Política

PLANO PARA O FUTURO

A+ A-

MDB passará por reestruturação para retomar o poder nas eleições

Partido saiu menor do pleito deste ano, perdendo mais da metade da bancada na Assembleia

ADILSON TRINDADE

16/11/2018 - 04h00
Continue lendo...

O MDB passará por processo de reestruturação, depois das últimas eleições, para voltar a ser protagonista na política de Mato Grosso do Sul. O partido saiu menor das eleições deste ano. O MDB entrou na campanha eleitoral com bancada de sete deputados estaduais. Só elegeu três para cumprir mandato a partir do próximo ano e a correção de rumo está sendo avaliada para o “partido voltar com força” nas próximas eleições.

O ano não foi feliz para o partido que comandou Mato Grosso do Sul e a Prefeitura de Campo Grande por longo período. O MDB chegou a ser a maior legenda do Estado. Os problemas começaram em 14 de novembro do ano passado, com a primeira prisão de André Puccinelli. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região mandou soltá-lo 24 horas depois. Essa prisão aconteceu a 15 dias do “grande encontro do MDB” para lançamento da pré-candidatura dele à sucessão estadual.

Os pilares do MDB foram novamente abalados com a segunda prisão do seu principal líder, o ex-governador André Puccinelli, em 20 de julho. Ele estava entre os favoritos na corrida para governo do Estado, mas o seu plano eleitoral foi interrompido abruptamente às vésperas da convenção partidária para homologação de sua candidatura. A prisão deixou o partido atordoado e sem muito o que fazer para concorrer às eleições.

Às pressas, o partido apresentou a senadora Simone Tebet para disputar ao governo depois de visitar o ex-governador na prisão. André fez apelo à senadora para não deixar o MDB sem candidatura à sucessão estadual. Ela aceitou o desafio e dias, depois da convenção, renunciou e o partido sofreu outro abalo. A solução foi colocar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi, que estava pronto para disputar à reeleição.

Em 20 dias, o MDB ficou sem rumo com a indefinição de candidatura a governador. Isso prejudicou o partido. Chegou-se a cogitar a apoiar o procurador de Justiça Sérgio Harfouche, vice de Simone, para encabeçar a chapa. A cúpula partidária não aceitou a ideia por considerar importante, no momento de crise, apostar em outro nome da legenda. Mochi foi escolhido e Harfouche alçou voo solo concorrendo ao Senado, pelo PSC.

Harfouche acabou surpreendendo nas urnas, sendo mais votado em Campo Grande, com 163.314 votos. E, na contagem geral, Harfouche ficou em sexto lugar com 292.301 votos, tendo vantagem de 1.758 votos sobre o deputado federal e ex-governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, até então um dos favoritos para ficar com a segunda vaga de senador. Zeca acabou sendo atropelado no dia das eleições por Marcelo Miglioli (PSDB), Waldemir Moka (MDB), Soraya Thronicke (PSL) e Nelsinho Trad (PTB). Os dois últimos foram eleitos senadores.

Enquanto os adversários estavam com candidaturas para governador construídas há meses, Mochi entrou na disputa começando do zero. E, mesmo assim, recebeu 150.115 votos, representando 11,61%, ficando em terceiro lugar na corrida eleitoral.

Mochi não se considera derrotado pelas circunstâncias dos problemas do partido. Os mais de 150 mil votos, no entanto, transformaram-se em capital político e eleitoral do presidente da Assembleia Legislativa. Com essa votação, ele já pensa nas próximas eleições e não está em seus planos candidatura a deputado estadual. Mochi acha que já cumpriu a sua missão em três mandatos (12 anos), sendo dois (quatro anos) como presidente do Poder Legislativo.

Política

Gonet defende extinção de queixa de Bolsonaro contra Lula por injúria e difamação

O argumento é que o petista tem imunidade referente ao cargo que ocupa

18/03/2024 21h00

Carlos Moura/SCO/STF

Continue Lendo...

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu em manifestação na última sexta-feira (15) a extinção de queixa-crime movida no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra Lula (PT) por suposta difamação e injúria. O argumento é que o petista tem imunidade referente ao cargo que ocupa.

Bolsonaro afirma que o petista cometeu os crimes ao sugerir durante discurso que o ex-presidente seria o verdadeiro dono de uma mansão na Califórnia (EUA) ligada ao tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens e agora delator.

A petição de Bolsonaro foi apresentada ao STF em outubro do ano passado e, no início deste mês, o relator do caso, ministro Luiz Fux, pediu a manifestação da PGR sobre o assunto.

Em discurso feito em maio de 2023, durante cerimônia de assinatura do decreto de regulamentação da Lei Paulo Gustavo, Lula falava de corrupção no governo anterior quando acrescentou:

"Agora mesmo acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordem; certamente, é para o paladino da discórdia; o paladino da ignorância; o paladino do negacionismo", disse o petista.

Na explicação dada pelos advogados de Bolsonaro ao STF, a mansão localizada no sul da Califórnia, comprada por US$ 1,7 milhão, está registrada em nome de Cid Family Trust, empresa de propriedade de Daniel Cid, irmão de Mauro Cid.

Os advogados afirmam que Daniel Cid tem "uma longa e consolidada carreira no setor de tecnologia e segurança digital na Califórnia, com a qual fez fortuna de maneira completamente lícita".

