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À Justiça, Lula nega ter obstruído a Lava Jato e diz sofrer 'quase um massacre'

Réu em ação penal, ex-presidente prestou depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília

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Em depoimento de cerca de uma hora à Justiça Federal de Brasília nesta terça-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha atuado para obstruir a Operação Lava Jato. Ele disse também, em alusão a investigações envolvendo seu nome, que há três anos vem sendo vítima de um "massacre".

Lula é um dos sete réus em ação penal que apura suspeita de obstrução dos trabalhos da Lava Jato. O processo, aberto em julho do ano passado, verifica se houve uma tentativa do grupo de convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada.

Segundo as investigações, Lula, o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves – sócio do BTG Pactual –, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, teriam tentado impedir que Cerveró revelasse à Justiça detalhes do esquema de corrupção que atuava na Petrobras em troca de uma redução da pena.

Esta é a primeira vez que Lula depõe como réu na Lava Jato. Questionado pelo juiz Ricardo Leite se os fatos presentes na denúncia são verdadeiros ou falsos, o ex-presidente respondeu que são falsos.

"Há mais ou menos três anos, doutor, eu tenho sido vítima de uma... eu diria quase que de um massacre. Ou seja, eu acho que todos aqui têm dimensão que um cidadão que foi um presidente da República [...] de repente é pego de surpresa por manchetes de jornais e televisão todo dia, todo santo dia, no café da manhã, no almoço e na janta alguém insinuando 'tal empresário vai prestar uma delação e vai acusar o Lula, tal deputado vai prestar uma delação e vai acusar o Lula. Agora vou prender fulano, agora vão pegar o Lula, prenderam o Bumlai, vai delatar o Lula, prenderam o Delcídio, vai delatar o Lula, prenderam o Papa, vão delatar o Lula'. Estou esperando pacientemente", afirmou o ex-presidente ao juiz.

"O senhor sabe o que que é o senhor acordar todo dia achando que a imprensa está na porta de casa porque eu vou ser preso?", completou Lula.

O ex-presidente também enfatizou que entre pessoas presas na Lava Jato, empresários e políticos, não há ninguém que tenha dado ou recebido dinheiro dele.

"Eu duvido, antes, durante e depois [do mandato], os que estão presos e os que vão ser presos, que tenha um empresário, um político, que tenha a coragem de dizer que um dia me deu dez reais, que tenha coragem de dizer que Lula deu cinco centavos pra ele."

Durante o depoimento, Lula afirmou que os fatos apresentados se tratam de “ilações”. Disse também que os governos do PT fizeram com que as instituições no Brasil fossem fortalecidas.

“Me ofende profundamente insinuação de que o PT é organização criminosa”, disse. “A procuradoria não existia, era uma peça de ficção, quando cheguei ao governo”, completou.

Lula disse que passou os oito anos de seu governo sem participar de jantares e aniversários para evitar situações com pessoas pedindo favores.

"Fiquei oito anos no meu mandato, doutor, oito anos sem ir a um jantar, um aniversário, um casamento exatamente para não dar pretexto de aparecer aqueles que vão tomar meu champanhe e pedir um favor e vem tirar fotografia com celular pra depois depois explorar essa fotografia", afirmou o ex-presidente ao juiz.

Cerveró e Bumlai

Lula afirmou que não tinha contato com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. “Eu não conheço o Cerveró, conheço agora que ele ficou famoso”, disse. “Quem falava com o Cerveró era o Delcídio, que era amigo do Cerveró”, disse.

O ex-presidente disse ter “quase certeza” de que Cerveró foi indicado ao cargo na estatal pelo PMDB. Ele ressaltou que todos os nomes indicados ao conselho de administração da Petrobras eram pessoas com “capacidade técnica”.

Sobre Bumlai, Lula afirmou ter “profundo respeito”, mas ponderou que não tratava de negócios com o pecuarista.

“Eu conversava com o Bumlai, tenho profundo respeito. Ele sabe que a relação que tinha comigo não permitia discutir nenhum negócio”, disse Lula.

'Chateado' com Delcídio

Lula disse ainda que ficou "chateado" com as declarações do senador cassado Delcídio do Amaral, que era do PT. Em delação premiada, Delcídio disse que que o ex-presidente tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuou na Petrobras e agiu para barrar as investigações da Operação Lava Jato.

"Eu fico chateado por uma ilação feita nesse processo contra mim pelo senador Delcídio. Portanto, eu gostaria de dizer que eu estou aqui pra responder a toda e qualquer pergunta", disse Lula.

Questionado pelo juiz se conversou sobre a Lava Jato com Delcídio, o ex-presidente respondeu: "Da Lava Jato, hoje no Brasil, a gente fala no café, no almoço, na janta e ainda depois da novela. Só passa isso na televisão."

