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Eunício defende reforma política
já para eleição de 2018

Eunício defende reforma política
já para eleição de 2018

AGÊNCIA SENADO

02/07/2017 - 14h45
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Em entrevista exclusiva ao programa Salão Nobre, que estreou na TV Senado na quinta-feira (30), o presidente do Senado, Eunício Oliveira, defendeu a aprovação de mudanças nas regras eleitorais até o dia 30 de setembro.

Para ele, é essencial redefinir questões como financiamento de campanha, coligações, cláusula de barreira para partidos e aperfeiçoamento do sistema de voto, como o “distritão” ou o voto distrital misto.

O texto da reforma política deve chegar ao Senado antes do recesso parlamentar, proveniente da Câmara dos Deputados, disse Eunício Oliveira na entrevista à jornalista Glauciene Lara.

O presidente do Senado também falou sobre a atuação do Congresso em um momento conturbado no país, avaliou o impacto de propostas importantes votadas recentemente — como a renegociação da dívida dos estados e a PEC do Foro Privilegiado — e garantiu que a reforma trabalhista será amplamente debatida no Plenário do Senado. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

O país passa por um momento de turbulência política e econômica e isso vem de algum tempo, o senhor já assumiu a Presidência neste momento. Como é que o Congresso tem se comportado diante dessas turbulências?

Eunício Oliveira: Todos sabemos que o Brasil vive um momento difícil do ponto de vista da economia e da política. Quis Deus, talvez, e o destino que eu sentasse na cadeira de presidente deste Poder neste momento tão conturbado da vida política nacional.

E o estilo que trago da minha história, da minha vida política, da minha vida empresarial, da minha vida pessoal é o estilo da conciliação, é de buscar o entendimento. E mesmo com todas essas questões e as dificuldades, o Congresso Nacional nunca obteve uma performance de votações de matérias importantes e na quantidade que nós conseguimos fazer.

Desde 2007 até hoje, foi o maior número de matérias votadas, todas as matérias importantes, no Senado Federal. Então a Casa está funcionando naturalmente, os debates estão acontecendo, o regime democrático é importante.

E aí quem lutou contra a ditadura militar, como lutei, e neste momento está sentado naquela cadeira, no momento mais importante do debate político no país, acirrado e radicalizado muitas vezes, com paciência temos dado o comando e obtido bons resultados do ponto de vista legislativo, sempre voltado ao interesse da população brasileira.

Para solucionar a crise econômica, talvez a matéria mais importante votada foi a renegociação da dívida dos estados.

Nós votamos várias matérias do ponto de vista da economia, de beneficiar a população. E ao votar matérias importantes para beneficiar estados e municípios, estamos beneficiando pessoas, porque as pessoas vivem nos municípios, utilizam serviços públicos, principalmente as pessoas mais simples, mais pobres, que vivem, trabalham e lutam nesses municípios.

O Congresso tem dado essa contribuição na negociação de dívidas dos estados. Acabamos de aprovar matérias importantes na Comissão de Assuntos Econômicos.

Trouxemos em regime de urgência para o Plenário. Fizemos uma reunião com 20 governadores e três vice-governadores, com ministro da Fazenda, presidente da República. Fizemos nosso dever de casa. Aprovamos as duas matérias que eram importantes para regularização de dívida dos estados e dos municípios, sem contar várias outras no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas, fazer com que a economia desse uma levantada.

Este é o grande problema que temos no Brasil: hoje são 14 milhões de brasileiros que estão desempregados, e temos a obrigação, não apenas o Poder Executivo, mas o Poder Legislativo, de dar condição para que essas pessoas possam ter oportunidade de emprego, principalmente uma leva de jovens que está chegando ao mercado de trabalho.

Então essa é uma grande preocupação desta Casa e temos buscado dar essa contribuição ao país e aos brasileiros.

Uma outra matéria econômica foi a derrubada do veto do ISS, imposto municipal. O senhor participou da negociação desse veto? Houve uma negociação com o Poder Executivo?

Fui convidado a fazer uma palestra no dia em que os municípios brasileiros estavam todos reunidos aqui em Brasília, através da Confederação Nacional de Municípios.

