Política

PANDEMIA

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Ex-ministro da Saúde critica politização da saúde em audiência na Câmara

"Estamos à deriva, em uma nau sem rumo", disse Mandetta

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Depois de ver a política implementada no tempo em que passou no Ministério da Saúde definhar, o médico Luís Henrique Mandetta falou na Câmara Municipal de Campo Grande nesta quarta-feira (8), sobre o cenário da saúde durante a pandemia. A audiência pública abordou temas como as medidas adotadas no Estado e na Capital.  

Para ele a União deixou de fazer parte do sistema de três partes que o Sistema Único de Saúde (SUS) é baseado. Município, estado e federação são responsáveis pela administração, e, caso haja discordâncias, o Governo Federal deveria ser o mediador. “Isso não existe desde a saída de Nelson Teich do ministério",disse. 

“Estamos à deriva, em uma nau sem rumo. Faz 60 dias que estamos sem Ministro da Saúde. De 10 medidas de combate à pandemia, 9 saíram do Legislativo”, argumenta o ex-ministro. A principal critica é sobre a politização feita da doença.  

Segundo ele, “isso já passou de qualquer limite do razoável, e não é inteligente tornar isso uma discussão política”.  A comunidade científica de Campo Grande deve ser bem explorada, e tratar o assunto fora da esfera acadêmica pode afastar pessoas que podem contribuir.  

Em momentos como esse é o que mais precisamos do que ele chama de “escuta especializada”. “Quando o médico propõe tratamento pouco utilizado, há preocupação. E ela aumenta quando profissionais da área começam a engrossar o coro o político”. Em contraponto, ele diz que a ciência ainda não tem resposta para o combate à doença.

Para exemplificar o assunto, Mandetta relembra a pílula do câncer que, em 2015, pacientes queriam acesso ao medicamento por meio de decisões judiciais. Além disso, diz ser inocente pensar que alguém tem a cura da doença e a esconde da população. “A ciência política permite uma solução imediata, já a ciência da saúde não”, finaliza.  

Campo Grande precisa se preparar para atender o Estado

Para Mandetta, a capital precisa estar pronta para dar conta de uma pandemia estadual, pois boa parte dos atendimentos são feitos por aqui. E justificou a afirmação dizendo que na época que era secretário de saúde da capital, havia 1,8 milhão de pessoas na base do SUS da cidade.  

“A tendência é que as pessoas venham para Campo Grande, pois é o lugar em que a probabilidade de sobrevivência é maior”. O alerta é porque a cidade está na fase de crescimento exponencial. Para exemplificar essa declaração, ele recorda o caso da Itália que em um período de 48h dobrou o número de mortes diárias.  

O ex-ministro também criticou as políticas públicas implementadas em Dourados. Lá foram implementados 40 leitos e a região macro que ocupa abrange 1 milhão de pessoas. A cidade declarou, nesta quarta-feira, o fechamento de academias, bares e casas noturnas.  

Sobre a volta das aulas, Mandetta fala com cautela, “pois os jovens se recuperam com certa tranquilidade da doença”. No entanto, se voltarem às aulas eles terão de dividir meios de transportes públicos com os trabalhadores, que tendem a sofrer um pouco mais. Esse é um desafio de planejamento que deve ser levado em consideração pelas autoridades”, recomenda.  

Mandetta ainda questiona eleições em novembro e reflete sobre se estaremos em condições de fazer o que chamou a “festa da democracia, pois o estado é abstrato, o Governo também, mas a cidade, não. É nela que o cidadão mora”.

Para Mandetta, este é o novo normal. “Quando olharmos para este ano no futuro veremos que ele é o ponto fulcral de mudanças bruscas na sociedade, assim como foram o crash da bolsa de 1929 e a Segunda Guerra Mundial”.  

Atentos!

Itamaraty mostra preocupação com aumento da tensão entre Israel e Irã

Agência iraniana nega ocorrência de explosões no país

19/04/2024 22h00

Fotos: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O governo brasileiro informou nesta sexta-feira (19) que acompanha, "com grave preocupação", mais um episódio da escalada de tensão entre Israel e o Irã. O posicionamento foi divulgado há pouco pelo Ministério das Relações Exteriores.

Mais cedo, a imprensa internacional informou que foram registradas explosões na província iraniana de Isfahan. De acordo com agências internacionais de notícias, as explosões foram provocadas por Israel em resposta aos ataques iranianos ao território israelense na semana passada.

"O Brasil continua a acompanhar, com grave preocupação, episódios da escalada de tensões entre o Irã e Israel, desta vez com o relato de explosões na cidade iraniana de Isfahan. O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada", declarou o Itamaraty.

De acordo com a pasta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, transmitiu a preocupação do governo brasileiro pessoalmente ao chanceler do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, durante encontro bilateral ocorrido na manhã de hoje na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

O governo do Irã negou, por meio de sua agência estatal de notícias, a ocorrência das explosões. Segundo a agência Irã Fars News, os sons foram, na verdade, de baterias antiaéreas que dispararam contra “objetos suspeitos”.

Política

Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

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