Política

CAMPO GRANDE

A+ A-

Vereadores da Saúde vão para a 'linha de frente' da reeleição

Em época de distanciamento social por causa da pandemia, médicos e enfermeiros que têm mandatos de vereador se aproximam da população, de olho nas eleições

Continue lendo...

A pandemia de Coronavírus mudou o hábito da população, que agora precisa aumentar os cuidados com a higiene e se acostumar ao uso de máscara como forma de proteção, e atingiu o calendário político e eleitoral em todo o País. Na Câmara Municipal de Campo Grande, são oito profissionais da saúde que exercem mandatos de vereador e vão disputar a eleição marcada para 15 de novembro.

Trabalhando no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), lotado na linha de frente do Polo de Atendimento no Parque Ayrton Senna, o vereador Enfermeiro Fritz (PSD) ressalta que no dia a dia de trabalho existe a possibilidade de contágio, mas com o uso de todos os equipamentos a sensação de proteção aumenta. “Isso não impede a exposição ao vírus. Mas tem menor risco do que festas clandestinas e aglomerações”, compara.

O vereador explica que a pandemia afetou o trabalho no gabinete com novas demandas, que são encaminhadas pela população por meio das redes sociais. “Estamos tendo muita demanda em relação ao suporte e ao atendimento social para as famílias. Essa demanda em grande parte vem pelas mídias sociais. Quando o atendimento tem de ser presencial, aí nós vamos com toda a proteção necessária”, explica o vereador Fritz.

DISTANCIAMENTO

O vereador Dr. Cury (DEM) evidencia a preocupação com o avanço do coronavírus na Capital e a necessidade de se cumprir as regras estabelecidas pelas autoridades de saúde. Por ser do grupo de risco, o vereador explica que não está na linha de frente de atendimento.  

No entanto, trabalha na função de médico perito judicial fora do horário de atuação na Câmara Municipal e adota medidas de segurança e o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas e face shield.  

“Na clínica nós conseguimos manter o controle do fluxo de pacientes e o distanciamento. Os EPIs eu mesmo compro, e não fico esperando o serviço público oferecer. Os pacientes, quando chegam à clínica, passam por um tapete úmido especial, em que friccionam os pés e enxugam para afastar riscos de contaminação”, relata o parlamentar.

Dr. Cury também explica que adotou uma política de orientar a população pelo WhatsApp sobre dúvidas em relação à Covid-19 e verificou que os questionamentos e a falta de acesso à informação ainda são constantes entre a população. “Às vezes têm pessoas que não sabem o que fazer quando têm de receber uma visita do interior. Aí eu faço um passo a passo sobre como agir nessa situação”, relata o vereador.

O vereador Dr. Wilson Sami (MDB) também atende apenas em consultório e adotou as diretrizes preconizadas, como a utilização de álcool em gel na recepção, o uso obrigatório de máscara e o atendimento individual. Ele ressalta que o risco de contaminação sempre existiu e só vai terminar quando 90% da população estiver imune ou quando surgir a vacina.

Outro médico que também é vereador, Antônio Cruz atende no Hospital Evangélico e mantém os cuidados nos atendimentos diários. “[Ser infectado] é uma situação provável. Se correr tudo bem, será ótimo. Se eu ficar doente, será temeroso”, reflete.

No seu consultório, ele mantém todas as recomendações sanitárias e o ritmo das consultas se mantém. “Estou em pleno exercício da medicina, atendendo pacientes que procuram o Hospital Evangélico. Temos os cuidados na aproximação e na manutenção da imunidade preventiva”, explica.

PARA UNS FACILIDADES, PARA OUTROS DIFICULDADES

A vereadora Enfermeira Cida (PSDB) explica que, com a pandemia do coronavírus, as candidaturas populares podem ter mais dificuldades: “Especialmente aquelas que têm a característica de visitar, de reunir pessoas, do abraço e da proximidade. Vamos ter de contar muito com o comprometimento dos amigos para suprir as necessidades. A articulação política terá de ser pela internet e contar com o trabalho já realizado. Quem tem trabalho, independentemente da forma que vai abordar, tem mais chance de sucesso”, considera a parlamentar.

Um ponto unânime entre os parlamentares que são profissionais da saúde é a importância do uso da internet no contato com a população para a campanha eleitoral. A enfermeira Cida Amaral afirma que a campanha vai ser a distância. “Vamos fazer uma campanha a distância, pois devemos seguir as recomendações da OMS [Organização Mundial de Saúde]. Usar máscara, cumprir o distanciamento social, higienizar as mãos e usar o álcool em gel”, destaca.

