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Plataforma de games permite que adolescentes ganhem milhões

Plataforma de games permite que adolescentes ganhem milhões

Folhapress

27/08/2017 - 14h58
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O objetivo do engenheiro David Baszucki era criar um programa para despertar o interesse de crianças pela física.

Em vez disso, acabou desenvolvendo Roblox, uma plataforma de jogos com a qual alguns adolescentes estão ganhando milhões e que superou, neste ano, o número de usuários do popular Minecraft.

Se você tem mais de 20 anos, é muito provável que não tenha ouvido falar do Roblox. Embora esteja no mercado há 12 anos, a plataforma não ganha muitas manchetes nem é muito conhecida do público em geral.

Em 2015, contava com apenas 5 milhões de jogadores mensais. Ao final de julho deste ano, no entanto, estes já somavam 62 milhões - sendo 8 milhões deles só na América Latina.

Jogos feitos por crianças

A primeira aventura empresarial de Baszucki foi o Knowledge Revolution, companhia de software pedagógico dedicado à física e a programas de simulação mecânica.

Ela chegou a ser líder em seu setor, segundo dados da startup CrunchBase.

A empresa se integrou ao MSC Software em 2000 e, cinco anos depois, Baszucki lançou o Roblox. A ideia original era que crianças usariam a plataforma para criar objetos enquanto aprenderiam conceitos de física.

Mas os estudantes encontraram um uso mais interessante: começaram a desenhar seus próprios mundos.

Foi assim que a empresa decidiu abrir o programa para permitir o desenvolvimento de jogos. Com isso, mais de 29 milhões deles nasceram na plataforma.

Explosão

Embora o Roblox exista há mais de uma década, apenas em 2016 a fabricante de consoles de videogame Xbox passou a ser um de seus apoiadores - e foi aí que o número de usuários disparou.

Desde então, a empresa também introduziu novidades como ferramentas que facilitam jogar com apenas uma mão ou usuando uma câmera em "modo retrato" (na vertical).

Isso, junto à possibildiade de compartilhar os resultados com amigos, fez crescer seu uso em celulares.

A peculiaridade do Roblox é que são os usuários que desenvolvem os jogos com a ajuda do Roblox Studio, uma ferramenta que facilita o processo.

Crianças de 6 anos já se aventuraram a criar suas próprias histórias, afirmou a empresa à BBC Mundo. Hoje, quase 2 milhões de pessoas criaram ao menos um jogo dentro da plataforma.

Programação fácil

"Tornamos (a programação) muito fácil", garante um representante da companhia. "Nosso ambiente de criação permite aos desenvolvedores construir jogos em 3D para PC, Mac, iOS, Android, Xbox One e Oculus Rift ao mesmo tempo."

O resultado salta à vista na página inicial da plataforma: jogos rudimentares com gráficos quase geométricos dividem espaços com outros que têm diferentes graus de sofisticação.

Os mais novatos se limitam a funções básicas do Roblox Studio. Os mais habilidosos usam seus conhecimentos com a linguagem de programação para ter um acabamento mais profissional.

No ano passado, youtubers descobriram a plataforma e, via tutoriais, acabam aumentando a popularidade do Roblox.

Ganhar milhões

Os gráficos elegantes do jogo Jailbreak, por exemplo, podem dar a sensação de que um programador profissional está por trás do jogo (que consiste em tentar a fuga de uma prisão).

Sua autoria, no entanto, é de dois adolescentes da Flórida, nos Estados Unidos, que já podem financiar seus estudos universitários com o dinheiro ganho com sua criação.

Neste ano, eles esperam faturamento na casa dos milhões de dólares.

Miner's Heaven é outro exemplo de jogo milionário. Ele foi lançado há dois anos por Andrew Bereza, um jovem de Nova Jersey, nos Estados Unidos, que acaba de atingir a maioridade.

Ambos os casos são exemplos da seriedade com que alguns adolescentes tratam Roblox.

Os fundadores de Jailbreak chegaram a investir na contratação de profissionais que fizessem o design de imagem e o som para conseguir um resultado "mais bem-acabado", como revelou há um mês Alex Balfanz, um desses jovens, ao portal Business Insider.

De jogadores a desenvolvedores

A evolução natural entre os usuários do Roblox é começar a jogar quando crianças e, à medida em que crescem, tornarem-se desenvolvedores.

"O bonito do Roblox é que você começa jogando, mas, quanto mais joga, mais terá vontade de começar a criar", explicou a empresa.

A média de idade dos jogadores está entre 9 e 12 anos e a dos desenvolvedores, entre 15 e 22.

Embora muitas criações sejam gratuitas, em algumas há elementos pagos. Os menores de 18 anos precisam do consentimento de seus pais para poder cobrar por seus jogos.

A empresa estima que, se o ritmo atual for mantido, neste ano irá distribuir mais de US$ 30 milhões (R$ 94 milhões) entre seus desenvolvedores.

De quem é a patente?

Em princípio, a propriedade intelectual dos jogos criados no Roblox pertence aos desenvolvedores.

Mas a empresa esclareceu que se reserva ao direito de patenteá-los ou convertê-los em outro tipo de conteúdo, como filmes ou séries.

"Mas temos um acordo padronizado com os desenvolvedores para que ganhem uma comissão", disse à BBC Mundo o representante da empresa.

Por exemplo, bonecos dos personagens mais populares da plataforma se encontram à venda na internet. A isso se somam roupas e livros.

É seguro que meu filho jogue Roblox?

Alguns portais para pais e mães desaconselham permitir que crianças joguem na plataforma.

O Family Zone, uma plataforma internacional de ciberssegurança para famílias, considera-o "perigoso", por não haver moderação nas conversas privadas que ocorrem dentro da plataforma.

A interação é um dos elementos mais importantes do Roblox. As conversas são o espaço onde jogares e desenvolvedores tiram dúvidas e trocam conselhos.

O plano da empresa para os próximo ano inclui aumentar as possibilidades de bate-papo. Por isso muitos acreditam que Roblox acabará se transformando em uma rede social.

No entanto, o Family Zone acredita que ambientes como essse podem ser usados por "predadores" de crianças.

A empresa afirma que a segurança dos menores é uma "prioridade" e que os pais podem colocar filtros para o uso dos filhos e desabilitar a ferramenta de conversa.

A organização Common Sense Media, que advoca pelo conteúdo seguro na internet e nos meios de comunicação, dá uma pontuação quatro (de um total de cinco) quanto à segurança de Roblox e o recomenda para maiores de 10 anos.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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