O juiz perguntou para Lula sobre a versão de Delcídio de que o ex-presidente teria pedido ao senador cassado comprar o silêncio de Cerveró. Lula disse que o único brasileiro que poderia ter medo de um depoimento do ex-diretor era o próprio Delcídio.

"Doutor, só tem um brasileiro que poderia ter medo de um depoimento do Cerveró pela relação que tinha com ele, que é o Delcídio. Eu não tinha relação com o Cerveró, portanto, eu não tive nenhuma preocupação com o depoimento de nenhum dos empresários, de nenhum diretor da Petrobras porque não tem essa relação com eles. Portanto, o Delcidio contou uma inverdade nesse processo", afirmou Lula.

O ex-presidente também foi questionado sobre uma suposta reunião no Instituto Lula, revelada por Delcídio, em que ambos teriam conversado sobre uma maneira de evitar a delação de Cerveró. Segundo Lula, houve várias reuniões com Delcídio no instituto, mas, segundo o ex-presidente nenhuma foi para tratar da delação.

"Várias vezes o Delcídio esteve lá. Várias vezes", disse Lula. "Eu não tenho nenhuma razão pra ter qualquer problema com depoimento do Cerveró. Nenhuma razão. Não conheço, não tive convivência com ele", afirmou.

Questionado pelo juiz se surgiu com Delcídio alguma conversa sobre impedir a delação de Cerveró, Lula respondeu: "Não surgiu".

Apoio à Lava Jato

Lula ainda afirmou que não é contra a Lava Jato.

"Tem gente que acha que eu sou contra a Lava Jato. Pelo contrário, eu quero que a Lava Jato vá fundo pra ver se acaba com a corrupção", ressaltou o ex-presidente.

Durante o depoimento, o ex-presidente criticou as acusações contra seu nome que vê na imprensa e declarações de procuradores que, segundo Lula, estariam o acusando sem provas.

“Um juiz, um promotor, um delegado, não tem que ficar fazendo pirotecnia com as pessoas. Se tem um brasileiro que quer a verdade nesse país sou eu”, disse. “Quero que a Lava Jato vá a fundo para acabar com a corrupção. O que sou contra é execrar”, enfatizou.

Na última fala da oitiva, Lula aparentou estar emocionado ao ressaltar que, na visão dele, não há provas que o incriminem.

“Eu estou com muita coisa na garganta para falar. Eu estou cansado de ver procurador dizer que não precisa de provas, que tem convicção, de juiz dizer ‘eu não preciso de provas, eu vou votar com fé’. Eu quero prova. Alguém tem que dizer qual o crime que eu cometi. (...) Tenho 71 anos de vida, eu cansei, cansei de ver as instituições que eu ajudei a criar desde a Constituinte desvalorizadas. Eu sempre valorizei o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário. Eu indiquei quase todos, nunca pedi um favor pessoal”, disse.

Lula chega à Justiça para depor sobre suspeita de obstrução da Lava Jato

Ruas fechadas

Por medida de segurança, a via de acesso ao prédio que recebe o depoimento do ex-presidente foi interditada pela Polícia Militar do Distrito Federal desde o início da manhã.

No momento da chegada de Lula, havia cerca de 25 manifestantes nas proximidades, todos a favor do ex-presidente. O local também tinha pichações com palavras de apoio a Lula.

Política

Vereadores aprovam projeto que permite a entrada de água potável em shows e festivais

O projeto aprovado em sessão na Câmara Municipal, especifica que a água deverá estar acondicionada em embalagem plástica transparente e lacrada em eventos de Campo Grande.

23/04/2024 17h37

Divulgação/ Câmara Municipal de Campo Grande

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Na manhã de hoje, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande se reuniram para aprovar o projeto de lei 11.196/23, que autoriza a entrada de água potável para consumo pessoal em shows e festivais na capital.

Conforme o documento de autoria dos vereadores Dr. Victor Rocha e Carlão, o projeto dispõe sobre a permissão para a entrada de água potável para consumo pessoal em shows, festivais, exposições e eventos similares no âmbito do município de Campo Grande.

A proposta, apresentada pelo vereador Vitor Rocha (PSDB) em novembro do ano passado, será discutida. Naquele período, o país enfrentava altas temperaturas. Nesse mesmo período, a estudante sul-mato-grossense, Ana Clara Benevides Machado, morreu após passar mal durante um show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro (RJ). 
 
A partir de hoje, em caso de não cumprimento da lei, o evento corre o risco de ser cancelado. 

