Política

SECRETARIADO

Ordem de Azambuja é ficar
de "boca fechada" sobre a equipe

Secretários e postulantes ao cargo deixam reunião às pressas para não falar com jornalistas

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Cercado de mistério, que será desvendado hoje às 7 horas, alguns secretários deixaram a reunião ontem à tarde, com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), apressados e sem falar com a imprensa. A ordem de Azambuja é ninguém falar nada sobre as mudanças pontuais no secretariado. O ex-chefe da Casa Civil Sérgio de Paula saiu, literalmente, correndo em direção ao carro para não conversar com jornalista. Ele falou ao seu motorista: “Bora, bora, bora...”. 

A pressa de Sérgio de Paula não tira a informação de bastidor de estar voltando a ocupar cargo de destaque no segundo mandato de Azambuja. Ele é indicado para integrar a equipe de Eduardo Riedel, na Secretaria de Governo, com a missão de participar das articulações políticas, sobretudo, nos contatos com deputados estaduais, prefeitos, vereadores e outras lideranças políticas. 

Essa função ele exerceu como chefe da Casa Civil. A pasta foi incorporada à Secretaria de Governo ainda na metade do mandato de Azambuja e Sérgio de Paula foi trabalhar na direção do PSDB. Ele foi coordenador da campanha da reeleição de Azambuja no interior do Estado.

Outro articulador político do governador deve ser o atual secretário estadual de Administração, Carlos Alberto Assis, coordenador da campanha de Azambuja em Campo Grande. Ele poderá se juntar à equipe de Riedel ao lado de Sérgio de Paula na Secretaria de Governo.

Assis parou para falar com a imprensa, mas não deu nenhum detalhe. “Só amanhã [hoje]”, declarou. “O chefe [Azambuja] pediu para não falar e tenho de obedecer”, ressaltou o virtual futuro articulador político do governo. “Até o dia 31, ele é chefe ainda”, completou, referindo-se ao governador.

Para a Secretaria de Administração, a ideia do governador é colocar o atual diretor-presidente do Detran, Roberto Hashioka. 

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB), cotado para assumir a Secretaria de Saúde, também não quis falar sobre a sua participação na sua equipe. “Deixa o governador falar. Amanhã [hoje] cedo ele vai anunciar”, esquivou-se. Questionado se vai mesmo para a saúde, Geraldo respondeu: “espero que o governador possa afirmar amanhã [hoje]”.

Ele disse que o objetivo da reunião com Azambuja foi tratar sobre a liberação de recursos, e não cargos, que teria conseguido em Brasília, para a obra do Hospital Regional de Dourados. 

O deputado estadual eleito Coronel David (PSL) saiu sorridente da reunião com o governador. Ele assegurou, no entanto, a inexistência de convite para integrar a equipe de Azambuja. Rindo bastante, David disse: “não vou ser secretário”.

O deputado garantiu ainda não ter tratado sobre a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa. Ele busca apoio para ocupar o cargo na mesa diretora. Mas ninguém consegue convencer o atual primeiro-secretário, Zé Teixeira (DEM), a desistir de permanecer na função.

FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

Balanço

Com uma sessão a cada 3 dias, ALEMS encerra trabalhos de 2025

De acordo com o balanço anual, foram 119 sessões plenárias e 249 aprovações

17/12/2025 14h00

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do ano

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do ano Wagner Guimarães/ALEMS

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O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP) abriu a última sessão plenária do ano nesta quarta-feira (17) com um balanço geral dos trabalhos de 2025. 

Ao todo, foram 119 sessões plenárias realizadas na ALEMS ao longo do ano, resultando em um balanço de uma sessão a cada três dias. 

Segundo os dados levantados pela Secretaria de Assuntos Legislativos e Jurídicos, menos da metade das proposições apresentadas ao longo do ano foram aprovadas nas plenárias. 

Em números, foram 508 proposições, sendo 225 Projetos de Lei (PL), 151 Projetos de Resolução (PR), 18 Projetos de Decreto Legislativo (PDL), 12 Projetos de Lei Complementar (PLC) e duas Emendas à Constituição (PEC). 

Destas, foram 249 aprovações, sendo 94 PLs, 134 PDLs e seis PECs, o que resulta em 49,02% do montante. 

Outros 193 projetos continuam em tramitação para análise no próximo ano e 55 propostas foram rejeitadas. 

Distribuídas entre as sessões plenárias, foram 419 votações e 195 Diários Oficiais do Legislativo publicados. 

Balanço geral do ano foi apresentado em última sessão plenária do anoPara o presidente Gerson Claro, os números representam um sucesso para a Casa. 

“Ano de muito trabalho, quero agradecer o empenho das equipes de gabinetes e dos servidores da ALEMS que tem uma equipe técnica aguerrida, que trabalhou muito durante o ano. Ao pessoal da comunicação, da segurança, do cerimonial, do financeiro, da primeira secretaria, enfim, a todos o nosso agradecimento, sem vocês não conseguiríamos fazer e tocar o Mato Grosso do Sul”, ressaltou.  

Os dados mostram, ainda, outras 4.314 proposições como indicações, moções, requerimentos e emendas, 6.389 ofícios expedidos pela 1ª Secretaria e outros 1.665 ofícios expedidos pela Presidência. 

Gerson Claro também ressaltou que todos os debates na Assembleia foram pautados pelo “respeito e diálogo”. 

“É por isso que pudemos ter números tão expressivos. Nem tudo teve votação unânime, mas respeita-se a democracia e o ambiente de debate é natural de um Parlamento. Várias audiências públicas foram realizadas, homenagens, solenidades, a nossa Corrida dos Poderes, nossa festa junina, um ano para fazer agradecimento a Deus pelo que vivemos e a todos os poderes que trabalharam em harmonia”, finalizou.

O deputado Zeca do PT também elogiou o trabalho dos parlamentares e servidores da ALEMS. 

“Eu gostaria, com muita humildade e respeito à Vossa Excelência, a sua família, aos nobres colegas deputados e seus familiares, aos nossos servidores, a esta Casa um Feliz Natal e um próspero 2026”, desejou.

O deputado Londres Machado (PP) também ressaltou o trabalho da Mesa Diretora e destacou os números promissores do balanço geral. 

“Estamos terminando as votações e enquanto líder do Governo, eu venho agradecer à Vossa Excelência, à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que conduziu muito bem o plenário, seu gabinete esteve sempre aberto aos deputados. O Governo conseguiu aprovar 48 projetos na Casa de Leis. Quero agradecer os líderes de cada bloco e bancada, que votaram os projetos de interesses do Estado”. 

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