Política

REDUÇÃO

Magistrados do Estado reagem à proposta que reduz férias

Reforma administrativa do governo federal prevê reduzir de 60 dias para 30 o período de descanso

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Com a notícia de que o governo federal pode encaminhar na proposta de emenda à Constituição (PEC) que terá novas regras para as férias do judiciários, magistrados de Mato Grosso do Sul não concordaram com a possibilidade. Conforme divulgado na revista Valor Ecônomico , governo quer acabar com a regra que hoje permite que juízes tirem férias de dois meses . A medida faz parte da proposta de reforma administrativa que será encaminhada semana que vem ao Congresso.

O presidente da Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul),  Eduardo Eugênio Siravegna Jr., destaca que a atividade dos magistrados é muito desgastante e os juizes tem regras especificas de atuação. “Desta forma, não possui uma jornada de trabalho fixa como a grande maioria dos trabalhadores de 20, 30 ou 40 horas semanais. O Juiz chega a trabalhar 10, 12 horas por dia e às vezes também aos fins de semana quando está de plantão”.

O magistrado pondera que a Amamsul  não é contrário por conta querer priviléio, mas sim or ser uma necessidade. “Por este motivo, a Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul é contrária à proposta de mudança das férias dos juízes, não por se tratar de um privilégio, mas por ser uma necessidade em razão do trabalho desenvolvido pelos magistrados, a exemplo do que ocorre em outras carreiras, como defensores públicos, promotores de justiça e até mesmo parlamentares. Daí a necessidade de haver dois períodos de férias por ano, exatamente como os professores”.

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Paschoal Leandro, também ressaltou que o trabalho é desgastante por conta da demanda de processos, mas pondera que se a medida atingir todos os poderes não tem problema. “Se atingir todos os poderes, tudo bem. É difícil. O serviço do magistrado é desgastante. Você imagina um magistrado trabalhando com uma média de 4 mil processos, realizando audiência, proferindo decisões, preocupado com o acervo. Mentalmente, ele se cansa. Esse cansaço mental pode desencadear outras consequências na produtividade, para proferir decisões. A  partir do momento em que isso for para todos os poderes. Não é justo o Poder Judiciário ficar limitado a 30 dias, e o Poder Legislativo, ficar 60 dias. Eles têm 60 dias de férias e não trabalham a semana toda. Essas coisas precisam ser colocadas na balança. Isso é igualdade”, pondera.

O  juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, também disse ser contrário com relação a possível mudança. O magistrado justificou, assim como seus colegas, o desgaste intelectual da profissão. “Assim como um professor que chega muitas vezes próximo ao esgotamento mental no exercício da função dele, o juiz possui desgaste intelectual do mesmo tamanho e não apenas isto. O juiz é literalmente imerso nos problemas alheios. Existe uma carga emocional gigantesca”. 

Questionado que os professores não tem 60 dias de férias por ano, ele lamentou a situação da Educação no país. “Quanto aos professores, na minha opinião eles deveria ganhar tanto quanto um juiz ganha hoje. Pois eles constroem o futuro, eles cuidam dos nossos filhos, dos nossos jovens. Agora, o infeliz e lamentável fato de, no Brasil, ser uma realidade que professor não ganha o que merece , não significa que outros também devam não ganham o que merecem. Sou favorável a férias de 60 dias para juízes, s eria hipocrita se disse que não”.

 O advogado da Amamsul, André Borges, pensa que o tema deve ser discutido. “Os temas são polêmicos e despertarão bastante reação, em especial por mexer em direitos antigos, garantidos àqueles que ocupam cargos de muito maior responsabilidade no serviço público. Mas os tempos são de enorme carestia financeira, podendo pelo menos o assunto ser discutido, de forma transparente”.

SERVIDORES

O governo avalia ainda acabar com a licença especial de três meses a que servidores públicos têm direito. O objetivo é rever uma série de benefícios que, na avaliação dos técnicos, reforça um sistema de privilégios no funcionalismo.

* Colaborou Eduardo Miranda.

ELEIÇÕES 2026

Simone só definirá onde disputará uma vaga ao Senado após conversa com Lula

A ministra do Planejamento e Orçamento revelou que, se depender dela, a pré-candidatura será por Mato Grosso do Sul

17/12/2025 08h20

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado Valter Campanato/Agência Brasil

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Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciar que deixará o governo até fevereiro de 2026, negando ser candidato a governador de São Paulo ou a senador para ajudar na reeleição presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja como coordenador da campanha, seja na formulação do programa de governo, o nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), voltou a ganhar força para ser a aposta do governo federal ao Senado naquele estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, ela admitiu que neste momento não tem mais como deixar de ser candidata nas eleições de 2026, porém, não bateu o martelo se disputará uma cadeira ao Senado ou, talvez, à Vice-Presidência da República em uma chapa encabeçada pelo presidente Lula. 

“Acho difícil agora fugir da missão de ser candidata a alguma coisa no próximo ano”, declarou.

No entanto, sobre a possibilidade de ser a candidata do presidente Lula ao Senado por São Paulo, já que o ministro Fernando Haddad descartou essa probabilidade, Simone Tebet disse que, caso a escolha fosse somente sua, a preferência é por disputar a vaga de senadora da República por Mato Grosso do Sul. “Se eu puder, quero ser candidata ao senado pelo meu Mato Grosso do Sul”, assegurou.

