Política

ELEIÇÕES 2020

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Pré-candidatos milionários
têm vantagem nos partidos

Na Capital, cinco dos que tem planos de ser prefeito, têm patrimônio superior a R$ 1 milhão

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Desde que as doações de empresas para campanhas eleitorais foi proibida, os partidos políticos passaram a dar preferência para políticos já conhecidos, com apelo para puxar votos, e também para aqueles com mais renda e patrimônio. Em Campo Grande, por exemplo, pelo menos cinco pré-candidatos têm patrimônio superior a R$ 1 milhão. 

A julgar pelo desempenho nas últimas eleições, estes candidatos cumprem os requisitos de ter um nome conhecido, e também, uma reserva financeira. Um deles é o atual prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), que deve tentar a reeleição para o cargo no ano que vem. No último pleito, por exemplo, ele declarou ter R$ 1.400.126,51 em bens.  

Também integram a lista o ex-governador de Mato Grosso do Sul e ex-deputado federal, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, proprietário de R$ 3,7 milhões em bens. O promotor Sérgio Harfouche (PSC) declarou ter R$ 3,2 milhões em bens também tem se posicionado entre os possíveis candidatos a prefeito. O deputado federal Beto Pereira, que tenta viabilizar sua candidatura no PSDB, afirma contar com R$ 2,74 milhões em bens. Os valores foram obtidas por meio de consultas ao Tribunal Superior Eleitoral. 

Estes pré-candidatos, caso consigam se viabilizar em seus partidos, também terão acesso aos recursos do fundo partidário. Neste quesito, por exemplo, leva vantagem os partidos mais votados nas últimas eleições, caso do PSL e do PT, por exemplo, e também de legendas que sempre contam com um valor maior para dispor, como DEM, PSDB e MDB. Nas últimas eleições, por exemplo, o teto de recursos em Campo Grande se aproximou dos R$ 6 milhões. Foi um dos dez maiores do Brasil na ocasião. Pelas regras atuais, todas as despesas, desde que não ultrapassem o teto definido para o cargo pleiteado, poderão ser pagas pelo próprio candidato.  

O Correio do Estado apurou com os dirigentes partidários que a expectativa de arrecadação para a próxima eleição é maior. Em primeiro lugar, porque o fundo partidário terá mais dinheiro. A Lei de Diretrizes Orçamentárias que será votada pelo Congresso, por exemplo, prevê R$ 3,7 bilhões para os partidos em 2020, R$ 2 bilhões a mais que no ano passado, quando as eleições eram gerais, mais caras e abrangentes.  

Não-milionários

Entre pré-candidatos que não tem seis dígitos em suas contas bancárias estão a deputada Rose Modesto (PSDB), dona de um patrimônio declarado de R$ 283.563,76. Neste grupo ainda aparece o pré-candidato do PSL, deputado estadual Renan Contar, que declarou ter apenas R$ 80 mil (uma motocicleta). Ele é capitão do Exército. Mesmo novato na política foi o campeão de votos 78.390 nas eleições do ano passado. Contar mesmo com patrimônio declarado ínfimo perto dos outros pré-candidatos deverá ter um forte financiamento por traz, pois a sigla que tem como expoente máximo o presidente Jair Bolsonaro já disse que vai investir nas eleições municipais nas capitais brasileiras.  

Máquina

Outro quesito que leva em conta nas eleições é ter o poder da máquina pública em suas mãos. Esse é o caso de Marcos Trad que já disse que o seu maior cabo eleitoral para sua reeleição é a sua gestão à frente da prefeitura de Campo Grande. 
Se o acordo vigente com o governador Reinaldo Azambuja durar até as próximas eleições, Trad poderá ter ainda o apoio de outra máquina, ainda mais poderosa: o governo do Estado. 

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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