Política

verba indenizatória

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Câmara define regras para gasto
de 'benefício' de até R$ 16,8 mil

Dinheiro pode ser usado até para limpeza de veículos usados por vereadores

RODOLFO CÉSAR

24/02/2017 - 17h45
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Os 29 vereadores de Campo Grande já têm atualizado as regras que precisam seguir para poderem  gastar até R$ 16,8 mil com combustível, locação de veículos, aquisição de livros, despesas com a realização de seminários, contratação de pesquisas, gestão de redes sociais, entre outros serviços.

Esse valor é livre do salário e é pago com dinheiro público na forma de verba indenizatória. Isso significa que o vereador precisa primeiro pagar pelo serviço contratado para depois solicitar à Câmara Municipal que seja feito o reembolso. Caso o vereador não queira, ele precisa gastar esse total mensalmente, mas a verba acumula dentro de um mesmo ano.

As solicitações precisam ser feitas no Departamento Financeiro e de Contabilidade da Casa de Leis e os atos vão para o site da transparência da Câmara para publicidade.

Os dois atos da mesa diretora que regulamentam as regras das verbas indenizatórias foram assinados em 23 de janeiro pelo presidente João Rocha (PSDB) e o 1º secretário, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSD). Eles foram publicados no Diário Oficial de Campo Grande em 10 e 17 de fevereiro, mas por haver incorreção houve nova publicação na edição de hoje.

O auxílio é dividido em duas partes. Uma de R$ 8,4 mil serve para para locação de carros para o vereador e seus assessores, compra de combustível, limpeza de veículos, locação de móveis, conta de telefone, compra de livros, assinatura de jornais, contratação de provedor de internet, aquisição de softaware, TV a cabo, despesas com a realização de seminários e eventos, serviços gráficos e publicidade institucional.

Outra indenização de mesma quantia pode ser solicitada quando o vereador contrata pesquisas, precisa de serviços contábeis, solicita pareceres, projetos técnicos, manutenção de sites ou ainda gestão de redes sociais. O mesmo ato, de número 028/2017, identifica como "outros serviços" atividades que podem ser reembolsadas, sem detalhar o que o termo refere-se.

MUDANÇAS

A nova regulamentação das verbas indenizatórias foi adotada para incluir alguns serviços que não estavam previstos. 

Os dois que foram somados ao benefício descrito no ato 027/2017, sobre a atividade parlamentar, são os serviços gráficos e a publicidade institucional, que garante divulgação do que o vereador faz para ser distribuído na cidade.

No ato 028/2017, relativo à despesa na contratação de serviços, a novidade foi que projetos técnicos agora podem ser contratados e os serviços gráficos e a publicidade institucional passaram a ser regulamentados dentro das regras de atividade parlamentar.

A reportagem procurou o vereador William Maksoud (PMN), presidente da Comissão Permanente de Controle da Eficácia Legislativa, para detalhar como a Câmara deve equalizar os gastos dessas verbas indenizatórias, mas ele não estava no gabinete na tarde de hoje e não retornou a ligação para dar detalhes.

O QUE É PERMITIDO

Locação de carros para locomoção, no perímetro urbano, do Parlamentar e de assessores vinculados ao seu gabinete;

Aquisição de combustíveis, lubrificantes, bem como gastos de estacionamento e limpeza veicular;

Aquisição de material de expediente, impressos e outros materiais de consumo, bem como a locação de móveis e equipamentos, excedentes àquelas custeadas pela Câmara Municipal de Campo Grande-MS;

Telefonia;

Aquisição de livros e assinaturas de jornais, revistas e serviços de provedores de Internet, aquisição ou locação de software, serviços postais, assinatura de publicações, TV a cabo ou similar, acesso a internet e extração de cópias reprográficas, digitais e similares;

Despesas com realização de seminários e outros eventos promovidos nas dependências da Câmara Municipal de Campo Grande – MS,

Serviços gráficos;

Publicidade institucional relativa à divulgação da atividade parlamentar, exceto nos 90 (noventa) dias anteriores à data das eleições de âmbito federal, estadual ou municipal, salvo se o vereador não for candidato à eleição, não sendo admitidos gastos com propaganda eleitoral de qualquer espécie; a indevida utilização do material previsto neste inciso é de inteira responsabilidade do Parlamentar; qualquer norma eleitoral que sobrevier a este inciso deverá ser obedecida pelo Parlamentar, independente de comunicação da Câmara Municipal de Campo Grande (MS);

Pesquisas das mais variadas formas;

Serviços contábeis;

Trabalhos e projetos técnicos;

Pareceres;

Elaboração, manutenção e hospedagem de sites;

Gestão de serviços de redes sociais;

Outros serviços.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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