Correio Rural

PRAGAS NA SOJA

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Pesquisadores alertam sobre alto índice de percevejo-marrom na lavoura

Praga pode resultar em perdas expressivas na produtivida da oleaginosa

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O plantio da soja iniciado em setembro deste ano em Mato Grosso do Sul já foi concluido e as lavouras iniciam a etapa de formação da vagem e floração. Com expectativa de produzir 10 milhões de hectares, os sojicultores devem ficar alertas para informações divulgadas por especialistas da Fundação MS, de Maracaju.

Isso porque, uma das pragas mais comuns, o percevejo-marrom registrou um índice três vezes mais alto, se comparado ao mesmo período do ano passado, ressaltam os especialistas da instituição de pesquisa. 

Conforme o pesquisadore em fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, a praga em questão é considerada uma das principais da cultura da soja no Brasil. Isso por conta da dificuldade de controlá-la, já que possui elevado potencial reprodutivo e ciclo de vida muito longo, podendo causar danos em diversas culturas, como soja e milho. 

Essas características possibilitam os percevejos a passarem pela entressafra e iniciar os danos nas lavouras de soja de forma muito rápida na safra subsequente. 

Grigolli explica que, a respeito da presença do percevejo-marrom, atualmente, o cenário em Mato Grosso do Sul não é muito positivo e que os agricultores devem ficar em alerta, já que esta praga tem comportamento de ficar debaixo da planta, onde o controle químico é mais difícil. 

“Há dificuldade de controle relativamente alta com os inseticidas e não há uma ferramenta biológica estruturada que consiga controlar de forma comprovada e de alta eficácia o percevejo”, pontua.

O pesquisador esclarece que no período reprodutivo, geralmente no florescimento pleno em diante, quando a praga inicia os danos econômicos nas plantas de soja, a população da praga encontra-se distribuída pelas lavouras. Neste momento, o controle deve ser realizado para evitar perdas de quantidade e qualidade dos grãos produzidos. 

Entre os danos causados pelo percevejo-marrom estão o abortamento de vagens das plantas, redução do tamanho e escurecimento dos grãos, redução do rendimento e da qualidade dos grãos colhidos, além da chamada “soja louca”, podendo resultar em prejuízos financeiros ao produtor rural. 

Por isso, a recomendação é monitorar constantemente as lavouras. “Quando for necessário, façam as aplicações de inseticidas, sigam o nível de controle, de 0,5 a 1 percevejo por metro, para entrar com a aplicação, evitando a alta população dessa praga”, orienta. Contudo, para o controle adequado, além do momento de aplicação, é preciso utilizar o produto químico adequado, o que é obtido somente quando se tem o monitoramento correto da área. 

*Com informações da assessoria Fundação MS