Política

CONVENÇÃO NACIONAL

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PSDB oficializa Geraldo Alckmin como presidente do partido neste sábado

Somente em 2017, quatro tucanos terão passado pelo comando do partido

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O PSDB deve oficializar neste sábado (9) o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como presidente do partido pelos próximos dois anos. A eleição será feita na convenção nacional da sigla, em Brasília.

Apesar de o PSDB viver indefinições em relação à participação no governo Michel Temer e ao apoio à reforma da Previdência, membros da cúpula do partido afirmaram ao G1 que decisões nessas duas esferas não serão tomadas na convenção.

A chegada de Alckmin à presidência do PSDB é vista por membros da sigla como uma tentativa de unificar o partido. Somente em 2017, quatro tucanos terão passado pelo comando do partido.

Em maio, o senador Aécio Neves (MG) se licenciou da presidência do PSDB após a divulgação de gravação na qual ele pede R$ 2 milhões ao executivo da JBS, Joesley Batista.

O senador Tasso Jereissati (CE) ficou na presidência interina da siglaaté o início de novembro, quando foi destituído por Aécio. Também provisoriamente, Alberto Goldman assumiu o cargo até a eleição na convenção nacional.

Escolha

Após acordo feito entre os membros do partido, Alckmin será candidato único para assumir a presidência do PSDB. A votação, prevista para o fim da manhã desde sábado, será feita de maneira eletrônica, com comprovante em papel para dupla checagem do resultado. Um total de 580 membros da sigla estão habilitados a votar.

Para o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), o nome de Alckmin traz unidade partidária após crises vividas pelo partido, como a denúncia contra Aécio e o racha sobre a permanência da sigla no governo.

“A convenção é um reestabelecimento da unidade do partido e de suas lideranças. O consenso que se formou entorno do governador Geraldo Alckmin é uma demonstração de que ele produz unidade partidária”, afirmou.

Presença no governo

Bauer ressaltou que na convenção não será tomada nenhuma decisão relacionada a um eventual desembarque oficial do PSDB do governo. “Não há necessidade de tanta urgência nessa decisão”, disse, antes de avaliar que o partido já está informalmente fora do governo.

“Não é mais necessário que um partido como o PSDB, que pretende concorrer à Presidência da República, se coloque como defensor do Temer ou auxiliar do Temer”, afirmou o senador.

Na prática, líderes tucanos já vêm afirmando que o PSDB está fora da base aliada de Michel Temer. E argumentam que o partido não precisa estar no governo para apoiar projetos defendidos pela sigla.

Nesta sexta-feira (8), o tucano Antonio Imbassahy (BA) pediu demissão da Secretaria de Governo. Em novembro, Bruno Araújo (PE) já havia deixado o comando do Ministério das Cidades. O PSDB ainda conta com dois ministérios de Temer (Relações Exteriores e Direitos Humanos).

Vice-presidente do PSDB, a deputada Mariana Carvalho (RO) disse esperar que Alckmin tenha sensibilidade para analisar melhor a posição do partido, para que o desembarque do governo fique claro.

Previdência

Membros da cúpula do partido também afirmaram que não será debatido, na convenção um possível fechamento de questão em apoio à reforma da Previdência.

O fechamento de questão é uma decisão tomada pela executiva nacional do partido, grupo que será definido neste sábado.

Eleições 2018

Os representantes da direção da legenda ouvidos pelo G1 avaliam que, ao assumir a presidência do PSDB, Alckmin ganha força para ser o candidato da sigla à Presidência da República nas eleições de 2018.

O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), acredita que o posto de comando da legenda “é um indutor natural da candidatura de Alckmin à Presidência”.

Para ele, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, que demonstrou interesse em se candidatar, não seria um nome viável.

“Se fizer uma pesquisa hoje, 99% dos membros do PSDB querem o Geraldo presidente”, disse.

“Respeitamos muito o Arthur Virgílio, ele tem todo um histórico, mas é um momento inoportuno, em cima da hora, não foi uma coisa construída”, ressaltou.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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