Correio Rural

PRESERVAÇÃO E NEGÓCIOS

A+ A-

Projeto S.O.S Abelhas oferecerá capacitação e manejo em apicultura

Iniciativa quer despertar preservação e a produção de mel

Continue lendo...

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedesc) lançou o projeto SOS Abelhas, que tem o objetivo de capacitar produtores da agricultura familiar na atividade em Campo Grande.

O projeto terá duração de 12 meses para ser executado e começa pela licitação de kits com equipamentos para manejo dos insetos e colmeias. Inicialmente dez famílias participarão do projeto e, numa segunda fase, serão incluídas mais cinco turmas de 20 agricultores familiares cada uma, conforme publicado ontem no Diário Oficial do município.

De acordo com a publicação da Sedesc, as ações do projeto buscam oportunizar novos negócios no ramo da apicultura no município de Campo Grande, atender demanda de produtores da agricultura familiar e outros pequenos agricultores, na produção com sustentabilidade e empreendedorismo.

A secretaria também destaca o impacto significativo que a iniciativa deve trazer no meio social, econômico e ambiental. “Além da possibilidade de ampliação e geração de renda, dissemina a consciência ambiental, já que a disponibilidade de matéria-prima depende da vitalidade floral dos territórios onde é praticada.

Acrescente-se a isso o fato dessa atividade ser incompatível com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos, facilitando assim a certificação orgânica da produção, e com isso, possibilitando a comercialização a preços que podem chegar a ser 30% superior ao do mel não certificado”, explicou. 

Ainda segundo a Sedesc, outros destaques são a exigência de baixo investimento e baixo custo de manutenção e mesmo assim, com bom retorno financeiro.

Resgate

O SOS Abelhas foi concebido por meio da Sala do Empreendedor, do projeto Campo Grande Empreendedora, que foi iniciado nas incubadoras municipais de Campo Grande no ano passado. O principal objetivo do projeto é “incentivar o desenvolvimento da apicultura, no âmbito da agricultura familiar, composta por pequenos produtores rurais, proporcionando a geração de emprego e renda para essas comunidades, de maneira sustentável, uma vez que, tal atividade, demanda a preservação ambiental”.

Ainda segundo divulgado pela Sedesc, no município de Campo Grande existe grande ocorrência de enxames nidificados ou transitórios, de abelhas africanizadas em áreas urbanas, fato que geralmente ocorre na estação das flores e no verão.

“O forte calor e o desmatamento na zona rural contribuem para que os enxames de abelhas migrem para a área urbana, em busca de locais mais frescos para construírem suas colmeias”, pontuou.

Diante disso, o projeto visa resgatar as abelhas de locais impróprios (área urbana) e destiná-las para os pequenos produtores, com toda assistência necessária no início do processo. “Assim, por meio do processamento do mel, a intenção é criar oportunidades a esses pequenos produtores, agregar-lhes valor e melhorar a fonte de renda”.

A capacitação dos produtores será realizada por engenheiros agrônomos e técnicos em agropecuária com experiência na atividade e entre as atividades previstas, estão cursos de organização social e associativismo, planejamento e gestão (controle financeiro), curso básico de capacitação técnica em apicultura e manejo apícola (aperfeiçoamento técnico em apicultura). 

Já o monitoramento e avaliação do projeto ficará a cargo de um comitê gestor, a ser formado por representantes da própria Sedesc, Serviço Brasileiro de Apoio à Microempresa (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e universidades, entre outras. 

SAIBA MAIS

Exterminar abelhas é um ato considerado crime ambiental no Brasil, de acordo com a Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a qual traz em seu art. 29 que: “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida” é um crime contra a fauna. A pena para tal crime é de 6 meses a 1 ano de detenção e multa.