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Exportação de sêmem bovino tem crescimento de 14% em 2018

Cenário foi positivo para pecuária de corte e leite

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Balanço publicado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), nesta segunda-feira (18), anima o mercado de genética bovina brasileira. O crescimento nas vendas de sêmem bovino chegou a 14% em 2018, totalizando 13.831.149 doses contra as 12.134.438 doses comercializadas em 2017.

Na avaliação do presidente da ASBIA, Sergio Saud, o período foi de recuperação tanto para pecuária de corte, quanto de leite. "O País vinha de uma situação complicada e de incertezas econômicas e políticas, mas, com uma melhor definição do cenário eleitoral no segundo semestre, houve mais otimismo por parte dos produtores. Os dados das vendas de sêmen no segundo semestre confirmam isso. O período concentrou mais de 60% do volume comercializado", informa.

A pecuária de corte ficou acima da média geral, surpreendendo positivamente o setor com um volume de 9.622.282 doses comercializadas (+19,2%). Um cenário que teve os maiores picos nos dois últimos trimestres do ano, quando foram vendidas 6.683.612 doses. 

"Em 2018, tivemos uma demanda muito forte por bezerros cruzados no Brasil, em função do aumento da exportação de animais vivos para países do Oriente Médio. Esse aumento no preço do bezerro estimulou os pecuaristas a investir mais em inseminação artificial para ampliar a produção. As raças Angus e Brangus tiveram um crescimento bem acentuado, puxando para cima as vendas de sêmen", esclarece Saud.

Esta deve ser uma tendência também em 2019, já que o bezerro cruzado continua valorizado 
Além desse aspecto, houve um crescimento do mercado como um todo em relação ao uso da tecnologia. "Esse crescimento não foi só de vacas inseminadas em uma mesma fazenda que já utiliza a técnica. Propriedades que antes não inseminavam passaram a adotar a inseminação em 2018, provavelmente em função até dessa procura maior por bezerros cruzados", destaca 

PECUÁRIA DE LEITE

Na pecuária leiteira, o índice registrado foi de 3,6%, com o segmento correspondendo por 4.208.867 doses. "No leite, também tivemos um desempenho acima do esperado. O ambiente não era favorável, pois fatores como a greve dos caminhoneiros e a queda no preço do leite tiveram impacto negativo no mercado. Além disso, em 2017, muitas fazendas abandonaram a atividade. Mesmo assim, houve uma recuperação, impulsionada pelas propriedades mais tecnificadas que passaram a investir na robotização da ordenha, no sistema de instalação compost barn e em outras tecnologias para elevar a produção leiteira", conta o dirigente. 

Crescimento também nas exportações, com 418.988 doses exportadas, elevação de 22,5%. Neste caso, as raças leiteiras foram as mais demandadas, com liderança do Girolando. "Esse dado deixa claro a valorização da genética brasileira no exterior. A procura pelo Girolando é cada vez maior e não tenho dúvidas de que, futuramente, as exportações de sêmen da raça vão superar até a demanda interna", acredita.

PESQUISA CEPEA

A elaboração do Index ASBIA 2018 ficou a cargo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) que, desde o ano passado, passou a fazer as análises das vendas de sêmen trimestralmente. Este é o primeiro relatório que traz os dados separados por trimestre, medida que visa a facilitar a tomada de decisão de toda a cadeia produtiva em relação a novos investimentos. 

"A parceria com o Cepea está sendo fundamental para conseguirmos especificar cada vez mais as informações sobre o uso da inseminação artificial. O próximo passo será disponibilizar os dados de vendas a cada trimestre, e não mais por semestre. Também pretendemos trazer as vendas por município. Hoje, divulgamos os dados por estado. Além disso, estamos conseguindo antecipar o fechamento do relatório para que a informação esteja disponível no início do ano", informa Saud.

O presidente da ASBIA acredita que o cenário econômico está mais favorável e deve ajudar a aquecer o mercado de genética. Entre os fatores está a melhora da economia do País, com a redução do índice inflacionário e a retomada dos empregos, o que deve elevar o poder de compra do consumidor. 

Também deve influenciar a produção recorde de grãos no Brasil e a queda do preço da soja e do milho, reduzindo os custos de produção. Com menos custos, a tendência é que o produtor invista mais em tecnologias, como a inseminação.

*Com informações da Assessoria de Imprensa ASBIA