Tinha cerca de 5,5 mil, 6 mil pessoas, e de pé as pessoas pediam que eu colocasse aquele veto na pauta do Congresso. E eu me comprometi a fazer a pauta incluindo esse veto.

Ao fazer a harmonia dos Poderes, liguei para o presidente da República [Michel Temer] dizendo que talvez fosse melhor o governo fazer a reversão daquele veto, porque senão nós iríamos derrubá-lo no Plenário do Congresso.

E então obtive do presidente, com certa dificuldade com a área econômica, mas obtive do presidente o apoio inclusive para que a base de sustentação do governo pudesse encaminhar favoravelmente à derrubada do veto.

Os municípios onde as pessoas utilizam seguro-saúde e pagam naquele município, onde as pessoas utilizam cartão de crédito e pagam naquele município, que eles possam receber aquele ISS. Até pouco tempo atrás era concentrado em apenas alguns municípios e estados.

A Federação tem que ser pra valer. Somos uma Federação de estados brasileiros. Então é preciso que tenhamos distribuição da arrecadação da carga tributária brasileira a todos os municípios. Foi o que fizemos. Uma das matérias mais importantes para o cidadão e para os municípios brasileiros.

Ou seja, no município em que você contribui, o benefício do imposto que já é cobrado — não é imposto novo — vai se reverter em educação, em saúde, saneamento, melhoria da qualidade de vida ou geração de emprego para quem vive no próprio município.

O senhor promulgou também a medida provisória que liberou o saque do FGTS. É uma aposta do governo para estimular o mercado de consumo, principalmente agora que a inflação está baixa?

Nós tínhamos na Caixa Econômica Federal bilhões de reais que não pertenciam ao governo nem à Caixa, pertenciam ao povo brasileiro, aos trabalhadores.

Então, essa foi uma matéria que me deu muito prazer em sancionar, porque está beneficiando brasileiros em todas as localidades do Brasil. Além disso, utilizamos a correção desses valores para que as pessoas recebam o valor corrigido. Matéria dessa natureza ajuda a economia, mas ajuda fundamentalmente as pessoas.

Ouvi pessoas na televisão dizendo que iam botar na poupança metade desse dinheiro, mas com a outra metade iam fazer um banheiro na sua casa, pagar uma conta atrasada, ajudar um parente doente.

Essa questão da liberação do FGTS também está na reforma trabalhista, que tem sido polêmica aqui no Senado. O senhor particularmente tem um lado?

Há necessidade de se atualizar a CLT — que foi algo extraordinário feito lá atrás, em 1940, mas precisa ser atualizada. Quanto à forma de atualização, quais os itens, esse é um debate da Casa, um debate extremamente democrático. Fiz no Plenário do Senado duas sessões específicas para debates.

Eu poderia ter distribuído para apenas uma comissão, mas distribuí para três comissões, para que fizessem audiências públicas, ouvissem as partes contrárias e favoráveis à reforma.

Isto é próprio da democracia: fazer o debate e no final fazer a votação. Quem tiver votos ou mais condição de convencer o outro lado vai ser o vencedor. Não tenho partido nessa questão. Tenho a responsabilidade de tocar as reformas, para que o Brasil se modernize, para que tenhamos uma Previdência que possa pagar seus servidores.

Sobre a negociação com os estados brasileiros, votamos uma matéria de urgência para atender dois estados que não tinham mais condições de pagar seu funcionalismo, seus aposentados, o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro.

Não podemos deixar o Brasil chegar a esse ponto. Portanto, o debate é extremamente saudável. Tenho convicção de que quando a reforma trabalhista chegar no Plenário do Senado será amplamente debatida.

Vou dar espaço para que todos os senadores tenham o tempo regimental para fazer o debate. Se precisar de um dia, faremos em um dia, se precisar de uma semana, faremos em uma semana, para que saia do debate — que é democrático, que é legítimo — o resultado final, que é o resultado esperado para que essa reforma possa acontecer no Brasil.

O senhor citou as reformas previdenciária e trabalhista. Outra que tem sido falada e é importante para o sistema político brasileiro é a reforma política. O que dá para fazer até outubro para valer nas eleições de 2018?

Essa é uma reforma das mais importantes porque estamos presenciando uma grande crise política, pelo modelo político que era o de financiamento por empresas privadas.