Mais experiente em campanhas, o vereador Dr. Loester (MDB) acompanha as mudanças nas regras desde a primeira candidatura, em 1982. “Eu sou do tempo da campanha na rua com showmício. Era uma verdadeira festa. Com o tempo, a campanha eleitoral foi se tornando cada vez mais restrita e essa agora vai ser totalmente restrita. Vai ser uma campanha para quem tem o nome conhecido conseguir chegar até a população. Quem não tem nome conhecido ou quem não conseguiu ainda demonstrar o trabalho que faz, vai ter dificuldades nessa eleição. Está muito arriscado para ter contato com várias pessoas em diversos locais”, declara Loester.

OPORTUNIDADE

Ao contrário dos outros vereadores, o vereador Fritz explica que pode ocorrer uma oportunidade melhor para quem tenta pela primeira vez uma vaga na Câmara Municipal de Campo Grande. “Para os novatos pode ser mais fácil, porque a estrutura que sobressai para quem tem mandato não poderá ser utilizada em práticas eleitorais antigas, como carreatas, caminhadas, panfletagem. Isso vai estar restrito. Acho que a campanha política ainda está bem indeterminada para ver como tudo vai acontecer”, pondera o vereador.

O vereador Fritz, que exerce o primeiro mandato, classifica que a primeira eleição, quatro anos atrás, foi no boca a boca e perto das pessoas que já conheciam o seu trabalho. Agora, ele prevê que caminhadas e carreatas podem não ter espaço em razão da pandemia. “Vai ser uma campanha de resgatar a conversa com os amigos e os núcleos familiares, apresentando o trabalho realizado”, diz o parlamentar.

Wilson Sami avalia que as campanhas eleitorais podem ser mais baratas em 2020, com as redes sociais ganhando importância na campanha. Por outro lado, o distanciamento vai representar uma dificuldade a mais para os novos candidatos. “A campanha este ano deverá ser 90% por meio das redes sociais. Eu acho muito bom, pois não vai precisar ter muito gasto. É claro que para quem não tem trabalho feito ou [é] pouco conhecido vai ser mais difícil. Mas não será impossível”, destaca o parlamentar, ressaltando que a diferença será muito grande sem o contato físico para cumprimentar ou abraçar o eleitorado.  

Dr. Cury, que pertence ao grupo de risco, acredita que o distanciamento social e a proibição de aglomerações não vão atrapalhar o seu contato com o eleitor. “A minha política é trabalhar com grandes sindicatos, empresas e grandes instituições e com propostas mais amplas. O contato com esse público dá para ser feito pelo home office. Estamos trabalhando usando o WhatsApp, a internet e o telefone para manter os contatos na rotina do trabalho e para a campanha eleitoral”, detalha Cury.

A campanha de rua ou presencial ainda é algo que necessita de um olhar específico no contexto da pandemia para não ampliar o número de pessoas contaminadas pelo coronavírus, como analisa o vereador Fritz: “Vai depender de como estará a situação na época de campanha em relação aos indicadores de transmissão e a realidade da Covid-19 na cidade. Pontualmente, à medida que a pandemia estiver controlada e que for possível realizar encontros, é provável que vamos realizar encontros sempre respeitando os critérios de isolamento, aglomeração e o uso de máscara. É uma questão de bom senso”, conclui o vereador Fritz.

O vereador Dr. Lívio (PSDB) atende no Hospital São Julião, na Santa Casa e na clínica de oftalmologia. Desde o fim de março não encontra os filhos, em respeito ao isolamento e por estar em contato direto com as unidades de saúde. O parlamentar está preocupado com a transmissão do coronavírus na Capital.

Política

Ministra alvo do centrão sofre cobrança de Lula e deixa reunião amparada por Janja

Questionada por presidente, Nísia fica com voz embargada e promete demitir auxiliares na Saúde

18/03/2024 22h00

Arquivo - Julia Prado/MS

Continue Lendo...

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se emocionou ao ser cobrada pelo presidente Lula (PT) durante reunião ministerial nesta segunda-feira (18).

Segundo participantes, Nísia ficou com a voz embargada ao dizer que é alvo desde o início do governo.

Nísia foi alvo de seguidas cobranças do centrão devido aos critérios para liberação de emendas parlamentares.

A ministra foi destacada para falar aos colegas de Esplanada devido a problemas enfrentados em sua pasta.

Ainda segundo presentes, Lula perguntou quanto tempo duraria sua exposição, se apenas dez minutos. O presidente teria dito, então, que seria necessária uma hora caso ela tivesse que se manifestar sobre reportagem apresentada pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (17), sobre a situação dos hospitais federais no Rio de Janeiro.

