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CONTAS INATIVAS

Apps ‘informais’ do FGTS faturam
até R$ 70 mil por mês

Apps ‘informais’ do FGTS faturam
até R$ 70 mil por mês

G1

13/02/2017 - 10h52
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A liberação do saque das contas inativas do FGTS deixou não apenas os trabalhadores ansiosos para receber o dinheiro. Desenvolvedores de aplicativos que tratam do serviço também surfam na onda e registram alta nos downloads e na receita. A companhia com mais apps do gênero, por exemplo, viu seu faturamento saltar 22 vezes e chegar a R$ 70 mil mensais.

Apesar de a Caixa Econômica Federal (CEF) possuir seu próprio aplicativo, que dá acesso ao extrato das contas do FGTS, o G1 identificou mais de 30 outros serviços nas lojas virtuais do Google e da Apple. Para Android, o sistema operacional do Google usado por mais de 90% dos smartphones brasileiros, são oferecidos 29 aplicativos. Já para iOS, da Apple, são apenas três.

O governo anunciou em dezembro a liberação do dinheiro do FGTS de quem tem saldo em uma conta inativa do fundo de garantia até 31 de dezembro de 2015. Uma conta fica inativa quando deixa de receber depósitos da empresa devido à extinção ou rescisão do contrato de trabalho. O trabalhador deve estar afastado desse emprego pelo menos desde o fim de 2015. O trabalhador, no entanto, não pode sacar o FGTS de uma conta ativa, ou seja, que ainda receba depósitos pelo empregador atual. 

Segundo a Caixa, o calendário com o cronograma de pagamento, que será de acordo com o aniversário do beneficiário, sairá nesta semana. De acordo com a GloboNews, o governo vai divulgar o cronograma nesta terça-feira (14) em solenidade no Palácio do Planalto. Quem nasceu em janeiro e fevereiro vai receber o dinheiro em março.

Até R$ 70 mil por mês

A gaúcha ID Desenvolvimento é responsável por sete dos serviços oferecidos na Google Play. Aberta pela desenvolvedora Ingrid Marques Borba, técnica em informática de 21 anos, e o marido, Douglas Eduardo Rodrigues Farias, de 24 anos, a empresa está por trás da Basic4Brasil, que possui 51 apps na loja do Google, a maioria sobre serviços do governo, como IPVA, Imposto de Renda e Bolsa Família.

As ideias de um novo serviço surgem a partir do noticiário. “Fico atenta às notícias, daí atualizo o que mudou ou faço outro [aplicativo]”, conta Ingrid. Tiradas da internet, as informações são compiladas antes de compor as várias sessões dos apps. O desenvolvimento de todo o programa, diz ela, não dura mais que um dia. “Todos [os aplicativos] são informativos. A minha intenção é levar informação para o usuário. Eu não sei muito programar, porque a programação é meio difícil. O que eu sei dá pra tirar uma renda, que é o nosso salário.”

Esses vários aplicativos sobre FGTS surgiram antes do anúncio da liberação do saque do dinheiro de contas inativas. Mas só deslancharam depois de o presidente Michel Temer anunciar a novidade em dezembro do ano passado.

Ingrid conta que, se até então faturava aproximadamente R$ 3 mil por mês, desde que a liberação do dinheiro foi anunciada passou a ter receitas mensais que giravam entre R$ 50 mil e R$ 70 mil – por dia, a empresa chega a ganhar US$ 1 mil. O lucro vem de anúncios veiculados nos apps por um programa do Google, que remunera os serviços de acordo com sua audiência. Os sete serviços da Basic4Brasil de FGTS recebem 250 mil visualizações por dia – só o “FGTS Inativo” é visto 100 mil vezes por dia.

‘Canal de 0800’

Enquanto os aplicativos da Basic4Brasil exibem apenas orientações, como quem são as pessoas contempladas pela liberação do saldo do FGTS e como consultar o extrato das contas, outros serviços chegam a dar acesso a informações operacionais, como saldo.

É o caso “Consulte FGTS”, desenvolvido pelo professor universitário Cleanderson Lobo, de 28 anos, de Fortaleza, no Ceará. O app informa o saldo das contas no FGTS desde que o usuário forneça o NIS (PIS/Pasep), número de identificação social do trabalhador, e a senha de acesso.

Atualmente o 22º serviço mais procurado da Google Play, o “Consulte FGTS”, no ar desde julho de 2016, surgiu após Lobo mudar de emprego. “Até então eu nunca tinha consultado o FGTS na minha vida. Aí eu senti na pele os problemas”, diz. “Tem erros cadastrais. Quando eu fui criar minha carteira de trabalho, cadastraram o nome do meu pai errado”, ri. “Quando vai criar sua senha, você coloca o nome do seu pai e diz que está errado. Aí a Caixa bloqueia durante sete dias e você tem que fazer uma nova tentativa. Eu ficava até assim: ‘Eu só posso ser retardado, porque nem o nome do meu pai eu sei direito’”, brinca.

Por isso, ele divide o dia entre a sala de aula e a dupla função de aprimorar o app e ouvir reclamações de usuários. “Passo praticamente o dia todo respondendo comentários e reclamações de usuários, sou quase um canal de 0800”, brinca sobre o sucesso de ter 20 mil downloads por dia só do “Consulte FGTS”, que já responde por 50% de seu faturamento.

Ao todo, seu portfólio é composto por 17 apps, que já foram baixados mais 3 milhões de vezes. Mas não sem suor. Às 7h da última quinta-feira (9) já estava na sala de aula, de onde saiu às 19h para voltar para casa e só terminar de trabalhar no app às 6h de sexta-feira (10).

