Política

EMENDA CONSTITUCIONAL

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Maioria da bancada é contra afrouxar prisão em 2ª instância

Mudanças na Constituição devem valer para crimes cometidos em qualquer época, defendem deputados

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O afrouxamento das regras para prisão após condenação em segunda instância divide a bancada federal de Mato Grosso do Sul. 

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto está parada na Câmara dos Deputados desde o início do ano e agora um grupo de parlamentares está pressionando para que as novas regras só valham para quem cometer delitos após a promulgação da matéria.

A previsão é de que a PEC seja votada só no próximo mês, de acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quando as atividades presenciais forem retomadas. Ontem, foi divulgado que esse retorno só deve acontecer depois de 15 de agosto.  

O grupo de parlamentares a favor de regra mais branda tenta fazer com que, se aprovada, vigore só para crimes cometidos depois da promulgação da PEC.  

A pressão contra a proposta vem de deputados de vários partidos que têm algo em comum: são investigados por crimes como corrupção, respondem a inquéritos e por isso querem adiar a possibilidade de serem presos após julgamento na segunda instância.  

O relator do texto, deputado Fábio Trad (PSD), é contra afrouxar a PEC. 

“Acredito que é possível votar o relatório na comissão especial na primeira semana de atividade presencial na Câmara dos Deputados. Trata-se de um anseio social que precisa ser atendido pelo parlamento. O relatório já está pronto desde abril”, disse. 

Trad defende que a PEC valha para as ações penais já instauradas, não instauradas e ajuizadas após a promulgação da PEC e, além disso, envolva fatos praticados antes do início de sua vigência.

Para os deputados Dagoberto Nogueira (PDT) e Rose Modesto (PSDB), a punição deve abranger crimes anteriores à promulgação. 

“Afrouxar a regras atende a interesses de quem foi condenado e está querendo se livrar da punição. Nós temos de pensar no contexto, e não apenas no caso que envolve o ex-presidente Lula, mas tem Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara dos Deputados], Geddel [Vieira Lima, ex-deputado federal ex-ministro condenado em segunda instância], jamais devemos abrir exceção”.

Já Modesto enfatizou que é contra o afrouxamento. “A PEC tem de punir quem cometeu ilícitos, não importa quando, por isso voto contra abrandar os critérios para as punições. Facilitar para uns não é certo”.

DIVERGÊNCIA

O deputado Vander Loubet (PT) tem opinião diferente. 

Segundo ele, “não se trata de falar em desidratação. Se trata de fazer um debate sobre a forma mais equilibrada e correta de se aplicar essas medidas. Como todos sabemos, a lei não pode retroagir para prejudicar o réu, é algo que já está na jurisprudência dos nossos tribunais. Portanto, essa alteração é correta do ponto de vista legal, a lei passa a valer para os crimes praticados após a promulgação da lei”.

Os deputados Beto Pereira (PSDB) e Dr. Luiz Ovando (PSL) afirmaram antes do início da pandemia, em março, que a votação da PEC da prisão em segunda instância deveria ser prioridade da Casa este ano. 

Eles, a deputada Bia Cavassa (PSDB) e o deputado Loester Trutis (PSL) foram procurados pelo Correio do Estado, mas não responderam à indagação sobre a proposta de alterar as regras na PEC.  

No mês passado, Rodrigo Maia disse que o texto não será voltado apenas para casos penais, mas valerá também para questões tributárias e trabalhistas, por exemplo.  

Na avaliação do presidente da Câmara, a medida vai desafogar os processos nas Cortes Superiores. “Vamos aprovar a PEC para todos os setores, e não só penal, mas conflitos trabalhistas, tributários seriam resolvidos na segunda instância. Isso tira a pressão do Supremo, que vai continuar ser uma Corte constitucional”, afirmou Maia.

A PEC antecipa o chamado trânsito em julgado, ou seja, a sentença final em um processo, depois de esgotados todos os recursos. Atualmente, o trânsito em julgado se dá após o julgamento de recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou ambos.

Comentário

Flávio Bolsonaro vota a favor da PEC das Drogas e ironiza: 'Homenagem à harmonia entre Poderes'

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas

17/04/2024 21h00

Flávio e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que voto a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de droga no País é "em homenagem à harmonia e independência entre os Poderes". Nesta terça-feira, 16, o Senado aprovou a PEC que vai na contramão da proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga processo que pode descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.

A PEC é uma resposta do Congresso ao julgamento ao STF que debate a legalidade do artigo nº 28 da Lei de Drogas, que determina a punição para o usuário de entorpecentes. Na regulamentação, não há uma definição sobre a quantidade de droga que deve diferenciar o uso do tráfico de drogas, o que provocou a discussão da Corte para a criação de um parâmetro que possa distinguir as ocorrências.

"Sei que está difícil gerar emprego nesse país, mas a gente não pode concordar em legitimar a profissão de ‘aviãozinho do tráfico’. Com esse parâmetro que parece que vai ser estabelecido pelo Supremo, vai ter uma esquadrinha do tráfico no Brasil inteiro, vários aviãozinho levando droga até o usuário final", ironizou o senador durante votação.

Flávio Bolsonaro apresentou as orientações do Partido Liberal (PL) que, segundo ele, é voto sim "a favor da vida". "O que eu não quero para minhas filhas, eu não obviamente não posso votar aqui para atingir os filhos dos outros. Em terceiro, o PL encaminha o voto sim em homenagem a um debate ponderado e justo. Não tem ninguém preso, nesse Brasil, por consumo de drogas".

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas. O texto não faz diferenciação sobre quantidade. Desta forma, considera ato criminoso portar ou possuir qualquer quantidade de entorpecente.

O texto prevê a diferenciação entre quem apenas usa qualquer tipo de droga, incluindo a maconha, e quem trafica as substâncias, mas a diferenciação não descriminaliza o uso. A partir da distinção, são previstas penas diferentes: mais rigorosas para quem vende e mais brandas para o usuário, incluindo tratamento para os dependentes químicos e penas alternativas à prisão.

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

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