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Assassinada, testemunha da
Lava Jato denunciou esquema há 4 anos

Assassinada, testemunha da
Lava Jato denunciou esquema há 4 anos

FOLHAPRESS

07/02/2018 - 21h02
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Morto há 20 dias com nove tiros na Bahia, o empresário José Roberto Soares Vieira, testemunha da 47ª fase da Operação Lava Jato, denunciou à Justiça há quatro anos as irregularidades envolvendo a empresa JRA Transportes e a Transpetro, subsidiária da Petrobras.

As denúncias constam em um processo judicial de dissolução e liquidação da sociedade entre Roberto e Victor Hugo Fonseca de Jesus, filho de José Antônio de Jesus, então gerente da Transpetro na Bahia.

Em setembro de 2013, a defesa de Roberto alegou que José Antônio de Jesus recebia inúmeros presentes de empresas prestadoras de serviços da Transpetro por meio de uma conta bancária da JRA Transportes. Em três anos, o valor dos repasses chegava a R$ 15 milhões, disse ele.

No documento, Roberto afirmou que JRA Transportes recebeu dinheiro da NM Engenharia, Meta Manutenção, Ionice Salles Gonçalves e Qualiman Engenharia relativo ao percentual por ele [José Antônio] cobrado, para benevolências em contratos de prestação de serviços firmados com a empresa Estatal [Transpetro]. As denúncias foram acompanhadas de comprovantes de depósitos e transferências bancárias.

Na época, a defesa do filho do ex-gerente da Transpetro contestou as alegações afirmando que Roberto juntou um monte de papéis a esmo, com o intuito de induzir a erro e atrapalhar a instrução.

O processo seguiu o seu curso atendo-se ao seu objeto central, que era o fim da sociedade. As duas partes acabaram firmando um acordo em 2015 que resultou na dissolução e liquidação da empresa.

LAVA JATO

A denúncia de José Roberto acabou vindo a tona somente quatro anos depois, quando o Ministério Público Federal e a Polícia Federal debruçaram-se sobre o caso no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal, ex-gerente da Transpetro teria recebido pelo menos R$ 7 milhões em propinas entre setembro de 2009 e março de 2014.

A denúncia e o depoimento fundamentaram o pedido de prisão provisória, depois revertida em preventiva, de José Antônio de Jesus, em novembro do ano passado. Desde então, ele está detido em Curitiba.

Dois meses depor à polícia, contudo, Roberto foi morto na porta de sua empresa no município de Candeias, região metropolitana de Salvador. O autor dos disparos fugiu em uma moto.

As causas e circunstâncias do crime estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Bahia, que ainda vai concluir o inquérito, mas afirma que não há dúvida que o crime foi planejado.

Em despacho, o juiz Sérgio Moro afirmou em despacho que a morte da testemunha pode estar relacionada às investigações da operação Lava jato. A defesa de José Antônio de Jesus, em nota, disse esperar que a polícia identifique rapidamente os autores desse grave crime.

ASCENSÃO

Antes de denunciar seu sócio, Roberto teve uma ascensão profissional e financeira meteórica. Em um período de cinco anos, passou de motorista de uma cooperativa que prestava serviços a Transpetro a um empresário de sucesso do setor de transportes de cargas perigosas, tornando-se fornecedor de duas subsidiárias da Petrobras.

No processo de dissolução da empresa, Roberto afirma que José Antônio de Jesus aproveitou-se de seu despreparo, ignorância da boa-fé e pouca instrução e o induziu a aceitar o filho dele, Victor Hugo, como sócio da empresa prometendo inúmeras facilidades em decorrência do cargo que ocupava na Transpetro.

Roberto uma relação de quase 20 anos com de ex-gerente da Transpetro, de quem foi motorista, amigo e sócio. Conheceu José Antônio em 2001, quando era motorista de uma cooperativa que prestava serviços à estatal.

Da relação profissional diária, tornaram-se amigos. Segundo Roberto, ele passou a ser frequentador do apartamento, da fazenda e da casa de praia de José Antônio. Também prestava serviços particulares ao chefe nos finais de semana.

Em, 2004, quando José Antônio tornou-se gerente da Transpetro, Roberto fundou uma nova cooperativa de transportes e arrematou uma licitação da Transpetro. Em 2008, Roberto deixou a cooperativa, comprou um caminhão e fundou a JRA Transportes, que viria a se tornar fornecedora da Transpetro e da BR Distribuidora.

