Política

Lei 13869

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Lei só incomoda quem abusa da autoridade, dizem juristas de MS

Aprovada em 2019, nova legislação entrou em vigor e pretende combater exageros

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Aprovada em agosto do ano passado a Lei de Abuso de Autoridade começou a valer na Justiça brasileira. O texto que considera abuso decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem que antes a pessoa tenha sido intimada a comparecer em juízo; invadir ou adentrar imóvel sem autorização de seu ocupante sem que haja determinação judicial e fora das condições já previstas em lei (não há crime quando o objetivo é prestar socorro, por exemplo); manter presos de ambos os sexos numa mesma cela ou deixar adolescente detido na mesma cela que adultos. 

Conforme juristas ouvidos pelo Correio do Estado, as mudanças aprovadas em 2018, que entraram em vigor na sexta-feira (3) não devem alterar o trabalho das investigações para aqueles que não cometem excessos. O juiz o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Carlos Garcete, é um dos que defendem a mudança na lei. “Minha visão é como professor de processo penal e considero as atualizações benéficas a lei de 1965. Se tratou de uma atualização desssa lei a realidade brasileira. Os que costumam se exceder precisam se preocupar”, pontou. 

O magistrado afirmou que as mudanças não devem mudar suas decisões no TJMS. Garcete se diz acostumado com processo envolvendo casos de organizações crimininosas e em sua maioria denunciados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS). “Na verdade ela visa coibir excessos de todos os tipos de autoridades. Eu vejo muito alvoroço que é feito por associações para colocar a população contra determinadas leis, mas quando observa a lei, artigo por artigo, eu tenho certeza que não encontra nada de anormal na lei. Qualquer autoridade que aja dentro da lei não tem que ter preocupação com essa lei”, ressaltou .

O advogado criminalista André Borges pactua do mesmo pensamento que o magistrado. Ele considera a mudança benéfica. “Ela é bem mais ampla do que a anterior. Mas não deve mudar nada quanto a investigações, prisões, processos. Autoridades precisam continuar atuando com o mesmo afinco e técnica, sem abusos, que já eram e continuarão sendo punido”, destaco. O advogado emendou ainda que “só teme a nova lei aquele que não compreende que autoridade existe para servir o  cidadão, com moderação e imparcialidade”. 

Também atuante como advogado criminalista, João João Matheus Giacomini, pontou que a nova legislação é de grande importância para os advogados. “A lei busca fortalecer direitos e garantias fundamentais que muitas vezes são negligenciados por exemplo, agora é abuso de autoridade: não comunicar prisão flagrante ou temporária ao juiz; não comunicar prisão à família do preso; prolongar prisão sem motivo; não se identificar como policial durante capturas; interrogar réus ou suspeitos à noite; impedir encontro do preso e advogado; procrastinar investigação; atribuir culpa publicamente antes de formalizar acusação; decretar prisão fora das hipóteses legais. Dentre outras várias benesses, não digo que os agentes públicos tenham essas condutas, mas elas são recorrentes. Eu mesmo já passei por algumas, infelizmente”, lamentou.

João Antônio Argirin, presidente eleito da Associação dos Novos Advogados de Mato Grosso do Sul (ANA/MS), considerou que o início da vigência é um marco civilizatório. “Um marco singular e incomparável para o direito penal. Não se deve apenas  ao aprimoramento da responsabilização dos representantes do estado pelos excessos que eles podem cometer, mas principalmente para uma reflexão que  a sociedade que vive em um regime democrático como nós faz sobre os limites do nosso sistema punitivo”. 

Ainda de na visão do presidente, a nova legislação ganrante o respeito ao direito. “Eu visualizo que a lei tem um nítido objetivo para que os direitos e garantias fundamentais não sejam apenas letras frias e distante da nossa realidade, mas para torná-las efetivas conferindo uma maior segurança jurídica”. 

Eduardo Brandão, advogado, teme que deciões jurídicas resultem em investigação de suposto abuso de autoridade. “A nova legislação vai incentivar a fundamentação das decisões e dos atos praticados pelas autoridades, em razão do justo receio de eventual decisão ou ato indevidamente fundamentado resultar na abertura de investigação sobre possível prática de crime de abuso de autoridade”, ressaltou.

Campo Grande

Ademar Jr. vai assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18) no Diogrande; Ademar esteve a frente de pastas estratégicas do governo de Mato Grosso Sul

18/04/2024 17h10

Com perfil técnico atuou em diversas pastas do governo do Estado Divulgação Funtrab

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O prefeita Adriane Lopes nomeou, na tarde desta quinta-feira (18), o médico-veterinário Ademar Silva Junior, para assumir o comando da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Sidragro).

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Ademar assume a vaga de Adelaido Vila, que deixou a pasta para disputar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições deste ano. Vila, durante todo o período em que comandou a pasta, cumulou a o cargo de secretário com o de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL). 

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Experiente, Ademar Silva, atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

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Salários

Governo tenta barrar PEC que turbina salário de juízes em meio a greves

As estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano

18/04/2024 15h00

Proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes. Divulgação

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O governo federal se prepara para tentar barrar o avanço da proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes, promotores, delegados da Polícia Federal, defensores e advogados públicos.

A PEC (proposta de Emenda à Constituição) do Quinquênio foi aprovada nesta quarta (17) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve entrar na pauta de votações do plenário para as cinco sessões de discussão previstas em regimento.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou nesta quinta (18) que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve conversar com Pacheco quando voltar de Washington, nos Estados Unidos, onde participa de agendas do G20 e do Fundo Monetário Internacional.

"Não me parece adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público enquanto não há proposta para os servidores. O governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. Vamos dialogar e pedir bom senso e reflexão do Congresso", disse.

Professores e servidores de instituições federais de ensino estão em greve desde segunda (15). Nesta quarta (17), os grevistas marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram um aulão em frente à sede do MEC (Ministério da Educação).

O avanço da PEC no Senado acendeu o alerta no governo. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que as estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano, a depender do número de carreiras e da extensão do penduricalho para aposentados.

A Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea) estima que, com a inclusão de advogados, defensores públicos e delegados da PF, o impacto do quinquênio no caixa da União chegará a R$ 9,9 bilhões por ano.

"Não está claro na PEC o que vai acontecer com os aposentados. Até 2003 tinha paridade. Quem está aposentado vai querer requerer 35% de reajuste no ganho de aposentadoria. O volume de categorias que já estão pedindo inclusão. Não sei em que orçamento cabe essa proposta", disse Wagner.

A proposta altera a Constituição para garantir aumento de 5% do salário para as carreiras contempladas a cada cinco anos, até o limite de 35%. A atuação jurídica anterior dos servidores públicos -na advocacia, por exemplo- poderá ser usada na contagem de tempo.
 

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