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Crotalária e Feijão Caupi são opções eficientes em rotação de culturas e ILP

Leguminosa previne pragas nas lavouras

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As inovações tecnológicas desenvolvidas para o setor agropecuário se multiplicam a cada dia, apoiadas em pesquisas realizadas pelos institutos de pesquisa de todo Brasil. O objetivo é encontrar alternativas para que o produtor rural melhore a qualidade da alimentação dos animais e a produtividade das lavouras, de forma que esse processo aconteça preservando os nutrientes do solo e do meio ambiente, na área rural.

Em Mato Grosso do Sul, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agropecuária Oeste) localizada em Dourados desenvolve há 15 anos, pesquisas envolvendo consorciamento de milho com braquiária.

No entanto, além das tradicionais culturas, algumas opções de leguminosas como a Crotalária, Feijão Guandu e Caupi demonstram que é possível investir em rotações que aliam conservação dos nutrientes do solo, controle de nematoides (praga) e forragem com alto teor proteico, utilizada na alimentação dos rebanhos bovinos.

O cenário foi apresentado em dia de campo, na Expo Campo Grande, pelo doutor em agricultura e pesquisador, Gessi Ceccon, que detalhou as alternativas e apresentou dicas para melhoramento do plantio integrado para milho e braquiária.

“Percebemos que alguns produtores ainda encontram dificuldade em realizar o plantio integrado do milho e da braquiária, então apresentamos informações que esclarecem quais etapas devem ser cumpridas, a fim de não acontecer perda na produtividade do grão e para obter massa na palha do capim, que servirá para cobrir o solo”, explica.

O pesquisador destaca que foram apresentados ainda resultados de plantio integrado com crotalária e braquiária, a fim de reduzir a ocorrência de nematoides e fixar nitrogênio no solo. “Há uma espécie que atua no controle desta praga (spectabilis), assim como outras como (juncea e ochroleuca) que aliadas a outras leguminosas melhoraram a qualidade da forragem e do ganho de proteína, contribuindo no ganho de peso do animal”, pontua.

SISTEMA ILP

Um dos sistemas integrados com maior adesão pelo produtor rural sul-mato-grossense é a Integração Lavoura Pecuária (ILP), que consiste na técnica de integrar as atividades de agricultura e pecuária, de forma mais econômica, lucrativa e sustentável. Segundo levantamento realizado pela Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), a modalidade corresponde a quase dois milhões de hectares no Estado, sendo utilizada por 99% dos agricultores e 83% dos pecuaristas.

Ceccon revela que na apresentação realizada aos produtores foi detalhado ainda, um manejo para regular a semeadura da braquiária consorciada com o milho, de forma a alcançar melhor performance na germinação e desenvolvimento da planta.

“Inicialmente não existia condição favorável para ajustar as mudas de braquiária, então criamos uma caixa adicional (plantadeira) que possibilita um melhor controle do crescimento. Com esse espaço é possível controlar a quantidade de sementes que o produtor precisa, na profundidade ideal, de forma a acompanhar a germinação”, acrescenta.

BENEFÍCIOS DA CROTALÁRIA

A performance da crotalária no sistema de ILP demonstra vários benefícios produtivos, entre eles a fixação do nitrogênio no solo, o que contribui na redução de aplicação dos fertilizantes químicos.

Em função do rápido crescimento tem sido recomendada para adubação verde, de forma a suprir as necessidades de nitrogênio em culturas de importância econômica como o milho e a soja. Outra vantagem é a possibilidade de ser cultivada em duas estações climáticas, início do outono e primavera, em razão da alta produção de biomassa e sementes.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste reforça que a utilização da crotalária e do feijão caupi ou guandu, por exemplo é ideal para atividade pecuária. “O produtor consegue melhor qualidade na forragem, além de resultados positivos na cobertura do solo. “Uma das recomendações de plantio é o período posterior a colheita de soja, a fim de preparar a área de plantio para outras culturas e produzir forragem  para ser utilizada no período de seca”, finaliza.