Os publicitários Armando Peralta e Giovani Favieri receberam R$ 3,4 milhões do esquema envolvendo empréstimo de R$ 12 milhões contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai com o Banco Schahin para pagamento de dívidas do PT.
Inicialmente, Bumlai transferiu o dinheiro para empresas de Natalino Bertin, dono do frigorífico Bertin, que distribuiu a empresas de terceiros. Entre eles, o Núcleo de Desenvolvimento de Comunicação (NDEC), que pertence aos Giovane e Armando, também réus, recebeu R$ 3,4 milhões.
Outros R$ 500 mil foram pagos à Omny Par Empreendimentos, credora dos publicitários. A King Graf, que prestou serviços ao PT, recebeu R$ 95 mil e outros R$ 150 mil foram encaminhados para o pagamento de honorários do advogado de Laerte Arruda Correa Júnior, empresário relacionado a Delúbio Soares detido na operação Vampiro.
O juiz Sérgio Morou recebeu a denúncia feita pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio, por lavagem de dinheiro. Além de Dr. Hélio, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e outros quatro envolvidos também se tornaram réus.
O Dr. Hélio é corumbaense como Bumlai e foi duramente criticado por montar o secretariado com amigos da sua cidade e de Campo Grande. Armando e Geovani são, também, de Mato Grosso do Sul onde cresceram com produtora nas campanhas eleitorais.
O processo investiga um empréstimo de R$ 12 milhões tomados pelo pecuarista José Carlos Bumlai em 2004 com o Banco Schahin. De acordo com as investigações, o real destino desse valor, no entanto, seria o pagamento de dívidas do PT. O empréstimo teria sido quitado com a contratação do Grupo Schahin, pela Petrobras, para operar o navio-sonda Vitória 10000, um contrato de R$ 1,6 bilhão.
Dos R$ 12 milhões, o Ministério Público Federal afirma que R$ 4,15 milhões foram destinados para a campanha de Dr. Hélio à Prefeitura de Campinas, em 2004. Segundo os procuradores da força-tarefa, Bumlai, o presidente do banco Sandro Tordin, e os publicitários Giovani Favieri e Armando Peralta participaram da negociação para o empréstimo, com apoio de Delúbio Soares. A transferência teria sido feita, afirma o MPF, por meio do crime de gestão fraudulenta de instituição financeira e configurariam crimes de lavagem de dinheiro.
A outra parte do empréstimo teria tido como destino o empresário do ABC, Ronan Maria Pinto, que já responde a processo na Lava Jato, atualmente na fase de alegações finais. O pagamento do empréstimo por meio do contrato entre Schahin e Petrobras já foi alvo de processo na Lava Jato e levou à condenação de José Carlos Bumlai a uma pena de nove anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira.