A ministra da Saúde tratou das recentes crises que a pasta tem enfrentado. Afirmou que os números a respeito das mortes dos yanomamis são maiores do que no governo Jair Bolsonaro (PL) porque havia subnotificação na gestão anterior.

Também falou sobre a epidemia de dengue e dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Ainda disse que sofre muita pressão política e afirmou que algumas pessoas cobram que ela fale grosso, mas que ela vai continuar falando como faz atualmente, com "contundência". Ao longo do discurso, a ministra se emocionou e saiu da sala, amparada pela primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e pelas colegas ministras.

Ao final da reunião, Lula replicou a declaração de Nísia. A respeito dos yanomamis, disse que a ministra deveria melhorar a comunicação sobre o caso, lembrou também que houve confusão no início da campanha da vacinação contra a dengue, dando a entender que havia imunizantes para toda a população, quando não era o caso.

Segundo pessoas que acompanharam a reunião, a ministra ficou com a voz embargada quando falou que na condição de mulher não iria falar grosso e que não seria certo ser cobrada por isso. Em seguida, Lula disse que ela era uma mulher "mansa e firme".

O presidente disse que a ministra será mantida no cargo, afirmando que apenas ele é quem nomeia e demite no governo.

Com relação aos hospitais do Rio, Lula afirmou que a ministra tem carta branca para mexer na equipe da forma, acrescentando que essa é uma oportunidade para que ela busque soluções para os hospitais federais do estado.

Lula também teria responsabilizado o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pelas condições em que os hospitais se encontram, já que indicou diretores dessas unidades de saúde durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reportagem apurou que a ministra disse que iria demitir o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. Ele ocupa o cargo desde janeiro de 2023.

O ministério também deve demitir Alexandre Oliveira Telles do cargo de diretor do Departamento de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro.
O ministério administra seis hospitais no estado, além dos institutos de câncer (Inca), traumatologia e ortopedia (INto) e de cardiologia (INC).

A secretaria comandada por Helvécio é uma das principais do ministério e a que administra o maior volume de repasses de verba do SUS, além dos hospitais federais. Em 2023, foram mais de R$ 73 bilhões distribuídos, sendo mais de R$ 8 bilhões para emendas parlamentares.

A área atua principalmente na estruturação e custeio de hospitais e ambulatórios. Também dá suporte para que estados e municípios ofertem serviços especializados, como de oncologia, cardiologia, entre outros.
Lula já afirmou que uma das prioridades do governo é ampliar o número de médicos especialistas no SUS.

Essa seria a segunda queda na pasta, a primeira aconteceu com o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes, em fevereiro deste ano. O médico Felipe Proenço de Oliveira, que era secretário-adjunto de Fernandes, passou a comandar a pasta.
A ministra Nísia Trindade também é um dos alvos prioritários das críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do centrão. O ministério tem sido cobrado para liberar rapidamente a verba de emendas e não travar que recursos cheguem aos redutos políticos de deputados e senadores.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ministério mudou as regras para liberação das emendas em 2024, ano de eleições municipais, e permitiu que estados e municípios recebam mais recursos dos parlamentares. Nísia também tem feito reuniões com lideranças do Congresso para explicar as regras sobre emendas e tentar evitar novas crises com o Legislativo.


 

Política

Ex-comandante do Exército desdiz o que escreveu sobre acampamentos e usa tese rebatida por Moraes

Em depoimento à PF, Freire Gomes contraria teor da nota que subscreveu com colegas de Marinha e Aeronáutica em 2022

18/03/2024 22h00

Foto: TV Brasil

Continue Lendo...

Trechos do depoimento do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes à Polícia Federal sobre os acampamentos golpistas em frente a quarteis contradizem uma nota assinada por ele em 2022 ou já foram contestados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal dos inquéritos que investigam a participação de militares em tentativa de golpe.

Publicada em 11 de novembro de 2022, quando Lula já havia vencido a eleição, e assinada pelo general Freire Gomes, então comandante do Exército, em conjunto com seus homólogos da Marinha (almirante Almir Garnier) e da Aeronáutica (brigadeiro Baptista Junior), a nota "Às Instituições e ao Povo Brasileiro" deixava claro o endosso dos comandantes aos acampamentos.

O texto lembrava que a Constituição assegura "livre manifestação do pensamento", "liberdade de reunião, pacificamente" e "liberdade de locomoção no território nacional" e foi inteiramente assentado nessa tese.

No seu depoimento à PF em 2 de março passado, entretanto, ao ser indagado se a nota "foi utilizada como respaldo das Forças Armadas para manifestações de apoiadores que estavam acampados em frente às instalações militares", Freire Gomes respondeu que não.
"Que tal interpretação foi dada de forma equivocada"; "que o objetivo era demonstrar que as manifestações não deveriam ocorrer em frente às instalações militares, e sim no âmbito do Poder Legislativo".

