Política

CPI DA ENERGISA

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Energisa suspende na justiça perícia em medidores de energia

Empresa alega 'despreocupação' com credenciamento do laboratório. A CPI disse que irá recorrer para reverter a decisão

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Concessionária de energia em grande parte de Mato Grosso do Sul e alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a Energisa conseguiu liminar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), em decisão do desembargador João Maria Lós, que suspende a perícia de 200 medidores de consumo. 

Para constatar se houve alteração de consumo e consequentemente aumento na conta de energia. A perícia seria realizada no Departamento de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos. 

A empresa alega que comissão não se preocupou quanto à acreditação do laboratório pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e isto viola a normatização federal da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Porém, desde julho de 2019, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo são associados à rede de Laboratórios Associados ao Inmetro para Inovação e Competitividade (LAIIC).

Além disso, a empresa cobra a necessidade de serem esclarecidos alguns pontos prévios à realização da perícia.

DEFESA

O deputado estadual Felipe Orro (PSDB), presidente da CPI da Energisa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, informou que vai recorrer da decisão. 

“Concessionária impetrar mandado de segurança para suspender a perícia desses relógios trata-se de clara tentativa de barrar e atrasar os trabalhos da CPI da Energisa na Assembleia Legislativa", avaliou Orro.

O presidente da CPI acrescenta que "até o momento já coletamos depoimentos de diversos contribuintes que contrataram serviços de medição paralela, e esses pareceres técnicos atestaram para registro de consumo maior que o real. Isso nos incentivou para que contratássemos o serviço de perícia a ser realizado na USP de São Carlos. 

Trata-se de laboratório de última geração, referência em todo o país, mas a concessionária questiona a credibilidade do mesmo e tenta atrasar nossos trabalhos por meios judiciais. Iremos recorrer nesta terça-feira para comprovar a acreditação do laboratório e dar andamento aos trabalhos", pontuou Orro.

Em nota, a Energisa, declarou que não se opõe à investigação e que algumas informações são estritamente necessárias para que o processo tenha valor técnico e legal, além de discordar da forma como a perícia dos medidores seria conduzida. 

"A concessionária tentou por várias vezes o caminho do diálogo e obter respostas sobre os procedimentos técnicos a serem adotados na aferição dos medidores. Perguntas técnicas sobre a metodologia realizada pela perícia e a qualificação da instituição contratada pela CPI para tal, nunca foram respondidas. 

A Energisa buscou coletar informações acerca da acreditação dos laboratórios da USP São Carlos perante o INMETRO, que é o órgão que atesta a capacitação para manipular os medidores das distribuidoras de energia elétrica, sempre sem sucesso.

 Logo, a ausência dessa acreditação torna a perícia inválida", diz a nota. 

ANDAMENTO 

A primeira testemunha ouvida pela CPI da Energisa foi um produtor rural de Miranda que contratou serviço de medição paralela que constatou registro de consumo maior que o real. 

Este parecer inclusive fundamentou o fato determinado que culminou na instauração da CPI, em novembro de 2019. 

No dia 12 de fevereiro, o responsável técnico pelo parecer prestou depoimento afirmando que o relógio da concessionária instalado na zona rural de Miranda chegava a registrar até 30% a mais do que o consumo real.

No dia 10 de março, a CPI coletou o depoimento de médico de Campo Grande que também contratou serviço de medição paralela em seu consultório, situado na região central da Capital. 

Essa testemunha relatou que seu consumo mensal saltou de 150 quilowatts para 1,1 mil quilowatts no intervalo de quatro meses. 

O técnico em eletricidade responsável pelo parecer contratado pelo médico cita que foi utilizado um analisador de consumo para comparar os índices registrados pelo relógio da Energisa. 

Segundo o técnico, em uma semana, o analisador indicou um consumo real de 22 quilowatts, hora, enquanto o relógio da Energisa registrou consumo de 154 quilowatts, hora.

Recentemente a comissão recebeu laudo do Inmetro que reprovou o relógio medidor de consumidor do município de Nova Alvorada do Sul. 

A aferição constatou que o aparelho estava registrando até 30% a mais que o consumo real de energia. 

"Esta foi a última denúncia que recebemos e vamos apurá-la", explica Orro.

Por conta da pandemia do coronavírus, os trabalhos da CPI foram suspensos até o dia 25 de maio. 

Até o momento foram recolhidos 97 relógios medidores de consumo que serão periciados na USP. 

"Após a retomada dos trabalhos e a resposta judicial do nosso recurso para essa liminar concedida à concessionária, vamos precisar reorganizar o cronograma de retirada dos demais relógios", explicou Orro.

*Matéria alterada às 17h27 para acréscimo de informação.

Ministra

Ideal seria não mexer nas metas, diz Simone Tebet

"O grande núcleo do arcabouço continua, e não vamos mudar: a despesa vai crescer até 70% do aumento da receita e a segunda trava é de no máximo 2,5% ao ano", diz Tebet

16/04/2024 15h00

Foi a primeira vez que a ministra comentou a mudança na meta de resultado fiscal para 2025, que passou de 0,5% do PIB para zero. Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que o ideal seria não mudar as metas fiscais do governo federal, mas que a alteração divulgada nesta segunda-feira (15) não mexe nos pontos principais do arcabouço fiscal.

