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ELEIÇÕES 2018

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Após impasse, PT decide estrear campanha de Haddad com viagem ao Nordeste

Após impasse, PT decide estrear campanha de Haddad com viagem ao Nordeste

FOLHAPRESS

15/08/2018 - 20h30
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Após uma queda de braço dentro da cúpula do PT, a campanha de Fernando Haddad, vice na chapa petista ao Planalto, vai estrear publicamente, com viagens ao Nordeste, principal reduto eleitoral da sigla.

Nesta quarta-feira (15), poucas horas antes de o PT registrar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Haddad se reuniu em Brasília com dirigentes e governadores do partido e traçou um roteiro de viagens já para a próxima semana.

Com a pressão desses petistas, que queriam acelerar a oficialização da campanha, as resistências internas foram superadas, nas palavras da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e Haddad seguirá para sua primeira viagem na terça-feira (21).

Antes do embarque, o ex-prefeito vai se reunir com Lula para, mais uma vez, ser orientado sobre o discurso a ser adotado. Como mostrou a Folha de S.Paulo, com aval do ex-presidente, Haddad já montou uma estrutura de candidato ao Planalto, com auxiliares e segurança que serão pagos pelo PT.

Gleisi era uma das pessoas que, na cúpula petista, defendia retardar a exposição do ex-prefeito de São Paulo para não naturalizar a ideia, já corrente, de que Lula não será de fato o candidato.

"Passamos por isso, mas jamais tivemos uma discussão sobre esconder Haddad, seria um erro crasso nosso. Isso está superado. Não tem mais dúvida, não tem mais polêmica. A campanha está na rua, quem vai fazê-la é Haddad", afirmou Gleisi após a reunião.

"Nós queremos ganhar a eleição e quem quer ganhar a eleição tem que pedir voto", declarou o governador da Bahia, Rui Costa, candidato à reeleição.

O primeiro porta-voz da tese de colocar o bloco na rua, que teve o aval de Lula, foi o ex-governador baiano Jaques Wagner.

Nesta quarta, após a reunião com Haddad, Jaques afirmou que não havia mais resistência à circulação do candidato a vice.

"Essa escolha de Sofia já foi superada", declarou. "Temos pouquíssimo tempo, a campanha é curta. O nome do Lula é conhecido. Mas, como ele não pode fazer campanha, Haddad fará", completou.

O ex-governador era cotado como plano B do PT caso Lula fosse impedido de concorrer. Ele, porém, declinou da missão e disse que, caso o registro do ex-presidente seja negado pelo TSE, "o jogo está jogado" com Haddad.

O próprio ex-prefeito afirmou que, a pedido de Lula, será a voz do ex-presidente enquanto ele permanecer preso.

No fim da tarde desta quarta, o PT registra a candidatura de Lula ao Planalto com Haddad na vice. O plano é que, depois de o TSE declarar o ex-presidente inelegível, Haddad assuma a cabeça de chapa, com Manuela D'Ávila (PC do B) na vice.

"Pela primeira vez um registro de uma candidatura é feito nos braços do povo. Uma multidão vem fazer o registro da candidatura. Chegamos até aqui, a despeito de muitos que não acreditavam, a despeito do golpe, que é continuado neste país", disse Gleisi.

Lula está preso em Curitiba desde abril por corrupção e lavagem de dinheiro e, condenado em segunda instância, deve ser impedido de disputar a eleição de outubro com base na Lei da Ficha Limpa.

TERRAS-INDÍGENAS

Em marcha, indígenas levam pautas sobre demarcação de terras ao Congresso

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam

23/04/2024 22h00

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão José Cruz / Agência Brasil

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Os movimentos indígenas marcharam nesta terça-feira (23) do ATL (Acampamento Terra Livre), no Eixo Cultural Ibero-americano, em Brasília, até o Congresso Nacional, onde participaram de uma sessão solene.

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão.

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam. As falas cobraram das autoridades políticas de demarcações de terras, mas também citaram descasos nas áreas de saúde, segurança e educação.

Ana Ruth Kokama, 36, conta que viajou de Amaturá (AM) a Brasília, por custo próprio, para participar do ATL pela primeira vez. Ela é representante dos povos indígenas do Alto Solimões e relatou as pautas da região no trio elétrico.

"A Constituição de 88 garantiu aos povos indígenas os direitos da terra, das tradições e costumes. E agora, fazem leis para tirar os nossos direitos e autorizar a criação de fazendas, hidrelétricas e mineradoras em nossos território. Os governos estaduais estão levando empresas para explorar nossas terras sem a nossa consulta", afirmou.

Sessão solene

Em coletiva de imprensa, antes da sessão solene, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que, apesar de o número de terras indígenas demarcadas no governo Lula (PT) até agora ser menos do que o ideal, ainda representa uma grande conquista diante da realidade do Estado brasileiro.

Ela lembrou que, em menos de um ano e meio de gestão, foram dez territórios homologados. Em comparação, foram 11 terras nos dez anos anteriores -o que inclui parte dos governos Dilma Rousseff (PT), o de Michel Temer (MDB) e o de Jair Bolsonaro (PL).

"Nós conseguimos, neste um ano e quatro meses, homologar dez territórios indígenas. É pouco? É pouco. Para o tamanho do passivo que tem no Brasil, precisa avançar ainda mais. Mas, em dez anos [anteriores], foram apenas 11 territórios demarcados", disse.

"Não pensem que isso é fácil, não pensem que é uma conquista pequena. É uma grande conquista, porque se dependesse da decisão e vontade do Estado brasileiro, nem essas [dez] teriam saído",completou.

Além de Guajajara e Xakriabá, participam da sessão na Câmara em homenagem ao movimento indígena, a presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) Joenia Wapichana, deputados e lideranças tradicionais, que se pronunciaram durante o evento.

 

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BOLSONARO-DENÚNCIAS

Após indiciamento de Bolsonaro, PGR pede mais apuração sobre fraude em cartão de vacina

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março

23/04/2024 20h00

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes Valter Campanato/ Agência Brasil

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o aprofundamento de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março.


A investigação apontou a suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa, e a PF diz que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).

Para Gonet, apesar de "relevantes achados que constam do minucioso relatório final da investigação", ainda não há uma resposta do DoJ (o Departamento de Justiça dos EUA) a pedido Polícia Federal de "esclarecimento sobre se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estada no território norte-americano".

"É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano", diz o PGR.

Ele afirmou também: "Seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático. A notícia é relevante para a avaliação dos tipos penais incidentes no episódio. Solicita-se, portanto, da digna Autoridade Policial a produção de desses informes, para o que se pede a devolução dos autos à Polícia Federal."

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.

Gonet quer, ainda, a análise do conteúdo de dispositivos apreendidos com investigados, entre eles os de Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração depois de ter sido preso.

O procurador-geral também quer que a PF faça análise de dados da quebra do sigilo telemático do celular do deputado Gutemberg Reis. Ele é suspeito de ter articulado a inserção de dados falsos nos cartões de vacina.

"Encontram-se igualmente pendentes de conclusão e de juntada aos autos os laudos periciais de informática e os relatórios de extração/análise de conteúdo da maioria dos dispositivos eletrônicos apreendidos nos autos", afirmou.


Em março, a defesa de Bolsonaro criticou o indiciamento e o chamou de precipitado.

À época, os advogados afirmaram que "não há fundada e objetiva suspeita de sua participação ou autoria nos delitos em apuração".

"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes."

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