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Gestão Bolsonaro propõe novo 'toma lá, dá cá'

Gestão Bolsonaro propõe novo 'toma lá, dá cá'

FOLHAPRESS

16/12/2018 - 12h49
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Antes de encerrar uma discussão acalorada na semana passada, Leonardo Quintão (MDB-MG), um dos principais articuladores políticos do novo governo, puxou Levy Fidélix (PRTB) pelo braço e o conduziu até debaixo de uma árvore.

Estavam no estacionamento do prédio que abriga a sede do governo de transição, em Brasília, e se afastaram dos assessores para terminar a conversa reservadamente.

Sob gestos enfáticos do presidente da sigla que indicou o vice de Jair Bolsonaro, Quintão pediu calma a Fidélix e disse que as coisas se resolveriam logo para o PRTB.

O pai do aerotrem, que tem reclamado publicamente da falta de espaço na nova gestão, é a alegoria perfeita do "toma lá, da cá" inaugurado pelo governo de Jair Bolsonaro.

Após escolher 22 ministros ancorados nas chamadas bancadas temáticas do Congresso, o presidente eleito não conseguiu impedir negociações no varejo para indicações ao segundo e terceiro escalões.

Nomeado por Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para fazer parte da articulação política, Quintão montou gabinete e implementou um novo formato de "toma lá, dá cá", que dispensa as tratativas diretas com presidentes e líderes dos partidos e negocia individualmente com os parlamentares.

A estratégia de Onyx e seus aliados é oferecer cargos nos Estados aos deputados avulsos, vendendo a ideia de que, assim, eles se tornarão uma forte liderança regional.

O objetivo é criar um canal direto com os parlamentares e tentar fragmentar o poder dos líderes de bancada -até aqui, fundamentais para a governabilidade no presidencialismo de coalizão.

Nos últimos dias, o time da futura Casa Civil -formado por deputados do baixo clero que não conseguiram se reeleger para um novo mandato- tem conversado com integrantes de diversas legendas e seduzido, principalmente, nomes do PSD e do PR.

Juntas, essas bancadas terão 67 deputados a partir de 2019.

O ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, por exemplo, lidera o PR para tentar manter influência no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pelo setor ferroviário.

As tratativas com o futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, estão avançadas e o PR já sinalizou que quer abocanhar também a vice-presidência da Caixa, indicando o deputado Milton Monti (SP) para o posto.

Na outra ponta, o PSD, de Gilberto Kassab, foi abordado pelos articuladores do presidente eleito para que deixasse o bloco formado na Câmara por siglas do centrão, com o objetivo de isolar o PT e o PSL.

A proposta era que o partido de Bolsonaro apoiasse um nome do PSD para a liderança do governo na Casa. Onyx e Quintão foram os principais interlocutores dessas conversas.

Além dele, Danilo Forte (PSDB), Alberto Fraga (DEM), Ronaldo Nogueira (PTB) e Carlos Manato (PSL) formam a linha de frente da tropa que tem atuado para costurar a base de apoio para Bolsonaro.

A partir de 1º de janeiro, eles querem alocar uma sala no Congresso para ser QG da articulação do novo governo.

Manato afirmou à reportagem que ele e Quintão inclusive já acertaram com o presidente eleito que começarão a trabalhar oficialmente logo após a posse, mas não renunciarão ao resto de seus mandatos, que só terminam em 31 de janeiro.

O salário na Câmara é de R$ 33,7 mil e o cargo que ocuparão no Executivo deve pagar algo em torno de R$ 16 mil.

Para driblar a diferença nos vencimentos, deputados derrotados nas urnas já pressionam o novo governo para conseguir participação em conselhos de administração pública que remuneram seus participantes.

Segundo a assessoria do próprio presidente eleito, nas últimas semanas ele e sua equipe receberam cerca de 300 parlamentares, com reuniões formais com as bancadas de PSL, PP, MDB, PR, PRB, DEM, PSDB, PSD e Podemos.

