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Mato Grosso do Sul tem 61 mil
eleitores impedidos de votar

Número de títulos cancelados de quem não fez cadastro biométrico equivale a uma Ponta Porã

RENATA VOLPE HADDAD

25/09/2018 - 07h00
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O número de títulos de eleitores cancelados em Mato Grosso do Sul por não terem feitos cadastros biométricos equivale a praticamente a quantidade de eleitores de Ponta Porã. De acordo com os dados Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS), 61.502 mil estão impedidos de votar em outubro. Este número foi o suficiente para eleger o petista Vander Loubet para deputado federal em 2014. Ele teve 69.504 votos nas eleições. O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) teve bem menos que isso: foi eleito com 54.813 mil votos em 2014.

Tendo por base na votação para deputado estadual, daria para eleger três vezes George Takimoto (MDB), que obteve 16.586 mil votos em 2014. Assim como Pedro Kemp (PT), que conseguiu 20.174 mil votos nas eleições passadas.

Com a quantidade de eleitores que não podem votar nas eleições deste ano, também daria para eleger o deputado Eduardo Rocha (MDB) duas vezes. Em 2014, ele teve 30.873 mil votos.

MUNICÍPIOS
Em comparação com o número de eleitores dos maiores municípios do Estado, Corumbá tem 69.302 votantes, conforme o TRE. Ponta Porã tem 63.352 e Três Lagoas conta com 77.800 eleitores. A Capital concentra o maior número, 591.374 aptos a votar. 

A quantidade de eleitores do Estado que perderam o título equivale a duas vezes a quantia de votantes em Paranaíba, que são 30.760.

ABSTENÇÃO
Nas eleições de 2014, deixaram de votar em Mato Grosso do Sul 373.191 eleitores no primeiro turno. A abstenção no segundo turno naquele ano foi ainda maior, com 420.367.

No dia 30 de abril, o cadastramento biométrico foi encerrado no Estado. Na data, o TRE contabilizou 74,5 mil eleitores que tiveram o título cancelado porque não fizeram a biometria. 

Porém, foi dada uma nova chance para os eleitores sul-mato-grossenses de realizar o cadastro até o dia 9 de maio. Mas apenas 12.998 votantes se interessaram em realizar a biometria e não perder o título de eleitor.

STF
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, pediu, no dia 20, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentasse, em 72 horas, esclarecimentos sobre o cancelamento de títulos de brasileiros que não realizaram o cadastro biométrico. No despacho, o ministro Barroso solicitou que a Corte Eleitoral preste os esclarecimentos que entender relevantes sobre o número de títulos cancelados por estado, além de quantitativo de títulos cancelados nas eleições passadas, o critério utilizado para determinar as localidades que seriam objeto de cadastramento biométrico e eventuais impactos decorrentes da sustação do cancelamento dos títulos sobre a segurança das eleições.

“Alerto para a proximidade do pleito eleitoral e a imprescindibilidade de se produzir decisão, o mais brevemente possível, que assegure solução adequada à questão sem ameaçar a segurança e/ou o adequado funcionamento das eleições”, declarou.

O ministro também julgou relevante que a Procuradoria-Geral da República e a Advocacia-Geral da União se pronunciem, dentro do mesmo prazo de 72 horas.

IMPEDIMENTO
Também no dia 20, o ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, afirmou estar impedido de analisar a ação, que partiu do Partido Socialista Brasileiro (PSB). No pedido, o partido alegou que o número de eleitores que tiveram seus títulos cancelados é elevadíssimo. O documento diz que os prováveis mais de 4 milhões de títulos eleitorais cancelados representam a totalidade de eleitores de estados como Goiás e Maranhão. O número equivale à soma do total de eleitores dos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

Campo Grande

Riedel confirma apoio a Beto Pereira: "é o pré-candidato deste grupo político"

Embora ambos pertençam ao PSDB, governador vinha evitando se manifestar sobre as eleições deste ano

22/04/2024 20h44

Governador Eduardo Riedel Gerson Oliveira

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), confirmou na noite desta segunda-feira (22) seu apoio à pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à prefeitura de Campo Grande. Apesar de a confirmação soar óbvia, o governador do Estado vinha adiando o máximo possível o anúncio. 

“Nós estamos em plena pré-discussão eleitoral. Nós temos um grupo político, e na campanha ainda não está definido quem serão os candidatos ou as candidatas. Existem aqueles que todos vocês sabem, existe a prefeita Adriane (Lopes, PP) pré-candidata à reeleição; aí você tem o Beto, deste nosso grupo político, o pré-candidato à eleição; a Rose (União Brasil) que se coloca como pré-candidata hoje a eleição, e não sei se terão candidatos do PT ou do PL, ainda há uma discussão”, disse Eduardo Riedel. 

“A nossa posição é muito clara. Nós devemos apoiar o Beto. Ele é o pré-candidato deste grupo político à prefeitura de Campo Grande”, confirmou o governador. 

O próprio governador, ao ser perguntado pelo Correio do Estado, lembrou que em 31 de dezembro, ao conceder uma entrevista para uma rádio, foi perguntado da mesma forma, e disse na ocasião que só se manifestaria neste ano. 

A decisão de Riedel também serve para baixar a poeira no grupo político de Eduardo Riedel e de seu antecessor Reinaldo Azambuja (PSDB). Desde que o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, filiou-se ao PSD, uma pré-candidatura dele passou a ser cogitada à prefeitura da Capital. 

