10 anos, vem alcançando bons resultados", diz Carlos Eduardo.
DICAS
Vale ressaltar que os alunos do Cursinho do Colégio Bionatus II, onde Carlos Eduardo leciona, recebem uma estrutura especial e adequada, apoio da coordenação e credibilidade da instituição. Mas o professor dá dicas para quem não tem condições financeiras de investir em uma preparação particular.
"Minha orientação para quem está se preparando é que não se leia só jornal, mas que se volte para os livros, para a filosofia, para os clássicos, que se revalorize essas situações que estão em desuso pela educação. A pessoa que aprende a escrever é mais do que alguém que faz uma redação, ele é um pequeno pensador. A facilidade de um professor, é apenas para auxiliar a "mastigar" didática e pedagogicamente tudo isso, mas qualquer pessoa pode ser um autodidata e entender que um bom texto é o somatório de muitas habilidade", finaliza o professor.