Foragido da justiça italiana após ser condenado à prisão perpétua por ter participado de quatro homicídios, Cesare Battisti passou alguns anos refugiado na França. Em 2004, quando foi aprovada sua extradição, fugiu do território francês.
Em 2007, foi preso no Brasil por ordem do Superior Tribunal Federal (STF) a partir de pedido do governo italiano para mandá-lo de volta a seu país de origem. Antes que o STF julgasse o processo de extradição, Battisti pediu refúgio político. Mas o Comitê Nacional de Refugiados (Conare) rejeitou o pleito.
Battisti recorreu à instância superior: o então ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu a ele o título de refugiado. O processo foi retomado no Supremo em 2009 e a extradição aprovada com a ressalva de que o presidente da República tinha poderes para tomar a decisão final.
No último dia do seu segundo mandato, em 31 de dezembro de 2010, Lula negou o pedido de extradição, em edição extra do Diário Oficial, e deixou Battisti viver no Brasil. O só foi solto após um novo julgamento no STF, já em 2011, e passou a atuar como escritor. Até que em março de 2015 voltou a ser preso por situação irregular no país. Os advogados recorreram e Battisti foi colocado em liberdade.
Com a chegada do governo Temer, a Itália entrou com pedido para que o presidente reveja a decisão de Lula. Em 2017, o governo italiano fez novo pedido ao presidente Michel Temer, conforme revelou O GLOBO.
Battisti foi detido tentando fugir para a Bolívia. Em dezembro de 2018, Temer decide entregar Battisti à Itália, mas ele novamente foge. Ontem o italiano é detido na Bolívia.