Por mais ingênua que seja, a contribuição está sendo colocada sob suspeição, porque aquele sistema faliu. Faliu, não temos dúvida em relação a isso. A reforma política é essencial e temos até 30 de setembro para fazer.

Conversei com o presidente [da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia e ele está colocando em debate, para colocar em votação, a questão da cláusula de barreira, da extinção dos chamados minipartidos que fazem uma coligação — e temos exemplos aqui de pessoas que disputaram mandato, receberam mais de 100 mil votos e não obtiveram a cadeira de deputado, e pessoas que nessas coligações, da forma como eram feitas, com 6 mil votos estão sentadas numa cadeira. Esse sistema faliu e não podemos continuar com ele.

Proibimos financiamento de empresas privadas para campanhas políticas. Só temos hoje a condição da pessoa física, e o Brasil não tem tradição de pessoa física fazer doação a candidatos, diferentemente dos Estados Unidos e outros países.

Não tem essa tradição porque o financiamento era feito por empresa, era legal, tinha legislação que o amparava. É preciso que a reforma seja aprovada antes de setembro, que definamos um calendário para também aprovar financiamento de campanha.

O senhor acha que tem que mexer no financiamento de campanha?

Com a estrutura que nós temos hoje, com a proliferação de partidos... O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, me disse há pouco dias que tem mais de 20 partidos prontos para serem instalados no Brasil. Como se não bastasse a quantidade de partidos que nós temos!

Então esse fim das coligações e a cláusula de barreira vão permitir que a gente enxugue a quantidade de partidos e evoluamos para o voto distrital misto, para que as pessoas escolham nos seus distritos os seus representantes, e aqueles que acharem que têm mais popularidade, que têm mais trabalho pelo estado inteiro, possam disputar pelo estado inteiro. Temos que evoluir e aprovar algo já para as eleições de 2018.

Portanto há uma interface entre esta Casa e a Câmara dos Deputados, entre os dois presidentes, entre as lideranças, para que a gente tenha condições de aprovar essa matéria antes da data prevista de setembro para valer já nas eleições de 2018.

Se isso não acontecer, quem tiver juízo vai ter dificuldade inclusive de fazer disputa eleitoral. Como não há regras e não há financiamento, como se faz campanha sem recursos? Isso não existe! Precisamos evoluir o mais rápido possível para aprovar a matéria.

Como vai funcionar? O Senado já votou cláusula de barreira, fim das coligações em eleição proporcional, mandou a matéria para a Câmara. A Câmara tem comissão específica para reforma política que está votando o texto e vai mandar ao Senado. Como fica a tramitação?

Essa matéria foi aprovada primeiro no Senado e depois foi para a Câmara. Cabe ao Senado, no retorno da matéria, optar por aquilo que esta Casa votou — é assim que determina o regimento — ou pela matéria que a outra Casa votou.

Estamos discutindo. Se houver esse entendimento final do texto entre Senado e Câmara, podemos optar perfeitamente pela matéria aprovada na Câmara. Se não, podemos optar pela matéria aprovada no Senado.

Está em aberto ainda essa questão de qual texto terá prioridade...

Ainda não foi votado na Câmara. Eu espero que a Câmara, como disse o presidente Rodrigo Maia, agilize. Ele me disse que vai entregar ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar, para que a gente tenha condições de avaliar e votar o mais rapidamente possível no Senado.

E dá para mudar o sistema de voto a tempo? É a matéria que mais tem polêmica sempre. Alguns partidos defendem a lista fechada, outros defendem sistema distrital, distrital misto. Já há entendimento entre os partidos?

Neste momento o que está se falando muito é o chamado voto distritão. Sinceramente, acho que devíamos adotar de imediato o voto distrital misto, que acho que é o melhor para a política brasileira.

Mas temos que fazer uma transição. Nesse caso podemos aprovar o distritão, que vai dar uma certa correção ao que temos hoje, que é entregar aos mais votados o mandato eletivo.

O sentimento da população é que vai valer na questão do distritão, assim como no distrital misto. Tem que prevalecer em uma democracia o desejo majoritário da população, o que não acontece hoje.

O senhor acha que o financiamento público de campanha continua?

