Em meio a gritos e vaias, mais de 200 pessoas lotaram o plenário da Assembleia Legislativa hoje para protestarem sobre o reajuste de servidores públicos que foi negado pelo Governo do Estado no mês passado.
"Boi da cara preta, pega o Reinaldo que tá cheio de mutreta", declaravam os servidores, ao se referirem às investigações que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está sendo submetido.
Hoje, durante sessão plenária, sindicalistas e representantes de entidades reivindicaram reajuste salarial entre outros acordos que, segundo eles, não foram cumpridos pelo governo do Estado.
"Azambuja não nos dá satisfação e não atende nenhuma classe. Combinou vários acordos e não cumpriu nada", disse o presidente do Sinpol, Giancarlo Miranda.
O coordenador do Fórum dos Servidores Públicos, Ricardo Bueno, também protestou contra reajuste zero aplicado pelo governador. "Ele insiste em não dar reajuste, mas o que estamos vendo é a publicação de novos cargos no Diário Oficial", defendeu.
Bueno denuncia também que a reforma anunciada por Reinaldo no começo do ano foi fictícia. "Secretários foram remanejados de secretarias e tiveram seus salários dobrados. Que reforma é essa? E depois diz que não tem dinheiro", criticou, sem dar detalhes.
O presidente da Casa de Leis, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), solicitou ordem para que os trabalhos prosseguissem, porém, manifestantes não deram ouvidos e continuaram os gritos.
BATE-BOCA ENTRE PARES
A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) exaltou-se e em resposta aos protestos culpou o atual cenário por conta da política do governo do PT no país. "Isso que está acontecendo é culpa de ex-governo corrupto", atacou a tucana ao se referir a gestão dos ex-presidentes, Dilma Roussef e Luiz Inácio Lula da Silva.
"Aqui é um espaço democrático. Povo pode se manifestar. Só não vou admitir insultos de personagens do PT", rebateu o deputado estadual João Grandão (PT).
O líder do Governo na Casa de Leis, deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), disse que Azambuja está sendo prudente ao anunciar reajuste zero. "Brasil nunca viveu momento tão ruim. Não podemos colocar a sanidade do Estado em xeque", defendeu o parlamentar.
Outro deputado que se manifestou declarando apoio a Azambuja foi o líder da bancada do PSDB, Beto Pereira. "Estou acompanhando esse reajuste de perto. Mais de 20 unidades da federação estão padecendo", afirmou o tucano.
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