Riedel e Beto Pereira estavam comparecendo junto a vários eventos, mas em nenhum deles o governador falava formalmente da aliança. A aparição mais recente foi na decisão do campeonato Estadual, no último domingo, na Moreninhas, em Campo Grande. 

Grupos diferentes

A pré-candidatura de Beto Pereira à prefeitura de Campo Grande também deve dividir o grupo político até então liderado pelo PSDB. É que o PP, liderado pela senadora Tereza Cristina, deve lançar a prefeitura Adriane Lopes à reeleição. Tereza Cristina sempre foi aliada de primeira hora de Eduardo Riedel e de Reinaldo Azambuja. 

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Maturidade Política

"Se não houvesse isso, jamais conseguiríamos estar dando esse passo", diz Riedel

O governador Eduardo Riedel destacou o momento de alinhamento político durante reunião com 75 prefeitos no lançamento do programa MS Ativo Municipalismo

22/04/2024 19h00

Com o programa MS Ativo Municipalismo, Riedel segue a risca a cartilha de seu antecessor, o também tucano, Reinaldo Azambuja, que fazia aproximações do governo do Estado com as prefeituras Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Durante reunião para lançamento do MS Ativo Municipalismo, o governador Eduardo Riedel frisou a importância da gestão que prioriza o equilíbrio fiscal e enfatizou a maturidade política que possibilitou a reunião com 75 prefeitos que vieram prestigiar o programa que pretende atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul.

Diante deste cenário, o governador elencou a importância de conseguir conversar com prefeitos de diversos municípios para alinhar as demandas. O programa gira em torno de três eixos de investimento que são a infraestrutura, saúde e educação.

O lançamento ocorreu no final da tarde desta segunda-feira (22), no Convenções Rubens Gil de Camilo, onde houve o anúncio de R$ 3,96 bilhões em verbas para investimentos na infraestrutura, saúde e educação.

"É essa convicção desse modelo que a gente traz até aqui, a convicção de que precisamos estar juntos para poder resolver o problema das pessoas, mas não só na infraestrutura. E esse talvez seja um passo a mais que a gente esteja dando aqui", pontuou Riedel. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, os investimentos que estão em execução e ainda os que estão programados, alcançam o montante de R$ 3,96 bilhões

Com o programa MS Ativo Municipalismo, Riedel segue a risca a cartilha de seu antecessor, o também tucano, Reinaldo Azambuja, que fazia aproximações do governo do Estado com as prefeituras. 

Para a reportagem do Correio do Estado, o Presidente da Assomasul e prefeito de Nioaque, Valdir Junior (PSDB), apontou a necessidade de manter o municipalismo ativo, para ele a maior demanda entre os prefeitos gira em torno da infraestrutura.

"Mas também entra a parte da saúde, educação, da inclusão social que vem atendendo. A gente vê universalização do saneamento atingindo os municípios do Estado. Hoje esse evento é mais um marco para o municipalismo", disse Valdir Junior.

"Nosso governador fez isso com sua equipe de secretariado, escutou as lideranças que foram eleitas democraticamente e estamos levando para casa o investimento para poder [aplicar] em todos os setores".

Ainda, conforme o prefeito de Nioaque, o governador Eduardo Riedel escutou os prefeitos, vereadores e vereadoras de modo que o investimento não será feito apenas "de cima para baixo", mas visando atender as necessidades de cada município. 

Representando a bancada federal, o deputado Vander Loubet (PT-MS) apontou o amadurecimento da classe política de Mato Grosso do Sul, destacando o alinhamento entre o governo do Estado com os municípios em um programa que classificou como "histórico" para o Estado dado o maior volume de convênios entre Estado e municípios. 

"O Governo Federal, nesse novo PAC, são R$ 89,5 milhões, só na construção de 37 novas UBS, Unidade Básica de Saúde, em 37 municípios. São R$ 160 milhões para educação em 57 municípios, na construção de creches, centro de educação infantil, de escolas em tempo integral e aquisição de ônibus escolares. São R$ 50 milhões para os dois novos campus do Instituto Federal aqui no Mato Grosso do Sul um para Amambai e outro para Paranaíba", disse Vander.

Na área de infraestrutura, a concessão da obra da Ernesto Geisel, que está no PAC e já está aprovada. A recuperação da BR-267, entre Caracol e Porto Murtinho. A construção da alça do acesso da BR-267 até a ponte do Rio Paraguai. A construção do contorno rodoviário de Três Lagoas. O término da fábrica de fertilizante em Três Lagoas. E a conclusão das obras de ampliação do aeroporto de Dourados. Na área de habitação, o investimento de R$ 550 milhões, R$ 450 milhões do Governo Federal e R$ 90 milhões da contrapartida do Estado no programa Minha Casa Minha Vida. Ou seja, esse é o papel do Estado"

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro (PP), rememorou uma fala do então à época governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que explicou que antes de realizar um governo municipalista era necessário ter verba para realizar os investimentos. 

Em outra fase, Gerson Claro apontou o "contrato" firmado com os gestores municipais para aumentar os índices de desenvolvimento dos municípios.

"E agora o municipalismo ativo, que eu entendo que dá um passo a mais. Nós vivemos um municipalismo com o Reinaldo, onde foi debatido e tratado a infraestrutura, agora em uma espécie de contrato de gestão, o municipalismo ativo vem para poder fazer uma espécie de contrato com os prefeitos, onde além da infraestrutura nós devemos prestar atenção nos índices de desenvolvimento dos municípios", explicou Claro.

 

 

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