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PF apreende papéis que reforçam elo
de Temer com coronel investigado

PF apreende papéis que reforçam elo
de Temer com coronel investigado

FOLHAPRESS

02/06/2017 - 17h09
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A Polícia Federal apreendeu na empresa do coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, em São Paulo, documentos que reforçam a ligação do policial com o presidente Michel Temer.

Os papéis tratam da campanha eleitoral de Temer em 2002 e da obra de reforma da casa de uma das filhas do presidente, Maristela Temer.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto confirmou que Lima Filho "colaborou" com campanhas eleitorais de Temer e que Maristela procurou a empresa do coronel para obter um orçamento sobre uma reforma do imóvel, localizado no bairro paulistano de Alto de Pinheiros, mas acabou desistindo do negócio devido ao valor da proposta, que seria alto demais. A obra teria sido realizada por outra empresa.

A sede da empresa de Lima Filho, a Argeplan Arquitetura e Engenharia, localizada na Vila Madalena, na capital paulista, virou um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada no dia 18, porque dois delatores da empresa de carnes JBS afirmaram, em acordo de delação, que foi entregue R$ 1 milhão nas mãos do coronel Lima Filho, durante a campanha de 2014, como parte de um suposto acordo feito entre Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Temer.

O presidente é alvo de inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) por causa da delação dos executivos da JBS.

Um dos delatores, Florisvaldo Caetano de Oliveira, afirmou ter mantido dois encontros com Lima Filho para lhe entregar o dinheiro, em espécie.

A localização dos papéis em nome de Temer e de sua filha confirma um trecho do depoimento do delator, que relatou aos investigadores que o coronel "era conhecido como sendo de alguém ligado a Michel Temer".

Um dos papéis encontrados pela PF foi, segundo descrição nos autos, "um projeto de reforma de imóvel com o nome de Maristela Temer" em Alto de Pinheiros.

Também foi apreendido um "saco plástico com envelope pardo contendo planilha com movimentações bancárias, programação de pagamento do escritório político - Deputado Michel Temer, históricos pagamento e de candidatura da eleição de 2002".

Foram coletados ainda na empresa "impressos e recortes com matérias sobre corrupção e propina", um "conjunto de matérias de jornais e revistas ligadas principalmente ao presidente Temer" e documentos de operações financeiras em moeda estrangeira e contratos de câmbio.

Os policiais também encontraram trechos de um processo judicial do Rio de Janeiro iniciado a partir da Operação Radioatividade, uma das fases da Operação Lava Jato, para investigar as obras da usina nuclear de Angra 3. A operação levou à prisão, por acusação de recebimento de propina, do então presidente da estatal Eletronuclear, Othon Pinheiro.

Essa investigação apurou que a empresa do coronel Lima Filho também participa de um dos contratos relativos à obra de Angra 3.

A Argeplan é uma das subcontratadas da empresa finlandesa AF Consult Ltd., que em 2012 assinou um contrato de R$ 162 milhões para execução da obra. E-mails apreendidos pela Radioatividade mencionam o nome de uma pessoa identificada como "Lima" -que, para a PF, trata-se de referência ao coronel da PM- como alguém que participou do contrato relativo à usina nuclear.

OUTRO LADO

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República afirmou, em nota enviada à reportagem nesta sexta-feira (2), que o coronel Lima Filho "colaborou com todas as campanhas eleitorais de Michel Temer, desde a primeira eleição em 1986. Era sua função auxiliar na parte administrativa, gerenciando a campanha e supervisionando a prestação de contas. Fez isso também na disputa por vaga na Câmara em 2002".

Segundo a Presidência, o imóvel citado nos papéis "pertence à filha de Michel Temer, Maristela Temer. Há cerca de dois anos, ela adquiriu o imóvel e o reformou, tudo isso com recursos próprios. Solicitou orçamento à Argeplan para fazer as alterações arquitetônicas na casa, mas considerou o custo apresentado elevado e decidiu fazer com outro prestador de serviços, que estimara valor menor para as obras".

Indagado se há relações de negócios entre Temer e Lima Filho, o Planalto respondeu que "são amigos e não mantêm relação comercial."
Sobre as declarações dos delatores da JBS, a Presidência afirmou: "Jamais houve entrega de recursos ao coronel João Baptista Lima Filho a pedido de Michel Temer, neste endereço ou em qualquer outro".

Procurado pela reportagem em seu telefone celular, Lima Filho não havia sido localizado nesta sexta-feira (2) até as 17h (horário de Brasília).

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

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STF-DECISÃO

STF permite uso de vestimentas religiosas em foto de documentos oficiais

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país

17/04/2024 19h00

Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta Lula Marques / Agência Brasil

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O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta quarta-feira (17) o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a identificação individual.

Os demais ministros seguiram o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, que também é o presidente da corte. Para ele, proibir o uso dessas vestes "é uma medida exagerada e, consequentemente, desnecessária".

Barroso disse que o veto a essa possibilidade "compromete a liberdade religiosa, sem que esse comprometimento impacte de maneira muito relevante a segurança pública".

A segurança foi o argumento para que o uso dessas roupas tenha sido impedido por autoridades brasileiras.

"Embora possa haver exceções, religiosos não fazem parte de um grupo especialmente perigoso da sociedade", disse Barroso.


O processo é de repercussão geral, e sua decisão incidirá em processos similares sobre o tema em todo o país.

Após o voto do presidente do Supremo, os ministros discutiram sobre a necessidade de ampliar ou não a tese para definir até que ponto pode haver a cobertura do rosto, ou se a norma pode se aplicar para outras situações não religiosas.

Acabaram fixando a tese de que "é constitucional o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a adequada identificação individual, com rosto visível".


Votaram com o presidente os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

A ação que serve como referência trata de uma freira de Cascavel (PR) que queria renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) usando hábito (veste religiosa) na foto do documento.

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país.


Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta.

A representante da União Nacional das Entidades Islâmicas, Quesia Barreto dos Santos, disse que o uso de hábito, do véu islâmico ou de outras vestes similares são prática religiosa, e que sua retirada em público equivaleria a exigir que uma mulher não muçulmana retirasse sua camisa para foto de identificação.

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos disse que, entre os direitos de liberdade religiosa e de segurança pública, a corte devia procurar uma solução que preservasse os dois núcleos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o uso de véu não impede a identificação e se manifestou contra a exigência de retirada da vestimenta.

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