Política

SEGURANÇA NACIONAL

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Marinha brasileira suspeita de espionagem de navio russo

Navio Yantar estava dentro da Zona Econômica Exclusiva do Brasil

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A Marinha brasileira monitorou durante uma semana um navio russo de pesquisa e inteligência suspeito de espionagem na Europa e nos Estados Unidos. O sinal de alerta foi aceso no último dia 10, quando o Centro Integrado de Segurança Marítima do Rio de Janeiro detectou o Yantar, uma embarcação de tecnologia avançada de sensores, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. Logo após um primeiro contato, o navio sumiu do monitoramento, levantando a hipótese de que o equipamento AIS, que permite a sua localização, tenha sido desligado.

Uma operação de patrulha do navio foi imediatamente desencadeada. No fim da tarde do domingo, 16, um helicóptero da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) localizaram a embarcação a 50 milhas (80 quilômetros) das praias do Rio. Numa primeira abordagem, a tripulação russa não atendeu às chamadas. Depois, deu resposta evasiva à pergunta sobre o trabalho que realizava. O barco, nesse momento, já estava próximo do litoral fluminense, numa área de cabos submarinos de internet, atracando na noite do dia 18 no porto do Rio, onde deve ficar até o fim de semana.

Precedentes

Com sensores de alta tecnologia para rastrear o fundo do mar, o navio oceanográfico Yantar sempre esteve na mira de governos. A embarcação está há cinco anos em atividade. Desde seu lançamento, a Rússia costuma repetir que o navio de 5.700 toneladas e 108 metros atua em pesquisas científicas e em ajuda a outros países.

Entre dezembro de 2017 e abril de 2018, o Yantar atuou nas buscas do submarino ARA San Juan, que desapareceu na costa argentina. Depois, em junho, ao passar pelo Canal da Mancha, a embarcação foi escoltada de forma preventiva pela Força Aérea do Reino Unido e tratada como um “navio espião” pela imprensa londrina. Em novembro de 2019, causou suspeita por desligar o radar no mar do Caribe e na costa dos EUA. Autoridades americanas levantaram a suspeita de que os pequenos submarinos transportados pelo Yantar operam especialmente no rastreamento de áreas de cabos submarinos.

Conexões

Os cabos submarinos ligam os servidores de internet de países de diferentes continentes. Estima-se que essas ligações respondam por 99% das comunicações transoceânicas e 97% das conexões de internet entre os servidores do mundo. Nesta semana, o serviço de inteligência da Irlanda flagrou agentes russos investigando cabos submarinos de fibra ótica que conectam a Europa aos Estados Unidos. A segurança dos dados que passam pelos cabos é uma preocupação central de Washington e Europa.

Na Zona Econômica, o Brasil tem direito exclusivo de exploração de todos os recursos marinhos, na água, solo e subsolo, como petróleo, gás natural e frutos do mar. A área corresponde a 3,6 milhões de km², espaço maior do que as regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Nesta zona marítima, o País também monitora e orienta o tráfego de embarcações.

A rede de comunicação nos oceanos é composta por 378 cabos submarinos, uma ligação de 1,2 milhão de quilômetros quadrados. É um sistema em expansão contínua. Além disso, esse mercado tem crescido continuamente, com diversos projetos em andamento para lançamento de novos cabos submarinos. Isso quer dizer que uma ruptura desses cabos pode não apenas causar danos gravíssimos à economia global, como deixar países inteiros sem acesso à internet.  

O temor, no caso da Irlanda, é que pontos fracos na estrutura desses cabos pudessem permitir o hackeamento das informações ou até mesmo que eles pudessem ser cortados, interrompendo o tráfego de dados.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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