Nós temos que encontrar uma forma. Com o modelo que temos hoje, não há como se fazer financiamento público de campanha.

Com modelo adequado, com financiamento aos partidos políticos, com acompanhamento, e talvez até com a distribuição desses recursos feita pelo próprio TSE, aí tenhamos uma condição de uma eleição mais clara, mais limpa, sem subterfúgios nem os chamados grupos ou direções partidárias fazendo o comando e escolhendo aqueles nomes que melhor lhes convierem.

A lista é importante. Muitos países adotam lista. Mas neste primeiro momento acho que teremos dificuldade de aprovar a lista. Meu sentimento é que nós vamos evoluir para o distritão e na eleição de 2022, se Deus quiser, teremos uma eleição com voto distrital misto.

Outras matérias votadas pelo Senado neste semestre foram abuso autoridade e a PEC do Foro Privilegiado. Foram para a Câmara. Há um entendimento da Câmara para votar essas matérias? Porque geralmente o que acontece é que o Senado vota e, lá na Câmara, para.

Há um entendimento na Câmara e um bom relacionamento entre os dois presidentes. Matérias estão sendo discutidas e estão sendo votadas. Eu recebi aqui o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que me trouxe a matéria do abuso de autoridade.

Então, ninguém vai defender abuso de autoridade, nem o Ministério Público, nem nós. Esse é um tema que já está na Câmara e que foi discutido inclusive com outros Poderes, e inclusive com o Ministério Público, para que a gente pudesse aprovar no Senado. Houve um amplo debate.

Já o fim do foro privilegiado era um desejo da sociedade brasileira. Temos cerca de 38 mil brasileiros com prerrogativa de foro e as pessoas imaginavam que só quem tinha foro no Supremo eram deputados e senadores. Não. Do presidente da República a um juiz de direito, a um promotor, todos têm prerrogativa de foro... Aprovamos a unanimidade e encaminhamos à Câmara.

Não tenho dúvida de que a Câmara dos Deputados vai aprovar essa matéria, porque ela representou o sentimento unânime aqui do Senado e representa hoje o sentimento quase unânime, acredito, da população brasileira.

A PEC da Vaquejada foi aprovada no Senado neste semestre, e o Supremo havia declarado a vaquejada inconstitucional. Houve negociação do Congresso com o Supremo nessa matéria?

Para ser sincero, acho que a gente precisa acabar com os preconceitos no Brasil. A vaquejada é uma tradição secular.

Enquanto diziam que havia maus-tratos aos animais em uma corrida de apenas 100 metros com um colchão de areia de cerca de 40 cm, com rabo artificial no boi, para não judiar do animal, outro esporte, digamos, elitista — e é um esporte importante — como o hipismo não maltratava o cavalo, o rodeio que amarra o boi pela cintura não maltratava o boi. Mas no Nordeste os vaqueiros estavam impedidos por essa decisão.

O que fizemos? Alteramos a Constituição para não permitir maus-tratos, proteger os animais que estão à disposição da vaquejada, preservar uma cultura que é secular no Nordeste e preservar também 723 mil empregos que essa atividade gera.

Há homens que vivem exclusivamente da ferradura de animais. Eu vi um cidadão questionando sobre como iria sustentar a família: “Tenho cinco filhos, não sei como vou sustentar minha família, porque desde criança aprendi com meu pai a ferrar animais e eu não sei fazer outra coisa.

A extinção da vaquejada é a extinção do meu trabalho, da minha dignidade”. Aquilo, sinceramente, me sensibilizou, e tive o privilégio de promulgar algo que estava gerando mais de 700 mil empregos, uma tradição do Nordeste, da sua cultura, da sua gente, e preservando o direito de não maltratar animais.

Como dizia Euclides da Cunha, o nordestino é antes de tudo um forte, mas também um forte crédulo, alguém que acredita em Deus e tem esperança. Nós esperamos 150 anos pela transposição das águas do São Francisco e tive o privilégio de assinar, com o ministro Helder Barbalho e com o presidente [da República] em exercício, Rodrigo Maia, mais uma ação do Congresso com o Poder Judiciário, através da ministra Cármen Lúcia, que liberou essa importante obra, para que quatro estados nordestinos — Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba — pudessem receber as águas do Velho Chico.