Siglas como PP e MDB tiveram alguns de seus parlamentares abordados individualmente, mas o comando das legendas diz que vai esperar o modelo "dar errado logo na primeira votação".

Em conversa com alguns aliados, o presidente Michel Temer fez um prognóstico: nomear deputados sem mandato para negociar cargos e emendas não tem chance de dar certo.

CHIQUINHO-BRAZÃO

Processo de cassação de Chiquinho Brazão será instaurado na Câmara em abril

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários acordaram que não vai haver sessões na próxima semana

27/03/2024 15h00

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O pedido de cassação do deputado Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) apresentado pela bancada do PSOL já está no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, segundo o presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA).

O deputado diz que o processo chegou no colegiado nesta quarta-feira (27) e que a ideia é que ele possa começar a ser analisado na segunda semana de abril, quando haverá novas sessões na Câmara.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários acordaram que não vai haver sessões na próxima semana, por causa do prazo final da janela partidária (quando os vereadores que querem concorrer às eleições de 2024 podem trocar de partido).

"Como a semana que vem está prejudicada pelo prazo das filiações partidárias, os membros do conselho não estarão em Brasília. Então a reunião será feita na semana seguinte. Para instaurar o processo e o sorteio do relator", diz Lomanto Júnior.

Ele afirma que a matéria seguirá o trâmite normal, como todas as outras representações que são analisadas pelo colegiado. "Mas, obviamente, por envolver prisão de parlamentar tem que ter uma atenção maior", diz.

Brazão foi preso na manhã de domingo (24) sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). À noite, a executiva nacional da União Brasil determinou a expulsão do parlamentar do partido com o cancelamento de filiação partidária, numa decisão unânime entre os presentes.
A bancada do PSOL na Câmara protocolou a representação por quebra de decoro parlamentar na segunda (25).

"O autor intelectual da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes não pode estar como representante da Câmara dos Deputados. Sua cassação é urgente e sua presença, uma vergonha para a Casa", diz o documento.

Os parlamentares afirmam também que Brazão "desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades" expostas na representação.

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ELEIÇÕES 2024

PSD convida o vice-governador para se filiar e disputar prefeitura de Dourados

O senador Nelsinho Trad, presidente estadual do partido, confirmou as negociações com Barbosinha para a filiação

27/03/2024 08h00

O vice-governador Barbosinha, durante evento político no interior do Estado com o senador Nelsinho Trad Reprodução

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O vice-governador José Carlos Barbosa, mais conhecido como “Barbosinha”, deve trocar o PP pelo PSD para concorrer à prefeitura de Dourados nas eleições do próximo dia 6 de outubro.

A informação foi confirmada pelo senador Nelsinho Trad, presidente estadual do PSD, ao Correio do Estado, explicando que as negociações do partido com o vice-governador já estão bem adiantadas e podem ser concretizadas nos próximos dias.

“Sim, existe essa tratativa, que foi iniciada pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, mas, ainda não se concretizou, só se concretiza depois que o Barbosinha assinar a ficha de filiação ao PSD”, pontuou, explicando que o governador Eduardo Riedel (PSDB) está ciente do convite feito ao vice-governador.

O senador completou para o Correio do Estado que Barbosinha é um quadro importante para o PSD e para qualquer outro partido do Estado, pois se trata do vice-governador.

“Por onde ele passou sempre se destacou e fez um bom mandato, então, nada mais natural que o PSD fosse buscar a sua filiação”, ressaltou, completando que já comunicou sobre o convite o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. 

“Não tem como em uma situação dessa o presidente Kassab não estar participando das tratativas e de forma ativa no processo. Temos até o dia 6 de abril para fazer essa troca partidária e, até lá, vamos ter de aguardar a resposta do Barbosinha”, adiantou.

