Polícia

FUNDO

A+ A-

Verbas federais para a segurança pública do Estado vão triplicar

Repasses a MS devem passar dos atuais R$ 10,3 milhões para R$ 40,2 milhões com decisão do STF

Continue lendo...

Os recursos federais de repasses obrigatórios para segurança pública de Mato Grosso do Sul vão triplicar, dos atuais R$ 10,390 milhões para R$ 40,258 milhões, com a decisão na última sexta-feira do STF determinando que a União transfira “imediatamente” aos estados 50% dos recursos que compõem o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) arrecadados com a exploração de loterias. A decisão liminar foi dada pelo presidente do STF, Dias Toffoli, durante o plantão do Poder Judiciário, determinando que o governo não faça novos contingenciamentos no fundo até que a relatora, ministra Rosa Weber apresente sua decisão sobre o processo protocolado no tribunal por 25 estados e o Distrito Federal.

De acordo com estes estados, a União contingenciou R$ 1,14 bilhão (65% do fundo), o que inviabilizou os repasses de R$ 570 milhões estimados no Orçamento deste ano aos estados, descuprindo a Lei 13.756, de 2018, que garante transferência obrigatória às unidades federativas de 50% do valor que compõe o fundo e foi arrecadado com a exploração de loterias.
Um dos estados afetados foi Mato Grosso do Sul, já que deixou de receber R$ 29,868 milhões referentes a 5,24% dos R$ 570 milhões. Até agora estavam garantidos o recebimento de R$ 10,390 milhões, conforme a Portaria 793, de 24 de outubro de 2019 do Ministério da Justiça. 

O valor esperado do Fundo pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul poderia chegar a R$ 15 milhões, porque o Ministério pode transferir parte dos outros 50% por meio de convênios, sem a obrigatoriedade contida na lei. Essa portaria define que o valor do Fundo a ser transferido aos estados será de R$ 198.298.674,00, sendo R$ 10,390 milhões para o Governo do Estado (5,24%), com 30% para serem usados em custeio e 70% em investimentos. Com a decisão, o valor a que Mato Grosso do Sul tem direito sobe para R$ 40,258 milhões.

O dinheiro só pode ser usados para implantação de sistemas de comunicação operacional, como radiocomunicação, telefonia móvel e internet; implantação de sistemas de videomonitoramento com soluções de reconhecimento facial, por Optical Character Recognition; implantação de solução tecnológica para inteligência, atendimento e registro único de ocorrências, centrais de despacho, georreferenciamento de viaturas, policiamento preditivo, e câmeras corporais ou veiculares; construção, reforma, ampliação, adequação e estruturação tecnológica de espaços e prédios; capacitação de policiais que atuam diretamente no enfrentamento à criminalidade violenta; construção, ampliação e reforma de laboratórios periciais, unidades de medicina legal e delegacias e aquisição de equipamentos e insumos para perícia em local de crime.

O impasse judicial surgiu porque o orçamento de 2019 previa R$ 1,74 bilhão para o FNSP, mas R$ 1,14 bilhão foram alocados como reserva de contingência, que o ministério classifica como não disponível para uso. Sobraram então R$ 495 milhões disponíveis, dos quais 50% devem ser transferidos para os Estados, como prevê a lei de 2018 que repaginou o fundo com objetivo de tornar sua execução orçamentária mais efetiva, e decretos publicados pelo Ministério da Justiça.
A expectativa com a nova lei aprovada no ano passado era abastecer o fundo com recursos de uma fonte previsível, como as loterias, e facilitar a transferência para os Estados, que historicamente apresentaram dificuldades em executar recursos por meio de convênios com o governo federal. A chamada transferência fundo a fundo, então, preve tornar mais ágil e eficiente o uso do recurso público.

STF

Em sua decisão, Toffoli afirma que “o modelo constitucional de federalismo cooperativo exige da União a observância das regras de repartição de recursos com as demais entidades políticas nacionais, sob pena de incorrer em infidelidade federativa”, sustentou o presidente.

Os Estados argumentaram “risco irreparável para toda a população brasileira, ante o notório quadro de criminalidade violenta e a aproximação do final do ano”. 

“Defiro parcialmente a tutela de urgência para determinar que a União transfira imediatamente aos Fundos Estaduais e ao Fundo Distrital dos autores 50% (cinquenta por cento) dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, do montante proveniente das receitas decorrentes da exploração de loterias, gravados por lei como de transferência obrigatória, bem como se abstenha de contingenciar novos recursos do referido Fundo, até ulterior análise da eminente Ministra Relatora do feito”, escreveu.

GARANTIA DE DINHEIRO

O Fundo Nacional de Segurança Pública tem como objetivo garantir recursos para apoiar projetos, atividades e ações nas áreas de segurança pública e de prevenção à violência, seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social.

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

Continue Lendo...

A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

Assine o Correio do Estado

 

Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

Continue Lendo...

No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).