"Ninguém discute que o ideal seria não mexer nas metas. É preciso antes de tudo ter compromisso com responsabilidade fiscal. O fiscal é o norte que nos leva ao objetivo principal de erradicar a miséria", disse a ministra em entrevista ao programa Em Ponto, da GloboNews.

"O grande núcleo do arcabouço continua, e não vamos mudar: a despesa vai crescer até 70% do aumento da receita e a segunda trava é de no máximo 2,5% ao ano", acrescentou.
Para Tebet, é necessário trabalhar "com a sociedade e com a classe política com a maior franqueza possível".

Foi a primeira vez que a ministra comentou a mudança na meta de resultado fiscal para 2025, que passou de 0,5% do PIB para zero. Tebet não participou da divulgação do projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Haddad foi entrevistado pela GloboNews horas antes de o projeto ser divulgado e confirmou as informações que já circulavam sobre a alteração na meta.

As regras do arcabouço criam uma banda de 0,25 ponto percentual para a meta, o que significa que até um déficit fiscal pode acontecer em 2025.

A ministra disse que o governo vai perseguir a meta zero mesmo com a banda de 0,25 pontos, não apenas neste ano, mas também no ano que vem.

Tebet destacou, ainda, que o governo está reavaliando políticas públicas para além do Proagro e da Previdência, incluídas na LDO. "Ao invés de abrir o menu que temos de políticas públicas que podem ser avaliadas e vão gerar economia, resolvemos ser conservadores no anúncio da revisão de casos", justificou.

Ela disse, ainda, que aumentar a eficiência das atuais políticas públicas é um objetivo para 2024 e 2025.

"Nas últimas duas reuniões ministeriais, Lula foi categórico: chega de inventar políticas públicas, vamos entregar de maneira eficiente as já lançadas. Não tem gastos novos, vamos tornar mais eficientes esses gastos", acrescentou.

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026 (R$ 33,1 bilhões), 0,50% do PIB em 2027 (R$ 70,7 bilhões) e 1% do PIB em 2028 (R$ 150,7 bilhões), os dois últimos já no primeiro biênio do mandato do próximo presidente da República.

A intenção do governo de perseguir uma meta menos ambiciosa foi revelada pela Folha de S.Paulo.

MATO GROSSO DO SUL

Bolsonaro marca agenda dias 14 e 15 de maio em MS, um mês depois de Lula

Visita de ex-presidente é esperada desde o dia 24 de fevereiro, quando Michelle Bolsonaro veio à Campo Grande para evento do PL Mulher

16/04/2024 13h07

Nomes ligados ao PL, como Marcos Pollon e o candidato à prefeitura de Campo Grande, Rafael Tavares, já dão a visita do ex-presidente como certa em suas redes sociai Reprodução

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Cerca de um mês depois do então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, pisar em solo mato-grossense, o ex-chefe do Executivo Federal, Jair Bolsonaro, tem agenda marcada com seus correligionários em Mato Grosso do Sul já para o mês de maio. 

Conforme o presidente municipal do Partido Liberal em Campo Grande, Aparecido Andrade Portela - o Tenente Portela -, as datas em que o ex-presidente virá para MS até então são os dias 14 e 15 do próximo e  mês. 

Ao Correio do Estado, o responsável pela sigla no município de Campo Grande destacou que a presença de Jair Bolsonaro já está confirmada para a Exposição Agropecuária de Dourados, que acontece entre os dias 10 e 19 de maio, com shows de Ana Castela; Gusttavo Lima; Alok e Léo Santana. 

Considerado amigo do ex-presidente e descrevendo-se como "eterno defensor de Bolsonaro", Portela assumiu o diretório municipal do PL em Campo Grande neste ano. 

Visita prometida

Nomes ligados ao Partido Liberal, como Marcos Pollon (comandante estadual do PL em MS) e o candidato à prefeitura de Campo Grande, Rafael Tavares, também já dão a visita do ex-presidente como certa através de suas redes sociais. 

Vale lembrar que a vinda de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul é esperada entre seus apoiadores desde o dia 24 de fevereiro, quando a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, esteve em Campo Grande para o encontro do PL Mulher na Capital. 

Na ocasião, enquanto Michelle ocupava o palco, o ex-mandatário apareceu por meio de uma "videoconferência", rememorando mais uma vez seus tempos como militar em Mato Grosso do Sul. 

"Esse estado que me acolheu por três anos lá em nossa querida Nioaque. Ela [Michelle] está presente aí não só levando o nome do Partido Liberal, bem como a importância das mulheres participarem da política, não por cotas, mas com vontade de ajudar o seu município, seu estado e seu País", argumentou. 

Esse evento em Campo Grande antecedeu o ato realizado no dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista (SP), quando o ex-presidente. 

Na data, discursou de improviso para seus apoiadores, reclamando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por sua inelegibilidade, com críticas estendidas também ao STF pelas penas impostas aos que participaram dos ataques de 8 de janeiro. 

Protegido por colete à prova de balas, além de escudos posicionados por seus seguranças, fez a sua declaração ao público em cima de um trio elétrico ao lado de aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia. 

Inclusive, ainda que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), tenha confirmado presença no evento após recepcionar a ex-primeira dama um dia antes, a mandatária da Capital sul-mato-grossense ficou distante do palanque e entre a multidão. 

“Aceitei o convite prontamente para juntar aos milhares de brasileiros, em prol da nossa democracia, da nossa liberdade e também dos valores cristãos. O ato será pacífico e ressalta o nosso posicionamento político”, disse ela. 

 

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