Foram 150 anos de espera que agora se tornam realidade. Se nós não trouxéssemos essas águas do São Francisco, a partir de novembro não teríamos mais condições de abastecimento de água para Fortaleza e para a região metropolitana, além de beneficiar milhares de agricultores.

Agora estamos numa nova luta, que é de adiar o prazo de 2012 para 2016 da renegociação de dívidas de pequenos agricultores do Nordeste brasileiro sacrificados junto ao Banco do Nordeste.

CAMPO GRANDE

Beto Pereira promete zerar filas em creches e vê chance em ser "desconhecido"

Pré-candidato compara momento com ascenção de Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja e faz parâmetro entre feitos da atual gestão municipal com o período de quando foi prefeito por Sidrolândia

19/04/2024 11h33

Para pré-candidato município vive "abismo e caos financeiro" e promete desde extinguir pontos de ônibus sem cobertura até replanejar transporte público Reprodução

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Sabatinado na manhã desta sexta-feira (19), em rodada de entrevista dos principais pré-candidatos à prefeitura de Campo Grande iniciativa do Correio do Estado e CBN , o tucano Beto Pereira sinalizou algumas de suas intenções caso chegue ao Executivo Municipal, entre elas: zerar a fila por vagas em creches; replanejar o transporte público e, se comparando com Riedel e Azambuja, disse não se importar com pesquisas de popularidade eleitoral, vendo uma oportunidade no fato de ser "desconhecido". 

"Não são importantes os números quantitativos, mas o sentimento qualitativo do perfil de quem vai gerir a Capital. Riedel é o último grande exemplo na candidatura ao Governo, o próprio Reinaldo quando disputou estar conhecido entre 50% dos campo-grandenses e com 10% na pesquisa já mostra nossa competitividade", disse. 

Para Beto Pereiro, esse "desconhecimento" por parte do eleitorado se dá pelo fato de que não disputou até hoje uma eleição majoritária em Campo Grande, diferente dos demais candidatos que basicamente, segundo o parlamentar estão "na boca do povo" por disputarem repetidos pleitos na Capital. 

"Sentimento que permeia sobre o campo-grandense e que busca incansavelmente, porque se frustrou por 12 anos nas suas escolhas, por alguém que tenha capacidade, interlocução e que possa devolver esperança para Campo Grande". 

Ainda, o pré-candidato esclareceu que sua experiência enquanto prefeito pelo município de Terenos, aliada às vastas alianças formadas entre seu partido (PSDB) com demais siglas, devem garantir uma gestão equilibrada na Capital. 

"Prefixo 3246, pergunte sobre a gestão de Beto. As pessoas que ali residem vão dar o testemunho e aval para qualquer tipo de pretensão. Com orçamento pequeno em cidade pequena fizemos grandes realizações. No déficit habitacional, 500 casas erguidas. Em relação de proporção, seriam 30 mil novas moradias edificadas pelo poder público em Campo Grande", argumenta o político. 

Visão para a Capital

Beto salienta a situação atual, de 10 mil crianças aguardando por uma vaga em creches de Campo Grande, e afirma que "pode apresentar solução porque já enfrentamos esses problemas". 

"Em parceria com o setor produtivo, vamos buscar apoio do Governo Federal para construção e edificação; apoio do Governo do Estado, que tem um alinhamento político com compromissos que assumimos para Campo Grande e todo esse envolvimento da sociedade possibilitará o município zerar vaga em creche", frisa. 

Ele aponta também para um descumprimento ao Plano Nacional de Educação, por parte da atual gestão municipal da Capital, de que 50% das escolas deveriam funcionar em período integral neste ano, ou 30% das matrículas. 

"Com mais de 100 unidades no ensino fundamental, apenas 6 estão em período integral. É outra realidade no Governo do Estado onde mais de 60% das escolas são nesse modelo e 1 em cada 3 alunos da rede estadual de ensino estudam na modalidade integral"

Sobre transporte público, Beto Pereira listou que 39 km das linhas de ônibus, na Capital, não possuem sequer pavimentação, dizendo que isso gera atraso e complexidade ao transporte municipal. 

"Temos que extinguir os pontos de ônibus sem abrigos. Os terminais têm que ter manutenção periódica. Não pode esperar anos por um simples reparo no banheiro. Precisamos exigir que os veículos tenham condição e idade mínima para trafegar.

