Política

Lucas de Lima

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Condenação de vereador chega na Câmara, mas presidente ainda não teve acesso

Suplente de Lima, Eduardo Cury protocolou documento na manhã de hoje

Izabela Jornada e Tavane Ferraresi

16/01/2018 - 12h00
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Informação sobre condenação do vereador Lucas de Lima (SD) foi entregue na manhã desta terça-feira (16) pelo suplente do parlamentar, o ex-vereador Eduardo Cury (SD), mas o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB) ainda não teve acesso. 

Rocha já havia informado, ontem, ao Portal Correio do Estado, que não vai se pronunciar precipitadamente e vai aguardar o processo tramitar no Ministério Público Eleitoral (MPE). “Vou falar com o procurador da Câmara e talvez vamos encaminhar o caso para comissões”, disse. 

O documento, com extrato do processo da Justiça Federal certificando de vez o trânsito em julgado da ação de Lucas de Lima, foi protocolado às 9h45 de hoje. 

De acordo com Rocha, o processo vai tramitar normalmente dentro do Legislativo e será enviado aos setores competentes. "Após montado o processo, ele será encaminhado a Procuradoria da Casa para análise. Após parecer da Procuradoria veremos o que será feito. Lembrando que estamos de recesso e a Casa não delibera nada nesse momento", explicou o presidente.

ENTENDA

De olho na vaga, Cury já entrou com ação no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) solicitando o afastamento de Lucas de Lima. Em resposta ao pedido dele, a Justiça Eleitoral emitiu a nota. “Chegando a informação da perda dos direitos políticos ao Presidente da Câmara dos Vereadores (art. 15, III, da CF), o que deve o mesmo fazer é declarar vago o cargo e convocar o suplente (art. 8º, I, do DL 201/67) já que não se aplica ao parlamentar municipal a imunidade processual “, diz o comunicado.

Agora está nas mãos de Rocha o futuro político do vereador. Lima foi condenado em segundo grau por apropriação indébita. E agora ele está sendo acusado de falsidade ideológica por ter omitido, no registro de candidatura, sua condenação em primeira instância. 

Na tarde desta segunda-feira (15), a Justiça Eleitoral encaminhou ofício comunicando que Lima cometeu crime ao não informar no registro de sua candidatura a condenação de fevereiro de 2016. Diante disso, o caso agora está nas mãos do Ministério Público Eleitoral para ser investigado. 

De acordo com o advogado de Cury, Arthur Vasconcelos, não cabe a Justiça Eleitoral fazer o pedido de suspensão do cargo, pois ainda não foi oficialmente comunicado a condenação criminal pela Justiça Federal. “Por isso que qualquer interessado poderá fazer o pedido”, disse. No caso, o suplente foi quem se interessou em requerer essa suspensão.  

Ainda segundo advogado, pesa contra Lima o caso de ele não ser mais réu primário. Isto é, além do caso de apropriação indébita, ele sabia que não poderia disputar o cargo por ter condenação e isso caracterizou outro crime.

OUTRO LADO

Apesar de reconhecer a infração, Lucas alega não ter cometido dolo, ou intenção de cometer o crime. “Estou sofrendo com isso. É algo que tem me dado muita dor de cabeça”, lamentou anteriormente. Hoje, a defesa do vereador informou que acompanha o caso e vai trabalhar para manter o mandato.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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