"Existe essa tratativa, que foi iniciada pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, mas, ainda não se concretizou, só se concretiza depois que o Barbosinha assinar a ficha de filiação ao PSD”, Nelsinho Trad explicando o convite ao vice-governador para se filiar ao partido

Nelsinho acrescentou que a confirmação do convite ao vice-governador aconteceu em uma agenda política no município de Deodápolis (MS) no início deste mês. 

O presidente estadual do PSD pontuou que a vinda de Barbosinha não é apenas para disputar a prefeitura de Dourados, mas também para ajudar na reestruturação da legenda, que perdeu e está perdendo nomes importantes nos últimos dias.

PRÉ-CANDIDATURA

No início do mês deste mês, em entrevista ao programa “A Hora da Verdade”, da Rádio Grande FM, o vice-governador já tinha confirmado que seria pré-candidato a prefeito de Dourados nas eleições municipais deste ano e inclusive informou sua pretensão ao governador Eduardo Riedel.

Ele explicou que não tinha confirmado antes a sua pré-candidatura porque como vice-governador não poderia deixar questões políticas locais sobreporem o desenvolvimento de Dourados e os vínculos do município com o governo do Estado.

“Eu entendia que, me posicionando politicamente de forma antecipada, poderia colocar o assunto político acima do desenvolvimento de Dourados. Por essa razão e para, sob nenhum aspecto de eventual discordância política local, prejudicar o relacionamento do município de Dourados com o governo do Estado, não falava da minha intenção de sair candidato”, disse.

No entanto, ressaltou o vice-governador, chegou o momento de falar que o seu nome está à disposição para participar do processo eleitoral municipal.

“Porém, agora, a população de Dourados terá de se manifestar sobre isso porque eu não posso ser candidato de mim mesmo. Eu não posso postular essa condição só por minha vontade, é preciso que a população seja consultada”, argumentou.

Barbosinha lembrou que na eleição passada, quando disputou o cargo de prefeito, era considerado o velho e o atual prefeito Alan Guedes (PP) “era o novo, o douradense de nascimento e criou-se essa grande expectativa em torno dele”. 

“Penso que, quem se dispõe a ocupar um cargo Executivo, precisa ter histórico de vida, ter um legado de prefeito aos 23 anos de idade, de advogado, de professor universitário, de cidadão sul-mato-grossense de coração, mas goiano de nascimento e que escolheu Dourados para poder viver”, pontuou, referindo-se ao próprio currículo.

Ele completou também a experiência como presidente da Sanesul, quanto teria pegado a estatal quebrada e a transformou em uma das maiores companhias de saneamento do Brasil, bem como da modernização da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sob a sua gestão e dos dois mandatos como deputado estadual. 

“Coloquei tudo isso à disposição de Dourado na eleição passada, mas o eleitor optou por outro caminho e, com o respeito que tenho ao eleitor, quando proclamaram o resultado, eu parabenizei o prefeito eleito, desejei que Deus o abençoasse e cuidasse do seu mandato, além de agradecer aos votos que recebi e penso que é assim que todo político tem de se comportar. Agora, mais uma vez estou colocando o meu nome à disposição para que o eleitor de Dourados diga se deseja me manter como vice-governador lá em Campo Grande ao lado do governador Riedel, ou se quer essa experiência na administração da cidade”, reforçou.

Barbosinha também fez questão de dizer que não é candidato por vingança ao resultado da última eleição.

“Minha candidatura é porque acredito que a população deseja mudança e quero apresentar projetos qualificados para poder promover essas mudanças que Dourados precisa. Há muito tempo o município precisa de um choque de gestão”, garantiu.

O vice-governador revelou que conversou com o governador Eduardo Riedel e ele teria respeitado a decisão de colocar o seu nome para disputar a prefeitura de Dourados. 

“Agora, eu sei que isso depende da resposta que a população vai dar nas pesquisas e nos indicadores eleitorais porque a população pode entender que o Barbosinha tem de continuar em Campo Grande como vice-governador. Ou que o Barbosinha tem de disputar as eleições para que possa, na eventualidade, colocar toda essa experiência a serviço do município”, assegurou.

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