"O patrimônio de Daniel não foi construído subitamente, sendo calcado em um extenso histórico profissional que não guarda qualquer relação com seu irmão, Mauro Cid", continuam eles.

Bolsonaro afirma que a declaração de Lula foi leviana e falaciosa e, além de pedir a condenação por injúria e difamação, o ex-presidente cobra uma retratação pública, sob pena de multa.

Ao analisar a queixa-crime, o ministro Luiz Fux abriu prazo para manifestação da PGR, mas antecipou que o artigo 86 da Constituição Federal atribui imunidade processual temporária ao presidente da República durante o exercício do mandato, em relação a crimes comuns e sem relação com as funções no Planalto.

Gonet também citou o artigo e defendeu a extinção da queixa-crime "por ausência de condição de procedibilidade", em parecer assinado nesta sexta-feira (15).

Segundo o procurador-geral da República, não se trata de "irresponsabilidade penal", e sim de "imunidade temporária à persecução penal".

"As condutas narradas, por serem estranhas às suas funções, invocam a aplicação da imunidade constitucionalmente conferida ao presidente da República e impedem a instauração da ação penal, enquanto não cessar o respectivo mandato", escreve Gonet.

    

Política

Pedrossian Neto abandona sonho e menciona sentimento de traição após apoio de Nelsinho Trad ao PSDB

Até então pré-candidato pelo PSD, deputado estadual publicou nota após descobrir que o presidente estadual da sigla apoiaria outro partido

18/03/2024 17h50

Divulgação

Continue Lendo...

Após o presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, anunciar apoio ao PSDB para a disputa pela prefeitura de Campo Grande, o até então pré-candidato, deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, publicou uma nota anunciando o adiamento do sonho de assumir a Prefeitura de Campo Grande e apontando traição à militância do partido.

Ao iniciar o texto, o deputado destaca que a política é feita de "sonhos e de lutas, de vitórias e de revezes", e relata que apresentou a pré-candidatura por acreditar que Campo Grande poderia ser "tratada com mais dignidade e respeito" e que ela "pudesse voltar a ser capital onde todos sentimos orulho de morar".

No entanto, nas palavras de Pedrossian Neto, "esse sonho terá que ser adiado diante dos últimos acontecimentos".

Isso porque Nelsinho Trad declarou apoio à pré-candidatura do deputado federal tucano Beto Pereira.

Segundo a nota, Pedrossian Neto ficou sabendo da mudança de apoio do partido através da imprensa, já que o Correio do Estado havia adiantado a composição no dia 11 deste mês.

"Fui surpreendido, pela imprensa, com declarações individuais e prematuras que, a revelia do que pensa e deseja a base do partido, inviabilizam na prática a construção de uma chapa majoritária própria", afirmou.

O deputado estadual declarou ainda que a falta de confiança no trabalho por parte do partido "trai" o sentimento de grande parte da militância. Confira:

"E pior: traem o sentimento da maioria de nossa militância, que acredita nesse projeto coletivo, que ganhava projeções de crescimento nas últimas pesquisas. Política, é bom lembrar, se faz com convencimento e com diálogo, não com imposições ou atos de força", diz texto.

A nota acrescenta ainda que o apoio de Pedrossian Neto e de seu grupo político a qualquer outro projeto eleitoral só será definido "após ouvida e consultada a vontade coletiva e soberana de nossos filiados".

Confira a nota na íntegra

"A política é feita de sonhos e de lutas, de vitórias e de revezes. 

Apresentei minha pré-candidatura a prefeito de Campo Grande por acreditar que a cidade que eu amo, o lugar onde eu nasci e onde crio meus filhos, poderia ser tratada com mais dignidade e respeito. E que sobretudo ela pudesse voltar a ser a capital onde todos sentimos orgulho de morar. 

Unifiquei o meu partido, o PSD, em torno desse projeto, buscando quadros novos, lideranças promissoras, gente que pudesse não apenas disputar e vencer eleições, mas sobretudo contribuir com a construção de uma cidade melhor. 

Esse sonho, no entanto, terá que ser adiado diante dos últimos acontecimentos. 

Fui surpreendido, pela imprensa, com declarações individuais e prematuras que, a revelia do que pensa e deseja a base do partido, inviabilizam na prática a construção de uma chapa majoritária própria. 

E pior: traem o sentimento da maioria de nossa militância, que acredita nesse projeto coletivo, que ganhava projeções de crescimento nas últimas pesquisas.

Política, é bom lembrar, se faz com convencimento e com diálogo, não com imposições ou atos de força.

Diante disso, nos termos do estatuto do partido, em obediência a lei eleitoral, e na qualidade de presidente municipal do PSD, afirmo que o apoio do deputado estadual Pedrossian Neto e de seu grupo político a qualquer outro projeto eleitoral somente será definido, em momento oportuno, após ouvida e consultada a vontade coletiva e soberana de nossos filiados. 

Ademais, temos uma chapa de pré-candidatos a vereador, com fortes lideranças em inúmeros segmentos, que precisa ser consultada e preservada. Política se faz coletivamente.

Manteremos o diálogo e as portas abertas, como sempre fizemos, com todos aqueles que saibam respeitar o partido e que partilhem de nossas visões e projetos para a nossa cidade. 

Pedrossian Neto,
Campo Grande, 18 de março de 2024."

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).