Precisamos remodelar e investir em sinalização com temporizador. Em momento que discute inteligência artificial, não podemos não usar tecnologia para melhorar Campo Grande", cita ele.

Já quando o assunto é saúde, ele lista que os passos para lidar com os atuais problemas enfrentados por Campo Grande nesse setor, como a falta de medicamentos, por exemplo, são: 

  1. Seriedade,
  2. Planejamento e
  3. Começar a atender a saúde no básico. 

"82% da população migra diretamente a uma UPA porque não acredita no atendimento básico de saúde. Lá não existe remédio, insumo, porque a condição de trabalho é insalubre. Se ele [paciente] recebe a prescrição de uma endoscopia, encontra uma fila de 11 meses", comenta Beto.

O tucano ainda incita que os problemas de Campo Grande não acontecem por falta de dinheiro, uma vez que o município tem cerca de dois bilhões de reais em orçamento e "não dão conta de licitar Não dão conta de licitar os remédios da farmácia básica e fralda geriátrica só por decisão judicial. 

Beto também faz questão de destacar sua posição de quem, segundo ele, "sempre defendeu meritocracia", quando o assunto é sobre o trato do município para com os profissionais médicos da rede de saúde campo-grandense. 

"Existe o que é base: salário, insalubridade e claro, você bonificar profissionais por meritocracia é uma oportunidade a ser construída, fiz isso enquanto prefeito na educação". 

Lidando com polêmicas

Entre os problemas a serem enfrentados por Beto, caso vença o pleito desse ano e chegue ao cargo de prefeito, como ele bem lista, entre outros pontos, passam pelo setor econômico e de investimentos, e valorização de servidores

"Tem um paradoxo. A folha de pagamento, o gasto com pessoal, cresceu 49% nos últimos 5 anos, mas não contemplou o servidor de carreira, não se traduziu em pagar direitos, como insalubridade, periculosidade, quinquênios. Onde foram depositados esse mais de 1 bilhão de reais por ano? Justamente na folha secreta, cargos em comissão e planos de trabalho", expõe. 

No que ele considera um "abismo e caos financeiro", explica que caso vença uma das atitudes logo que assumir como prefeito, será sentar com as categorias para planejar e escalonar os cumprimentos das ordens judiciais impetradas ao município de Campo Grande. 

"Existem várias decisões, o município vem descumprindo ordens judiciais de pagamentos de servidores e não enxergando disposição da prefeitura de encarar uma decisão judicial".  

Além disso, o pré-candidato foi abordado sobre o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) do Penduricalho, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que tem impacto estimado de R$ 40 bilhões anuais federalmente, que respingam aos Estados em efeito cascata, se colocando contra essa "legalização". 

"Na outra legislatura fui signatário de uma PEC, de Pedro Cunha Lima, chamada 'dos penduricalhos', que extinguia todo e qualquer desse tipo. Existe uma supremacia constitucional... ninguém pode receber mais que o presidente do Supremo Tribunal Federal. Sou contra", apontou.  

Beto ainda faz questão de comentar um "apagamento" por parte de Campo Grande, diante dos esforços estaduais em se mostrar e angariar investimentos nacionais e internacionais do setor privado, citando como exemplo o MSDay que aconteceu no ano passado em São Paulo e tem edição marcada para Nova York. 

"Onde chamou empresários e mostrou potencialidades de MS para investidores, demonstrando ambiente favorável e não vimos a participação de Campo Grande. Agora vai para o MSDay em Nova York para mostrar para esses investidores, e enxergamos a necessidade de CG fazer o mesmo. A importância de cuidar dos investimentos. 

Para Beto Pereira, é necessário receber esse investimento com obrigação de ser agente facilitador e fiscalizador, sinalizando que sua pretensão, se eleito, é levar o município atrás do investidor.

"E não ele [empresário] que virá suplicando apoio. Investidor, na minha gestão vai ser tratado com tapete vermelho".

E se tratando de polêmica, o pré-candidato flamenguista não escapou de responder sobre quando acompanhava uma disputa do seu time, com seu nome constando como "em missão oficial". 