A ministra do Planejamento e Orçamento explicou que a decisão não depende mais somente dela, pois precisa ouvir também o posicionamento do presidente Lula.

“Quero ser candidata por Mato Grosso do Sul, mas o Lula vai conversar comigo até fim de janeiro de 2026 e preciso saber qual é o projeto político do grupo”, afirmou.

Ela reconheceu que, apesar de faltar pouco tempo para o início da campanha eleitoral, o jogo político para 2026 ainda apresenta inúmeras variáveis.

“Porém, posso afirmar mais uma vez que, se eu puder escolher, já está escolhido, minha pré-candidatura ao Senado será por Mato Grosso do Sul”, argumentou.

Caso o presidente Lula decida que Simone Tebet tenha de disputar a vaga por São Paulo, afinal, ela teve no estado o maior número de votos proporcionais nas eleições presidenciais de 2022, a ministra terá até o dia 6 de maio de 2026 para fazer a mudança de domicílio eleitoral ou ficará impedida de concorrer ao cargo pelo estado vizinho.

Entretanto, pelas regras de troca de domicílio eleitoral, ela precisa residir no novo município, São Paulo (SP), há pelo menos três meses, algo que não será problema, pois Tebet também tem residência na capital paulistana.

PRERROGATIVAS

Na sexta-feira, Simone Tebet, Fernando Haddad e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), foram homenageados na festividade de fim de ano do Prerrogativas, grupo de advogados progressistas próximo ao presidente Lula, que também esteve presente no evento. 

A escolha dos três não foi à toa, pois eles representam nomes defendidos pelo grupo para as eleições de 2026 e, por isso, a cerimônia foi em clima de campanha eleitoral.

“Eu vi o projeto do presidente Lula no passado, porque eu era contra o regime fascista e o negacionismo do então presidente Bolsonaro. Hoje, estou no governo e estarei no palanque em 2026 com o presidente Lula”, afirma Tebet.

Na plateia, vários presentes entoaram gritos de “governadora” durante a fala dela, mas o plano que tem se costurado nos bastidores é de que ela saia candidata ao Senado por São Paulo.

Em setembro, ela esteve em um jantar, também com membros do Prerrogativas, com vários empresários paulistanos.

O bom diálogo da ministra do Planejamento e Orçamento com setores do mercado financeiro e do agronegócio conta pontos a seu favor em uma eventual candidatura. 

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Câmara dos Deputados

Camila Jara pode perder mandato por confusão em plenário

O episódio aconteceu na última quarta-feira (9) e a representação foi feita à Câmara pelo Partido Novo por suposta violação ao decoro parlamentar

16/12/2025 18h15

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro Reprodução

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A deputada federal sul-mato-grossense Camila Jara (PT) pode perder o mandato por causa de uma confusão no plenário da Câmara dos Deputados durante sessão realizada na última quarta-feira (9).

O Partido Novo apresentou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada por suposta violação ao decoro parlamentar. 

Segundo o documento, Jara teria agredido fisicamente o secretário-geral da Mesa da Câmara, Lucas Ribeiro Almeida Júnior, quando ela teria, supostamente, o empurrado e apontado o dedo em seu rosto, além de proferir ofensas verbais. 

O episódio aconteceu durante uma confusão no plenário quando o deputado Glauber Braga (PSOL) teria se recusado a deixar a cadeira destinada ao presidente da Câmara, Hugo Motta, assumindo de forma irregular a presidência dos trabalhos e se recusar a repassá-la ao deputado Carlos Veras (PT), precisando ser retirado à força. 

Enquanto isso, Camila foi vista discutindo de forma acalorada com o Lucas Ribeiro de forma acalorada, apontando o dedo para o rosto do parlamentar e o empurrando. 

O vídeo foi gravado pelo deputado Nikolas Ferreira, que chamou a parlamentar de “descontrolada”.

Em sua representação, o partido Novo sustenta que a conduta da petista viola deveres previstos no Código de Ética, como o exercício de mandato com dignidade e o tratamento respeitoso a servidores da Casa. 

Além disso, o partido também mostrou outros comportamentos que enquadram ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara como atentado ao decoro parlamentar. 

O documento ainda menciona um episódio anterior, ocorrido no mês de agosto de 2025, quando Camila teria se envolvido em “agressão” contra o deputado Nikolas Ferreira (PL), sendo apontado como uma conduta reincidente. 

O partido pediu, então, que o Conselho de Ética instaure um processo disciplinar e aplique a penalidade de perda do mandato ou, de forma alternativa, a suspensão do exercício do mandato da parlamentar pelo período de seis meses, após a instrução do caso e a oitiva das partes e testemunhas. 

Resposta de Jara

Em nota enviada ao Metrópolis, Camila Jara afirmou que o fato na audiência foi um “tumulto generalizado, com cenas até de violência física”. 

“Recebo com indignação a representação do partido Novo no Conselho de Ética. Agi em defesa das jornalistas, deputadas e deputados que vi serem agredidos por policiais legislativos. Sempre pautei minha atuação pelo respeito institucional, pela defesa da democracia e pela valorização dos servidores do Parlamento”, declarou.

A parlamentar disse ainda que “qualquer narrativa que me imputasse condutas violentas ignoraria o contexto dos fatos e, antes disso, os próprios fatos. E seria estória, e não história”.
 

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