 

Outras pautas aprovadas

Outra pauta debatida e aprovada em regime de urgência foi o projeto de lei 11.307/24, do Executivo Municipal, que autoriza a Prefeitura a realizar permuta de área de sua propriedade com área pertencente à JM Administradora de Bens LTDA, localizada no loteamento Nova Campo Grande.

Também foi aprovado o projeto de lei complementar 923/24, de autoria da Mesa Diretora, que altera dispositivo da Lei Complementar 476/23. Esta última concede anistia condicional aos proprietários de edificações cuja execução esteja em desacordo com o Código de Obras e a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo. 

Durante a sessão, os parlamentares mantiveram o veto parcial ao projeto de lei 11.040/24, que estabelece o Programa Municipal de Identificação de Lar Atípico para pessoas com hipersensibilidade auditiva residentes no município de Campo Grande. A proposta foi apresentada pelos vereadores Carlos Augusto Borges (Carlão) e Prof. André Luis.

Também foi debatido o veto total ao projeto de lei complementar 917/24, que propõe alterações no Artigo 2º da lei 2.786/90. A proposta é de autoria dos vereadores Claudinho Serra, Betinho, Professor André Luis, Dr. Victor Rocha, Ronilço Guerreiro, Clodoilson Pires e Edu Miranda."

Em segunda discussão e votação, foi aprovado o projeto de lei 11.162/23, de autoria dos vereadores Papy e Carlos Augusto Borges (Carlão), que inclui a "Feira Científica" no calendário oficial de eventos do município de Campo Grande.

Ainda durante a sessão, foi analisado o projeto de lei 11.199/23, de autoria do vereador Papy, que propõe a criação da carteira funcional digital e física dos conselheiros tutelares.

E, por fim, o projeto de lei 11.238/24, proposto pelo vereador Professor Juari, que trata da instituição da campanha permanente de valorização e respeito ao trabalho do professor, nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio do município de Campo Grande.

 

 

Política

Presidente Lula Descarta Crise na Petrobras e Destaca Crescimento

Em encontro com a imprensa, Lula afirma que a estatal enfrenta apenas "crises de crescimento" e minimiza desavenças internas

23/04/2024 14h00

Reprodução: Canal GOV

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Durante um encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva refutou a existência de uma crise na Petrobras, descrevendo a situação da empresa como "tranquila" e destacando apenas desafios ligados ao seu desenvolvimento.

Desmentindo Crises na Petrobras:

Nesta terça-feira, o presidente Lula afirmou que a Petrobras não enfrenta uma crise, contrariando rumores sobre instabilidades internas. Segundo ele, a empresa segue operando normalmente, sem turbulências significativas que afetem sua estabilidade.

Normalidade de Desentendimentos:

Lula comentou sobre a naturalidade dos desentendimentos dentro de grandes corporações como a Petrobras. Ele mencionou que, frequentemente, mal-entendidos podem gerar especulações, mas isso não indica uma crise real na empresa.

Enaltecendo a Petrobras:

O presidente elogiou a Petrobras por seu papel crítico no desenvolvimento econômico e energético do Brasil. Ele descreveu as adversidades enfrentadas pela empresa como "crises de crescimento", necessárias para sua evolução em uma companhia de energia mais abrangente, que inclui o foco em renováveis como eólica e solar.

Distribuição de Dividendos Extraordinários:

Lula confirmou apoio à distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras, prevista para votação no dia 19 de abril. Essa decisão poderá adicionar R$ 6 bilhões aos cofres da União, representando um importante influxo financeiro.

Controvérsias Internas e Gestão de Conflitos:

Recentemente, desentendimentos entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o Ministro da Energia, Alexandre Silveira, vieram à tona. Lula minimizou essas divergências, ressaltando que discordâncias são esperadas e gerenciáveis.

Futuro da Liderança na Petrobras:

Após uma fase de incertezas sobre a permanência de Prates na presidência da Petrobras, a situação parece estabilizada. Contudo, sua continuidade no cargo ainda depende de ajustes em sua conduta, conforme sinalizado por aliados do presidente.

Impacto da Participação de Fernando Haddad:

A entrada do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no debate sobre a gestão da Petrobras marcou uma virada importante, desafiando a oposição de outros ministros que questionavam a permanência de Prates.

Conclusão:

Em resumo, o presidente Lula defendeu a estabilidade e a trajetória de crescimento da Petrobras, apesar das especulações e desafios internos. O encontro com a imprensa reforçou o compromisso do governo com a transparência e a governança corporativa eficaz.

Participantes do Café com a Imprensa:

O evento contou com a presença de representantes de diversos veículos de comunicação, incluindo Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, G1, e outros, demonstrando a importância do diálogo aberto com a mídia.

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