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Nanicos buscam o 'imponderável' ao escolher nome de urna

A legislação eleitoral não impõe grandes restrições aos nomes de urna

FOLHAPRESS

22/09/2018 - 12h41
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"Dentro da minha campanha, só o imponderável para ser eleito." Essa é a expectativa do cobrador de ônibus Laércio Menezes Santos, 58, que está expressa inclusive em seu nome de urna para deputado federal pelo PMN em São Paulo: "Buscando o Imponderável".

Menezes escolheu se filiar ao PMN por ser um partido menor, mas que poderia facilitar seu engajamento. Ele diz não esperar apoio da legenda para sua campanha, mas nem por isso desiste da candidatura, já deferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Você tem ciência que apoio é uma coisa fantasiosa. Mas dentro do meu círculo social a aceitação [ao nome] está sendo muito boa. É exatamente esse meu capital", completa o candidato, que disputa sua primeira eleição.

"Todas as ideologias políticas falharam no mundo. Não tenho mestrado, mas tenho uma visão afinada no contexto social e econômico", diz Menezes, que nasceu em Aracaju e tem o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama como exemplo na política.

Caso eleito, Menezes diz que vai trabalhar para acabar com a reeleição, com a farra do Judiciário e outros privilégios. "Pode perceber que vou arrumar muitos inimigos, mas isso é o imponderável", completa, em alusão ao seu nome de urna.

"Buscando o Imponderável" não está sozinho. Outros candidatos a deputado federal e estadual por São Paulo apostam em nomes alternativos na tentativa de chamar a atenção e obter uma vaga no Legislativo -seja estadual ou federal.

Nas urnas paulistas, por exemplo, os eleitores poderão encontrar candidatos que atendem por nomes como "Exclusivo", "Fundo de Garantia", "Meu Jovem", "O Homem da Moto", entre outros.

SIMBOLISMO

Mas o que leva candidatos a utilizarem nomes alternativos para a corrida eleitoral?

Para Luciana Veiga, coordenadora do programa de pós-graduação em Ciência Política da Unirio, uma das hipóteses é uma tentativa do candidato de se aproximar do eleitor, a partir de algo que tenha a ver com sua trajetória. Ou então, algo que simplesmente traga uma ironia e facilite a memorização por parte do eleitor.

"Nesse caso ele pode usar um codinome, um nome pelo qual é conhecido. É uma maneira de você fazer um vínculo entre aquilo que é o seu capital e transferir para a urna."

Já para o consultor de opinião pública Maurício Lima, fundador da empresa Ideia Big Data, a estratégia de apelar para o simbólico não se restringe a candidatos anônimos e tem o ex-presidente Lula como um de seus expoentes.

"O eleitor brasileiro valoriza muito o elemento simbólico. Nesse contexto, esses nomes ajudam o candidato a se conectar com eleitor no campo simbólico. Lembrando que o elemento maior desse caso é do próprio ex-presidente Lula. O mesmo mudou de nome para incorporar sua marca principal" [em 1982, Luiz Inácio da Silva acrescentou "Lula" ao nome de batismo e disputou o governo de São Paulo].

Luciana pondera que também há uma outra hipótese, quando nenhuma dessas características estão presentes, que seria a candidatura por simples deboche ou protesto. "Uma coisa é trazer algo do esporte ou de outra área que tenha a ver com sua trajetória. Sem isso, fica uma candidatura vazia".

LEI

A legislação eleitoral não impõe grandes restrições aos nomes de urna que os candidatos podem apresentar -uma liberdade que acaba explorada ao máximo pelos postulantes. A regra barra apenas nomes que sejam ofensivos, atrelados a órgãos públicos e que induzam o eleitor a achar que se trata de outra pessoa.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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