Não há nenhum trecho da nota que ampare esta última afirmação. As menções que há na nota sobre o Legislativo dizem respeito a leis aprovadas no Congresso ou a "importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua liberdade".

A referência ao Legislativo foi vista na época como uma indireta ao Judiciário, uma vez que Bolsonaro e seus aliados viam (e veem) abuso de poder por parte do Supremo, em particular do ministro Alexandre de Moraes.

Na outra menção ao Legislativo, a nota dos comandantes reitera seu apoio à livre expressão ao afirmar que, na lei nº 14.197, de 2021, "o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: 'Não constitui crime [...] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais'".

Noutra passagem tida como recado ao Judiciário, os comandantes escreveram que "são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública".

Outro ruído do depoimento de Freire Gomes em relação aos acampamentos diz respeito a uma suposta omissão dos comandantes por não terem desmantelado a tempo aqueles locais, apesar da pauta dos manifestantes ser abertamente golpista -não reconheciam o resultado das eleições e pediam um golpe militar.

À PF o ex-comandante respondeu "que não havia suporte jurídico para remoção das manifestações naquele momento" e "que nunca houve uma ordem judicial" nesse sentido.
Relator de todas as investigações no STF sobre tentativas de golpe por parte de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes já refutou a tese.

Em entrevista dezembro passado, a Folha de S.Paulo perguntou a Moraes sobre o argumento, na época já encampado por muitos militares e demais aliados de Bolsonaro.
"A Justiça age a pedido", respondeu o ministro. Moraes citou dois casos em que, por solicitação das autoridades, o STF determinou a retirada dos acampamentos, em Belo Horizonte e em Rio Branco, o primeiro antes mesmo dos ataques de 8 de janeiro -depois, vários outros também seriam desmontados.

"Bastaria às Forças Armadas, e isso faz parte do poder de polícia dos órgãos administrativos, retirarem [os acampamentos], até pela quebra de segurança. Aqueles acampamentos na frente dos quarteis atentavam contra a própria segurança das Forças Armadas. Eles não sabiam exatamente o que poderia ocorrer. E isso que está sendo investigado, quem eventualmente colaborou para isso de dentro das Forças Armadas."

Assim como outros ministros do STF, Moraes considera "um grande erro" a manutenção de acampamentos em frente aos quarteis após a definição da eleição presidencial de 2022.

"Não existe liberdade de expressão em você acampar na frente de um quartel pedindo para as Forças Armadas derrubarem o regime democrático. Isso não é permitido em nenhum lugar do mundo. E não há também, como se levantou à época, impunidade ou inviolabilidade nesses locais por serem militares. Obviamente que não. A administração é militar, mas os crimes praticados lá podem e devem ser combatidos pela polícia", disse.
"Manifestação na frente de quartel pedindo golpe militar, pedindo volta do AI-5, pedindo a quebra do regime democrático, pedindo o fechamento de poderes, é crime. Isso o Supremo já pacificou. Agora o processo vai analisar a autoria de cada um."

Freire Gomes também mencionou um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) de 2019 que, por sua versão, impediria as Forças Armadas de agirem contra os acampamentos.
O referido parecer, no entanto, embora afirme que deve caber à polícia realizar prisões em flagrante delito quando ocorrem crimes comuns próximos a quarteis, diz também que "o perímetro de 1.320 metros em torno dos estabelecimentos militares continua a constituir área de servidão militar sobre a qual o Estado (Forças Armadas) possui o direito real de gozo, em prol do interesse público ínsito à função militar".
Com base no texto da AGU, o Exército poderia, se quisesse, ter pelo menos bloqueado os acessos aos quarteis.

Diz o parecer: "É possível que as Forças Armadas promovam, na área de 1.320 metros ao redor dos estabelecimentos militares, ações típicas de polícia administrativa, incidentes sobre bens, direitos ou atividades, citando-se como exemplos: patrulhamento, fiscalização de trânsito no perímetro da OM, com estabelecimento temporário de posições estáticas ao longo do seu itinerário, junto aos limites das instalações militares, bem como o bloqueio dos acessos ao quartel".

No termo de depoimento de Freire Gomes à PF, não consta se o ex-comandante foi indagado se os comandantes receberam ordem superior para permitir a manutenção dos acampamentos -que, no caso, só poderia ter partido do ministro da Defesa, à época Paul Sérgio Oliveira, ou do então presidente, Bolsonaro.


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).