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PRÉ-SAL

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Leilão frustra governo e verba fará falta aos cofres públicos

União esperava arrecadar R$ 106,6 bilhões com venda do Pré-Sal e conseguiu R$ 69,9 bilhões

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O leilão do pré-sal não ocorreu como o governo federal previa e, dos R$ 106,6 bilhões esperados de arrecadação, conseguiu R$ 69,9 bilhões. Com o valor, o repasse para estados e municípios também cai, o que pode dificultar ainda mais a situação financeira das unidades da Federação. Conforme divulgado pelo Estadão Conteúdo, a Petrobras, com as chinesas CNOOC e CNODC, arrematou duas das quatro áreas oferecidas, pagando R$ 69,96 bilhões. As grandes petroleiras ficaram de fora e os outros dois campos não tiveram oferta. 

Caso fossem arrematados por R$ 106,6 bilhões, o repasse para estados e municípios ficaria em torno de R$ 23.767.541.337,54, porém, esse valor deve cair pela metade. Em Mato Grosso do Sul, o esperado era de R$ 249.540.097,99 e R$ 158.486.004,90 divididos entre os 79 municípios. 

Dos recursos arrecadados, uma parcela fixa é da Petrobras, R$ 34,6 bilhões. Do restante, 15% são dos estados e igual porcentual para os municípios, além de 3% para o Rio de Janeiro, onde ficam as jazidas, e 67% para a União. Conforme levantamento do G1, a estimativa é de que Mato Grosso do Sul fique com R$ 122,5 milhões do valor divido entre as unidades da Federação. 

Em Campo Grande, o prefeito Marcos Trad (PSD) esperava receber R$ 17 milhões e acredita que o valor caia para R$ 9 milhões. O dinheiro será usado para pagar o 13º salário dos servidores municipais.  

“Vai fazer falta, lógico. Eu ia usar para o 13º salário e vai vir dois terços do que viria. É mais um motivo para eu me preocupar. Estávamos fechando os números com os R$ 17 milhões, agora vêm uns R$ 8 milhões a menos e eu ainda estou juntando para pagar a folha deste mês. Hoje a minha grande missão é arrumar o dinheiro até o dia 20 de dezembro e pagar o 13º salário. A folha de dezembro e janeiro eu pago, mas eu não recebo em dezembro dobrado. São R$ 8 milhões a menos na nossa contabilidade”, ressaltou. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), classificou o resultado como frustrante e que ainda é preciso analisar as causas do baixo interesse da iniciativa privada no leilão.

“Nossa expectativa era de uma participação maior do setor privado. O governo tinha uma expectativa de arrecadar mais de R$ 100 bilhões e foi frustrada. Agora, vamos ouvir as análises, para que no futuro a gente não tenha o mesmo problema”, afirmou ao site da Agência Câmara.

Considerada a maior descoberta já feita no Brasil, o campo de Búzios foi vendido à Petrobras em parceria com as duas petroleiras chinesas, sem ágio. Isso significa que será partilhado com a União o porcentual mínimo do lucro com a produção. O governo vai ficar com 23,24% dos ganhos e o pagamento será feito em óleo.

Os outros dois campos oferecidos – Atapu e Sépia – não receberam lances e serão oferecidos novamente em outros leilões pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A previsão já aventada pelo governo é de que o novo pregão ocorra em nove meses.

A senadora por Mato Grosso do Sul e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB), também destacou que era esperado mais dinheiro vindo do leilão. Ela pontuou a insegurança política do País como um dos motivos que prejudicaram o desempenho. 

“Esperávamos mais do que o dobro para Mato Grosso do Sul. Isso significa que, apesar de todo o conhecimento e a experiência da Petrobras, a insegurança jurídica e política continuam a prejudicar a nossa credibilidade diante do mercado”.

A ausência das multinacionais é uma surpresa para o mercado e o governo, que aguardavam a presença das petroleiras de grande porte, com capacidade financeira para fazer frente aos altos valores da licitação.

A senadora Simone Tebet já tinha informado ao Correio do Estado que o repasse da União aos estados e municípios deve ser feito até o dia 31 de dezembro. 

