O deputado Carlos Marun, que encabeça o grupo de defesa do presidente Michel Temer, afirmou hoje durante sessão da Comissão de Constitutição e Justiça (CCJ) da Câmara que o relator Sergio Zveiter (RJ) deveria sofrer alguma medida pelo PMDB.
Zveiter foi favorável à denúncia do presidente e está no mesmo partido de Temer. Ele leu o relatório na primeira reunião da CCJ ontem. "Não sei se é o caso de o deputado sair do partido, porque defendeu uma punição mesmo sem provas", opiniou Marun.
O parlamentar por Mato Grosso do Sul, junto com outro nove integrantes do PMDB, incluindo o lídero do partido, Baleia Rossi (SP), apresentaram parecer alternativo ao de Sergio Zveiter, que recomenda a Câmara a não autorizar o prosseguimento da denúncia.
"O pusilânime relatório ontem apresentado será derrotado na CCJ e venceremos no plenário. O próprio relator reconhece a inexistência de provas. É absurdo que em uma situação como esta se recomende o afastamento de um presidente. É covardia querer jogar a responsabilidade para o STF", defendeu Marun.
Se o relatório de Zveiter for rejeitado na CCJ, um alternativo pode ser utilizado como documento final, que é encaminhado para o plenário da Câmara.
"Nós deputados é que temos que ter a coragem de reafirmamos um dos princípios básicos da civilização e da vida democrática, ou seja, que 'Ninguém pode ser punido sem que esteja comprovada a sua culpa'. Fora disto é oportunismo e barbárie", defendeu Carlos Marun.
VOTAÇÃO
Outra questão tratada como prioridade pelos deputados que defendem Temer é a data de votação do relatório final. O presidente da comissão Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) disse que deve haver votação até sexta-feira (14). A data é crucial porque a segunda-feira (17) é o último dia de trabalho dos deputados antes do recesso de duas semanas.
Durante a sessão, pode haver a participação dos 122 integrantes da CCJ e de mais 40 deputados não membros. Se todos participarem, a discussão pode levar até 40 horas para ser finalizada.