Lobo diz que “o app acessa os dados da Caixa e traz os dados do extrato”, mas não oferece o cadastro de senha. “Para mim, o melhor é a pessoa fazer isso em um ambiente seguro da Caixa”, afirma.

Dados não ficam armazenados

Outros aplicativos também acessam os dados da Caixa e traz os dados do extrato. Para isso, no entanto, têm de receber dados sensíveis dos trabalhadores, como título de eleitor, CPF, entre outros. O que esses aplicativos fazem é nada mais do que coletar as informações pessoais para acessar os servidores da Caixa. Em posse deles, consultam informações do FGTS e as exibem em suas plataformas. Alguns, como o “FGTS Fácil”, da Outfall Inc, procuram tranquilizar os usuários quanto ao uso desses dados e afirmam que não armazenam as informações - elas ficam guardadas no próprio celular do usuário para facilitar acessos futuros, garante.

A Caixa orienta que o canal usado seja sempre o serviço oficial. Afinal, as cifras envolvidas mostram o tamanho do risco. De acordo com o Ministério do Trabalho, atualmente existem 18,6 milhões de contas inativas há pouco mais de um ano, onde estão depositados cerca de R$ 41 bilhões.

Como consultar o saldo

O trabalhador pode consultar o saldo pelo site da Caixa ou do próprio FGTS e através de aplicativo para smartphones e tablets (com versão para Android, iOS e Windows). É possível ainda fazer um cadastro para receber informações do FGTS por mensagens no celular ou por e-mail.

No aplicativo, é preciso informar o número do NIS e a senha criada para o acesso pela internet. Se ainda não tiver senha, é preciso clicar em "Primeiro Acesso". Veja o passo a passo para consultar o saldo pelo celular.

No site da Caixa, é preciso informar o NIS (PIS/Pasep), que pode ser consultado na carteira de trabalho, e usar uma senha cadastrada pelo próprio trabalhador. É possível usar ainda a senha do Cartão Cidadão. A página oferece a opção de recuperar a senha, mas é preciso informar o NIS. O serviço mostra dados cadastrais e lançamentos feitos na conta nos últimos seis meses.

O beneficiário pode ainda consultar seu extrato do FGTS presencialmente no balcão de atendimento de agências da Caixa. Também é possível ir a um posto de atendimento e fazer a consulta utilizando o Cartão Cidadão, desde que tenha em mãos a senha. Em caso de problema com essa senha, o trabalhador precisa comparecer a uma agência da Caixa para regularizá-la. Não é possível consultar o extrato do FGTS pelo telefone.

Fraudes

O banco alerta que calendários não oficiais sobre saques de contas inativas do FGTS que circulam na internet, tanto em redes sociais como sites ou aplicativos de celulares, não procedem e devem ser ignorados. A Caixa tem recebido denúncias sobre a existência de canais não oficiais informando cronograma de saque e recomenda que os interessados em saber mais informações sobre as contas inativas só entrem nos canais oficiais do próprio banco.

Todas as informações oficiais estão disponíveis no site www.caixa.gov.br e nos perfis do banco no Twutter, @imprensacaixa e @caixa. A consulta ao saldo de contas inativas do FGTS pode ser realizada no site http://www.caixa.gov.br/beneficios-trabalhador/fgts/contas-inativas, aplicativo do FGTS, internet banking e terminais de autoatendimento, por meio do Cartão do Cidadão. Veja os canais no site da Caixa. Já pelo telefone a Caixa não fornece informações sobre o saldo do FGTS.

A Caixa alerta que muitos sites estão sendo colocados no ar informando que é possível fazer a consulta do saldo da conta inativa, com o objetivo de capturar os dados das pessoas para cometer fraudes ou vender o domínio das informações. Além disso, o banco já identificou mais de uma centena de perfis falsos se apresentando como sendo da Caixa.

Questionado sobre a grande quantidade de aplicativos de celular referentes a FGTS, o banco reitera que recomenda que os interessados só acessem o aplicativo oficial da Caixa. A maioria dos apps fornece informações e notícias já veiculadas sobre o assunto, mas alguns possibilitam o acesso ao saldo e extrato do FGTS.

Demanda, atualização e envio por SMS

A Caixa prevê que com a liberação dos saques, cerca de 3 milhões de pessoas a mais passem a procurar as agências ao mês. Por isso, está trabalhando para atualizar os dados dos beneficiários e espera que os trabalhadores entrem no site do banco e atualizem seus cadastros e já verifiquem se os dados ali estão corretos. O banco quer incentivar ainda os beneficiários a se cadastrarem no site da Caixa para receber informações sobre o FGTS via SMS.

Com isso, espera diminuir a procura nas agências. O banco pretende implantar um sistema em que o beneficiário poderá receber por meio de SMS informações personalizadas, como necessidade de corrigir o nome da mãe ou do pai no cadastro do NIS (PIS/Pasep), por exemplo. Esse tipo de atualização poderá ser feito pelo site, sem necessidade de ir à agência.

Para isso, o beneficiário precisa entrar no site da Caixa e fazer a atualização do celular e escolher a opção que deseja receber informações por SMS. Assim, as informações serão recebidas em primeira mão, segundo a Caixa, o que agilizará as mudanças necessárias. A Caixa informa que já está depurando os dados dos trabalhadores e verificando as possíveis inconsistências nos cadastros.

Um dos objetivos da Caixa é mandar por SMS a data que o beneficiário deverá ir à agência para realizar o saque da conta inativa.

Tecnologia

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

Tecnologia

Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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