No mesmo ano ele entrou para a política foi eleito vice-prefeito em Ourolândia, cidade de 20 mil habitantes no norte da Bahia em 2008 e 2012. Entre 2008 e 2012, sua renda quintuplicou, saltando de R$ 165 mil para R$ 883 mil, segundo dados da Justiça Eleitoral.

Com o fim da empresa, ambos viraram concorrentes. José Roberto fundou a Green Transportes e José Antônio passou a atuar por meio da Sirius Transportes. As duas empresas estavam registradas no nome de suas respectivas mulheres e filhas.

CAMPO GRANDE

André depende de financiamento para confirmar a pré-candidatura a prefeito

O ex-governador terá reunião com o presidente nacional do partido para viabilizar os recursos para a campanha eleitoral

16/04/2024 09h00

André Puccinelli participou ontem da rodada de entrevistas feita pela CBN e Correio do Estado Foto: Divulgação

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Após participar da primeira de uma série de entrevistas que a Rádio CBN Campo Grande e o Correio do Estado realizarão com seis pré-candidatos à prefeitura da Capital, o ex-governador André Puccinelli (MDB) disse que aguarda até o fim do mês de maio para bater o martelo sobre disputar ou não o pleito do próximo dia 6 de outubro.

Segundo André Puccinelli, nos próximos dias terá uma reunião, em Brasília (DF), com o presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), para alinhar a liberação de recursos para a campanha eleitoral para prefeito de Campo Grande.

“Eu e o presidente estadual do MDB, o ex-senador Waldemir Moka, teremos essa reunião com o Baleia Rossi para definir o montante de recursos que serão destinados para a minha campanha eleitoral a prefeito da Capital”, declarou o político, que já administrou Campo Grande por dois mandatos consecutivos – de 1º de janeiro de 1997 a 1º de janeiro de 2005.

O ex-governador ressaltou que ele e Moka vão combinar com Baleia Rossi uma data para a liberação dos recursos necessários para a realização da campanha eleitoral.

“Vou explicar ao presidente nacional do MDB que preciso de uma quantia x para fazer a campanha eleitoral e que posso aguardar somente até o fim do mês de maio, caso contrário não vou concorrer. Sem recursos, é melhor ir pescar e cuidar dos netos”, assegurou.

Para viabilizar o recurso suficiente para a campanha, André Puccinelli vai levar para Baleia Rossi as últimas pesquisas de intenções de votos, que, conforme ele, demonstram sua liderança na disputa pela prefeitura e também a redução da sua rejeição junto ao eleitorado campo-grandense.

"Teremos essa reunião com o Baleia Rossi para definir o montante de recursos que serão destinados para a minha campanha eleitoral a prefeito da Capital”, André Puccinelli, explicando que sem recursos não terá como disputar a prefeitura

Sobre alianças para a eleição no munípio, o ex-governador reforçou que, por enquanto, o único partido acertado com o MDB é o Solidariedade, que atualmente é presidido pelo seu filho, André Puccinelli Júnior. Com relação aos demais partidos, ele disse que isso será tratado mais adiante.

ENTREVISTAS

Na manhã de ontem, a Rádio CBN Campo Grande e o Correio do Estado iniciaram a série de entrevistas com seis pré-candidatos à Prefeitura de Campo Grande.

O primeiro foi André Puccinelli e os próximos serão o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL), amanhã, o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) no dia 19, a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) no dia 22, a prefeita Adriane Lopes (PP) no dia 24 e a deputada federal Camila Jara (PT-MS) no dia 26 de abril.

Essa ordem de entrevistas foi definida em reunião com representantes dos partidos, quando foi realizado sorteio. Na entrevista realizada ontem, André Puccinelli falou sobre a motivação de se candidatar novamente a prefeito de Campo Grande. 

Durante a sabatina com os jornalistas dos dois veículos de comunicação, o ex-governador respondeu a questões relacionadas aos processos judiciais aos quais responde e rebateu as informações sobre os índices de rejeição popular.

Conforme ele, ao reduzir o percentual de rejeição, o saldo de intenções de votos fica positivo, ficando à frente dos demais pré-candidatos.

