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Temer assina MP com novas regras do saneamento básico

Temer assina MP com novas regras do saneamento básico

FOLHAPRESS

07/07/2018 - 08h15
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O presidente Michel Temer assinou, nesta sexta-feira (6), uma Medida Provisória que altera o marco legal do setor de saneamento básico.

A assinatura ocorre no limite do prazo imposto pela legislação eleitoral, que veda anúncios relativos a obras e programas públicos nos três meses que antecedem as eleições.

O anúncio foi feito poucas horas antes do jogo do Brasil contra a Bélgica, em um evento fechado no Palácio do Planalto, em Brasília.

Em seu discurso, o presidente disse que os números sobre saneamento básico no Brasil são inaceitáveis, mencionando que 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água e que mais de 100 milhões sem acesso a coleta de esgoto. "Nós não podemos permitir isso. São números inaceitáveis", afirmou.

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy -que desde a posse tem defendido a publicação do texto- disse que a Medida Provisória trará celeridade para o saneamento básico e aumentará a segurança jurídica do setor.

O texto, que será enviado para aprovação do Congresso, não foi divulgado, mas a expectativa é que mantenha mudanças polêmicas que favorecem o avanço das empresas privadas –que hoje detêm apenas 6% do mercado nacional de água e esgoto.

Por isso, a expectativa é que tenha resistência dentro do Congresso Nacional.

Um dos artigos mais questionados é aquele amplia a concorrência entre concessionárias estaduais públicas e as empresas privadas, ao alterar a forma como os municípios contratam o serviço.

Hoje, uma prefeitura pode firmar acordo com uma companhia pública sem a necessidade de realizar licitação -esta só é obrigatória caso a gestão queira contratar uma empresa privada.

A proposta do governo é tornar a competição obrigatória em todos os casos.

As concessionárias estaduais já afirmaram que vão pressionar os parlamentares pela exclusão desse artigo do projeto, segundo Roberto Tavares, presidente da Compesa (companhia de saneamento de Pernambuco) e da Aesbe (associação das concessionárias estaduais).

Para ele, a proposta desestrutura o atual modelo de subsídios cruzados, em que os municípios mais rentáveis são geridos juntamente com os menos atrativos.

O temor é que as companhias privadas busquem as cidades nas quais há maior retorno financeiro, deixando para as concessionárias públicas apenas as regiões deficitárias.

A Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária) também se opõe à medida, que poderá prejudicar a saúde financeira das empresas, inclusive de grandes concessionárias, como Sabesp [companhia paulista de saneamento] e Sanepar [do Paraná], afirmou Sérgio Gonçalves, diretor da entidade.

"Nossa expectativa era que fosse enviado como um projeto de lei, para que tivesse o tempo correto de debate. Não está fora de cogitação entrar com um questionamento sobre o envio do texto como uma medida provisória", disse.

As empresas privadas do setor defendem a mudança, e dizem que hoje falta isonomia na concorrência, já que muitas prefeituras fecham contratos diretamente com as companhias públicas por comodidade ou falta de estrutura para organizar uma licitação.

PRIVATIZAÇÃO

Outra alteração que também deverá estar presente na medida provisória é o fim de uma regra que vêm travando a privatização das companhias de saneamento estaduais.

Atualmente a lei diz que, caso essas concessionárias sejam vendidas, os contratos com os municípios seriam automaticamente extintos, o que na prática "esvaziaria" a operação da companhia.

A proposta do novo marco é que esses contratos se mantenham normalmente, mesmo com a mudança de controle da empresa.

A regra ajudaria a destravar o programa de privatizações em saneamento, lançado com alarde pelo governo federal em 2016.

À época, 18 estados anunciaram interesse, mas a forte resistência política interna fez com que muitos abandonassem o programa ou tivessem seus estudos atrasados.

Hoje, a expectativa da empresas privadas de saneamento é que cerca de seis estados tenham seus estudos de viabilidade concluídos.

A possível realização dos leilões, no entanto, ainda dependerá da vontade política dos próximos governadores, já que dificilmente alguma concorrência será lançada ainda em 2018, ano eleitoral, avaliam as empresas.

Para o advogado Gustavo Magalhães, sócio do Fialho Salles, há ainda uma chance de o processo ser retomado no próximo ano.

"Alguns estados já definiram seu modelo e estão em fase de preparação para o edital. A troca de governo pode afetar, mas é provável que tenha continuidade."

Outra norma que deverá mudar com o novo marco enviado pelo governo é que a ANA passe a funcionar como uma espécie de regulador do setor de saneamento, embora este seja uma prerrogativa dos municípios, segundo a Constituição.

A ideia é que a agência dê parâmetros mínimos para os contratos e padronize regras, o que daria mais segurança jurídica às companhias, além de facilitar a participação em concorrências.

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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