Beto alega que não houve nenhum tipo de subsídio para aquela viagem, que foi feita em família, afirmando que ele foi o responsável por custear todas as despesas 

"Dos membros da mesa, o único aqui de MS sou eu. O terceiro suplente e, por isso, todas às vezes que me ausento, dentro da classificação da Câmara, você está em missão. Foi uma classificação errônea que o sistema fez de estar em missão oficial. Naquela ocasião iniciam os trabalhos legislativos. Não havia comissões formadas ou votação nominal, por isso da minha ausência", pontuou. 

Alianças e vice

Beto argumenta que sua permanência no cargo legislativo, ao invés de adentrar em alguma pasta no governo de Eduardo Riedel, não prejudicou sua imagem, argumentando que seu partido (PSDB) tem candidato, arco de aliança, cogitando inclusive Jaime Verruck (que migrou do Partido Progressistas para o PSD e é braço direito do governador) como seu vice-prefeito. 

"Ele não filiou ao PSD, ele saiu do PP [brinca Beto Pereira]. Fico feliz do Jaime sair do PP e vir para o PSD, dentro do nosso arco. Tem uma competência de gestão e poder de articulação muito grande, o partido ganha muito. Mas existe algo pacífico", indica. 

Beto cita que o representante da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação (Semadesc) já colabora significativamente com seu projeto, subsidiando dados que servem de comparativo para o Tucano, cogitando a possibilidade da aliança, mas sem excluir as pontes construídas até então. 

"Ao longo do período tivemos a formação, durante a janela partidária, de uma frente ampla em favor de Campo Grande. Tivemos manifestação do PSD, PODEMOS, PSB, REPUBLICANOS. A indicação do vice virá da aliança que foi formada. Não existe compromisso de que será deste ou daquele partido e não será observado de forma pragmática a decisão do vice, mas sim para somar", expõe. 

 

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SIDAGRO

Ademar Jr. assume Sidagro e afirma que foco inicial deve ser alavancar o Centro

Tentando reeleição, prefeita Adriane Lopes também compareceu a cerimônia de posse realizada nesta sexta-feira (19)

19/04/2024 11h02

Ademar da Silva Júnior, novo secretário da Sidragro Foto: Felipe Machado

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Ademar da Silva Júnior tomou posse nesta sexta-feira (19) como novo secretário Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro). Ademar já passou por várias secretarias, sendo a mais recente foi a Fundação do Trabalho (Funtrav), do qual foi exonerado do cargo no último dia 6, e assume a vaga deixada por Adelaido Vila.

Em entrevista coletiva após assumir a nova função, ele afirmou que o centro de Campo Grande será um dos seus focos principais neste início de trabalho. 

“Nós temos como prioridade, como bem falou também aqui o nosso presidente [da Câmara Municipal] Carlão, o centro da cidade. É fundamental que a gente  reúna com esse grupo[de comerciantes], que a gente consiga entender os seus anseios e dê esse segmento, um alento e uma luz no final do túnel.”, disse o novo secretário.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que irá tentar a reeleição, afirmou que a experiência de Ademar contou muito para a escolha dele para a pasta.

“A vinda do Ademar é uma estratégia porque tem muitas boas conexões com as entidades, com os segmentos que geram desenvolvimento para a Capital. Pela experiência que ele já tem e pelos bons relacionamentos, como a gente pôde perceber na posse dele, os segmentos presentes dizem que nós vamos construir caminhos e soluções, gerando mais desenvolvimento para a Capital”, afirmou.

Com relação à Secretaria Municipal da Juventude (Sejuv), que ainda não houve nomeação de um novo secretário titular desde a saída de Maicon Nogueira, que foi exonerado para ser pré-candidato a vereador pelo Partido Progressista (PP), a prefeita disse que o preenchimento da vaga está em construção.

“Não temos o nome ainda, motivo de ainda não ter ocupado o cargo, está sendo uma construção que traga benefícios e que não pare aquilo que já foi iniciado. Nós estamos capacitando 10 mil jovens em um ano, nós temos vários projetos em andamento na Secretaria de Juventude e nós queremos um secretário que tenha o mesmo perfil, que não pare o trabalho que estava sendo executado e dê continuidade.”, reforçou a prefeita.

Ademar Júnior

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Também atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

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