André Puccinelli também falou sobre a questão da saúde pública, reforçando que a construção de um hospital municipal não resolverá o problema.

“O que falta para a saúde pública de Campo Grande são médicos e medicamentos”, reforçou.

Outro assunto abordado pelo pré-candidato foi o transporte coletivo urbano na Capital. Ele garantiu que tarifa zero é conversa para boi dormir e que a solução para melhorar a qualidade do serviço é uma fiscalização mais rígida por parte do Executivo municipal.

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Judiciário

Quem é Gabriela Hardt e por que a juíza foi afastada pelo CNJ

A decisão ocorre um dia antes de uma reclamação disciplinar contra a magistrada começar a ser julgada pelo CNJ. A juíza informou que não vai se manifestar

15/04/2024 22h00

As apurações contra a magistrada são relativas a um acordo entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato, firmado em janeiro de 2019. Reprodução

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A juíza Gabriela Hardt, que assumiu o comando da Operação Lava Jato após a saída do ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR), foi afastada das funções pelo corregedor-geral de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, nesta segunda-feira, 15. Atualmente, ela trabalha na 3ª Turma Recursal da Justiça Federal do Paraná, que julga ações sobre temas previdenciários e assistenciais.

A decisão ocorre um dia antes de uma reclamação disciplinar contra a magistrada começar a ser julgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A juíza informou que não vai se manifestar sobre a decisão do ministro.

Na decisão, Salomão apontou a "existência de indícios de cometimento de graves infrações disciplinares" por Hardt, com suposta violação ao Código de Ética da Magistratura Nacional, bem como dos "princípios da legalidade, moralidade e republicanos". O julgamento do caso terá início no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira, 16.

As apurações contra a magistrada são relativas a um acordo entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato, firmado em janeiro de 2019. Foi acertado a proposta de criação de uma fundação com multa de R$ 2,5 bilhões paga pela petrolífera nos Estados Unidos O acordo foi barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março do mesmo ano.

A análise do caso pode resultar na aplicação de sanções que variam de advertência, censura e remoção compulsória, até disponibilidade, aposentadoria e demissão.

Hardt tem 48 anos e foi criada no município paranaense São Mateus do Sul, a 150 quilômetros de Curitiba. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e foi nomeada juíza em 2009, ocupando uma vaga em Paranaguá, no litoral do Estado. Ela chegou na 13ª Vara Federal em 2014, como juíza substituta. Quando Moro entrava de férias, Gabriela assumia as funções dele.

Trajetória de Gabriel Hardt na Lava Jato

Hardt assumiu o comando interino da 13ª Vara em novembro de 2018, após Moro aceitar o convite do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Enquanto esteve à frente da Vara, Hardt condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal que envolve o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

Em agosto de 2021, a Justiça Federal de Brasília rejeitou a denúncia contra Lula, seguindo um entendimento do STF que considerou Moro suspeito nos casos envolvendo o petista, anulando todas as decisões proferidas pelo magistrado. Apesar de ter sido Hardt a responsável pela condenação, o atual senador coordenou a maior parte do processo.

Hardt comandou a Vara da Lava Jato até março de 2019, quando foi substituída pelo juiz Luiz Antonio Bonat. O magistrado, por sua vez, foi sucedido por Eduardo Fernando Appio, crítico declarado de métodos adotados pela operação e desafeto de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol.

Appio chegou a colocar a imparcialidade da juíza em dúvida, durante uma decisão que revogou o bloqueio de bens e dinheiro do empresário Márcio Pinto de Magalhães, ex-representante da multinacional Trafigura no Brasil. O juiz afirmou que "pode ter existido, de fato, uma associação" entre a Vara e os membros do Ministério Público Federal. "De maneira a colocar as acusações em posição mais favorável do que a defesa", afirmou.

Em maio do ano passado, Appio foi afastado após ter a sua conduta investigada por ter supostamente ameaçado o filho do desembargador Marcelo Malucelli. A decisão fez Hardt voltar ao comando da 13ª Vara, onde ainda tramitavam processos remanescentes da Lava Jato.

A segunda passagem dela no comando durou menos de um mês e, em junho do ano passado, Hardt deixou a 13ª Vara. A mudança ocorreu por causa das investigações promovidas pelo CNJ, que apuram supostas irregularidades na Lava Jato.

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