O governo do Estado afirmou que não espera o valor para a folha de pagamento do 13º salário. O secretário especial, Carlos Assis, classificou de forma satisfatória o resultado. “Não é menos do que esperado, era uma previsão. Quando você tem uma previsão, não quer dizer que vai dar certo. Não estou falando pelo governador, mas meu pensamento é o seguinte: não tinha nada, nós vamos ter alguma coisa”.

 

Política

Lula pede um disque-reclamação de seu próprio governo

Presidente pediu que seus auxiliares criem um canal de reclamação, para que as pessoas possam telefonar e assim não ficar "xingando" em público

22/04/2024 22h00

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

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O presidente Lula (PT) pediu nesta segunda-feira (22) que os seus auxiliares criem uma espécie de disque-reclamação, para que as pessoas possam telefonar e assim não ficar "xingando a gente" em público.

O pedido do presidente foi feito durante discurso, por ocasião do lançamento do Acredita, um programa para estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, além de renegociar dívidas de pequenos negócios.

O presidente não deu detalhes de sua proposta. "Duas coisas que nós temos que fazer, [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad. Uma, e eu não sei se é no ministério do Márcio [França], que a gente deveria criar uma espécie de um 190, de um 180, um telefone para que as pessoas pudessem telefonar e se queixar se as coisas não estão acontecendo", afirmou o presidente.

"Porque muitas vezes as pessoas não têm a receptividade que elas imaginavam e não tem para quem reclamar. Então, ao invés de as pessoas ficarem xingando a gente, é importante que a gente tenha ao menos um ouvidor para que as pessoas possam se queixar que o Sebrae, não é tudo aquilo que o Décio [Lima] prometeu, que o seu ministério não é tudo aquilo que se prometeu", completou.

O governo federal conta com a plataforma FalaBR, onde os usuários podem fazer denúncias, pedir providências via ouvidoria e registrar reclamações, elogios e sugestões.

Campo Grande

Riedel confirma apoio a Beto Pereira: "é o pré-candidato deste grupo político"

Embora ambos pertençam ao PSDB, governador vinha evitando se manifestar sobre as eleições deste ano

22/04/2024 20h44

Governador Eduardo Riedel Gerson Oliveira

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), confirmou na noite desta segunda-feira (22) seu apoio à pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à prefeitura de Campo Grande. Apesar de a confirmação soar óbvia, o governador do Estado vinha adiando o máximo possível o anúncio. 

“Nós estamos em plena pré-discussão eleitoral. Nós temos um grupo político, e na campanha ainda não está definido quem serão os candidatos ou as candidatas. Existem aqueles que todos vocês sabem, existe a prefeita Adriane (Lopes, PP) pré-candidata à reeleição; aí você tem o Beto, deste nosso grupo político, o pré-candidato à eleição; a Rose (União Brasil) que se coloca como pré-candidata hoje a eleição, e não sei se terão candidatos do PT ou do PL, ainda há uma discussão”, disse Eduardo Riedel. 

“A nossa posição é muito clara. Nós devemos apoiar o Beto. Ele é o pré-candidato deste grupo político à prefeitura de Campo Grande”, confirmou o governador. 

O próprio governador, ao ser perguntado pelo Correio do Estado, lembrou que em 31 de dezembro, ao conceder uma entrevista para uma rádio, foi perguntado da mesma forma, e disse na ocasião que só se manifestaria neste ano. 

A decisão de Riedel também serve para baixar a poeira no grupo político de Eduardo Riedel e de seu antecessor Reinaldo Azambuja (PSDB). Desde que o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, filiou-se ao PSD, uma pré-candidatura dele passou a ser cogitada à prefeitura da Capital. 

Riedel e Beto Pereira estavam comparecendo junto a vários eventos, mas em nenhum deles o governador falava formalmente da aliança. A aparição mais recente foi na decisão do campeonato Estadual, no último domingo, na Moreninhas, em Campo Grande. 

Grupos diferentes

A pré-candidatura de Beto Pereira à prefeitura de Campo Grande também deve dividir o grupo político até então liderado pelo PSDB. É que o PP, liderado pela senadora Tereza Cristina, deve lançar a prefeitura Adriane Lopes à reeleição. Tereza Cristina sempre foi aliada de primeira hora de Eduardo Riedel e de Reinaldo Azambuja. 

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