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Em caso de suspensão, presidente do TRE sugere eleições em 2022

Desembargador ressalta que decisão cabe ao Tribunal Superior Eleitoral

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Por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, cogitou adiar as eleições municipais, as quais estão previstas para ocorrer em outubro. No meio político, muitos ainda consideram estar cedo para falar do calendário eleitoral. Procurado pelo Correio do Estado, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), desembargador João Maria Lós, disse que compartilha da mesma opinião, mas, no caso de adiamento, sugere eleições unificadas em 2022.  

“Eu ainda acho prematuro falar em adiamento. O TRE-MS trabalha no sentido de se preparar para a eleição no dia 4/10/20. Mas, se ocorrer, penso que deveriam unificar e realizar as eleições gerais (para todos os cargos) em 2022”, declarou o presidente.  

Lós ressaltou que o calendário eleitoral é definido pelo TSE e, no caso de adiamento das eleições, a instituição é que deverá definir uma nova data. Ele justifica que seria mais eficaz, em caso de adiamento, realizar as eleições junto. “Por razões práticas [para a Justiça Eleitoral]. O custo e o trabalho com organização, requisições, convocação de mesários, etc., são praticamente os mesmos em uma eleição  municipal ou eleições gerais”.

Entre os políticos que afirmaram ainda estar cedo para falar no assunto está o prefeito de Campo Grande e pré-candidato à reeleição, Marcos Trad (PSD). Para ele, o momento é de consciência. “Não é o momento de pensar nisso agora. É momento de salvar vidas”.  

Possível rival de Trad nas urnas, o pré-candidato pelo Solidariedade, Marcelo Miglioli, também ressaltou estar cedo para falar em eleições. “Cada dia é um dia. Ficar todo mundo quieto com o dever de ficar em casa, mas considero cedo para tratar desse assunto. Ainda estamos em março. Agora temos que fazer cada um o seu papel para ajudar no controle da pandemia. Considero prematuro! Reconheço o trabalho do ministro da Saúde”, disse.  

“Com relação ao uso do fundo eleitoral, é importante dizer que não se faz política sem recurso, não tem como fazer sem recurso, mas, se for necessário, tem que usar”, complementou Miglioli sobre a possibilidade de usar os R$ 2 bilhões destinados para o fundo eleitoral nas ações de combate ao vírus.

Pré-candidatos à prefeitura de Dourados, os deputados estaduais José Carlos Barbosa  (DEM) e Marçal Filho (PSDB) ressaltaram que a possibilidade não pode ser descartada, mas que o foco é a contenção da transmissão da Covid-19.  

“Falar nisso neste momento, eu acho muito prematuro, muito cedo. Temos que ver como vai ser o comportamento nos próximos meses, deixa seguir o curso normal e mais para frente se fala nisso”, disse o democrata.

“Eu sou favorável ao adiamento das eleições e à destinação imediata do fundo para o combate do coronavírus. O principal ponto do adiamento é utilizar o fundo partidário no combate ao coronavírus; quando será as eleições não é importante, o importante é usar o fundo para o combate, não tem que pensar duas vezes”, disse o tucano.  

Os deputados federais do PSDB, Rose Modesto e Beto Pereira, divergem sobre o adiamento, mas afirmam que, caso necessário, o melhor é realizar as eleições em 2022.  

Rose afirmou que sempre foi a favor de unificar os pleitos para economizar recursos. Ela considera ser cedo para discutir o assunto, mas concorda com o adiamento, caso necessário.  

“Se não conseguirmos conter a pandemia em um curto espaço de tempo, tem de adiar mesmo. Não podemos colocar a vida das pessoas em risco. Caso não ocorram as eleições, temos de discutir se a prorrogação dos mandatos é a melhor opção”.

“Conceitualmente, sou contra [adiar]. Mas estamos vivendo uma excepcionalidade, e, como há uma recomendação das autoridades de saúde para que a gente repense o calendário eleitoral, vamos precisar, sim, discutir esse assunto. Neste caso, eu acho que poderíamos voltar a debater propostas já existentes de unificar as eleições, sem possibilidade de reeleição, para todos os mandatos, sem exceção”.

O presidente do ninho no Estado, Sérgio de Paula, ressaltou que falar sobre política neste momento é um desrespeito com a população. “Eleição hoje ficou em segundo plano. Na hora certa, no momento certo, estaremos prontos para entrar em campo. Não importa o tempo que isso vá demorar”.

Presidente do Partido dos Trabalhadores e pré-candidato à prefeitura de Coxim, Vladimir Ferreira disse que é melhor esperar dados mais concretos para discutir o assunto.  

Senadora pelo PLS, Soraya Thronicke apresentou uma proposta de emenda à constituição (PEC) para adiar as eleições em até 120 dias, na hipótese de permanecer a calamidade pública. “A PEC determina que após a suspensão de calamidade pública o TSE convoque novas eleições”. 

ELEIÇÕES

As eleições no Brasil acontecem a cada dois anos, sendo as gerais para escolha de presidente da República,  senador, deputado federal e estadual. As eleições municipais são para escolha de prefeito e vereadores. Com o intervalo, cada político eleito tem mandato por quatro anos, apenas os senadores ficam 8 anos. 

* Colaborou Clodoaldo Silva, de Brasília

Política

Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

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