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Qualidade da soja brasileira
supera produto dos EUA

Exportações devem continuar o bom momento no ciclo 2017/2018

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Além do bom desempenho apresentado pela soja brasileira nas exportações em 2017, totalizando US$ 2,7 bilhões e 7,6 milhões de toneladas, a boa notícia chegou por meio de um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que confirmou a queda no principal componente do produto: a proteína. 

O relatório aponta ainda que a participação do Brasil no mercado exportador vai obter um recorde na próxima temporada (2017/18) alcançando 43%, enquanto que os EUA deve ter uma queda apontada em 39,7% . 

A explicação técnica para o cenário econômico é a seguinte: enquanto o produto nacional tem 37% de proteína, os norte-americaanos amargam uma safra com menor teor, 34,1%, número verificado apenas em 2008, segundo dados do ministério. 

O momento é importante para os produtores brasileiros que estão tentando comercializar uma parte maior da safra recorde obtida na temporada passada (2016/17) e ainda aproveitar o aumento na capacidade exportadora, possibilitado pelos novos portos do país.

Mato Grosso do Sul acompanha o ritmo de exportações nacionais e conforme levantamento do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (Alice Web), comercializou até o momento, 150 mil toneladas da oleaginosa, o que representa mais de US$ 51 milhões. Além disso, o plantio concluído no início de dezembro projeta números positivos: 8,3 milhões de toneladas e produtividade média de 54 sacas por hectare. 

De acordo com o diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, a soja brasileira está recebendo um prêmio pelo comprometimento e profissionalismo dos agricultores brasileiros. "O Brasil vive um bom momento em razão da qualidade comprovada do produto e que foi reconhecida pelo maior comprador mundial, a China", observa.

A maior preocupação dos produtores americanos diz respeito a comercialização do farelo de soja, cujas vendas caíram com aumento dos negócios realizados entre China e produtores sul-americanos e europeus. O teor de proteína é um termômetro para mensurar a qualidade do produto, ja que é utilizado na produção de ração animal, com intuito de aumentar a musculatura dos animais.

ANÁLISE ESPECIALIZADA

A qualidade dos grãos brasileiros tem melhorado nas últimas duas temporadas graças a condições meteorológicas favoráveis e uma melhor administração de safras, disse Hugo Soares Kern, analista de soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

"O teor mais baixo de proteína na soja tem respaldado os preços em Chicago, porque as usinas precisam de mais soja para obter a mesma quantidade de proteína nas rações", disse Vinícius Ito, analista da Ecom Trading em Nova York. "As exportações do Brasil receberam impulso por um diferencial na qualidade, mas também por uma oferta enorme."

A soja se tornou uma safra fundamental para a alimentação em todo o mundo porque é moída para extrair óleo vegetal, e a farinha de soja restante é usada como ração para o gado.