Polícia

MÉDICOS, POLÍTICOS E ADVOGADOS

A+ A-

Presos em operação tentaram extorquir R$ 5 milhões de vítimas

Criminosos enviavam cartas pedindo dinheiro para não divulgar supostas informações desfavoráveis

Continue lendo...

Médicos, empresários e políticos de Mato Grosso do Sul eram alvos de de organização criminosa, que tentou extorquir quantias que chegavam a R$ 5 milhões de cada um. Grupo agia dentro e fora dos presídios e quatro pessoas foram presas nessa segunda-feira (21), durante a Operação Extortio, da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco).

De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, investigações começaram no dia 7 de fevereiro deste ano, quando uma das vítimas procurou a polícia depois de familiares terem recebido diversas correspondências com ameaças, dizendo que haveria dossiês com informações em desfavor de pessoas que tinham certa projeção midiática, e pediam dinheiro para que as supostas informações não fossem divulgadas ou os familiares não sofressem nada.

“Todo o início se deu por cartas digitadas entregues em endereços específicos, inclusive algumas em condomínio fechado, mostrando que existia um grupo criminoso que tinha conhecimento em específico da pessoa que eles gostariam de extorquir”, disse a delegada.

Segundo Medina, o grupo tinha quatro alvos inicialmente e, a partir desses quatro, passaram a difundir as ameaças, por correspondência, a familiares e outras pessoas do convívio dos mesmos. Por conta das ameaças, que incluiam crianças, as vítimas se sentiram coagidas e com medo de denunciar o caso, até que uma delas procurou a polícia em fevereiro.

“A partir dali passamos a orientar e recomendar o que deveria ser feito para não ser vítima dessa extorsão, garantindo que as pessoas de sua família ficariam bem. O valor pedido foi um inicial de R$ 2,5 milhões, depois passaram a R$ 5 milhões e era bastante interessante essa articulação criminosa, para cada correspondência tinha um valor”, explicou a delegada.

Conforme Medina, os criminosos sabiam especificamente como atingir cada uma das vítimas, com informações que muitas vezes já eram conhecidas, mas colocando em risco a vida até de menores de idade. Os suspeitos faziam parte de facções criminosas e, nas cartas, faziam considerações e exigências.

As cartas com ameaças era entregues por mototaxistas que não tinham contato com as pessoas que enviavam. Cartas eram deixadas em frente a estabelecimentos comerciais e os mototaxistas contratados por telefone para levar a ameaça até o endereço das vítims.

“Eles se articularam de tal forma que eles buscavam pontos de mototaxi onde havia algum comércio que possabilitaria uma ligação telefônica para que contratasse, então era tudo articulado, eles movimentaram óticas, laboratórios clínicos, clínicas médicas, essas correspondências andaram de forma que não se rastreasse até então qual era a procedência e nós fomos montando o quebra-cabeça”.

Quando perceberam que não receberiam os valores exigidos, criminosos começaram um outro núcleo, trazendo pessoas que se apresentavam as vítimas alegando que conheciam os criminosos e pediam mais dinheiro para contar quem era o chantagista.

Na terceira faceta da engenharia criminosa, eles passaram a usar a massa carcerária para que buscasse interessados e chegaram inclusive a oferecer algumas informações para a fronteira, com os dossiês que eram montados.

"O que chamava a atenção é que além dessa articulação, eles eram bastante arrojados, era um trabalho de inteligência a todo momento, parecia La Casa de Papel mesmo, que a gente estava atrás do Professor", comparou a delegada, acrescentando que os chips de telefones pré-pagos por meio do qual eram enviadas mensagens de ameças estavam cadastrados nos nomes das próprias vítimas. "Isto tudo foi articulado basicamente nesses quatro presos, são faccionados, eles são os cabeças. Todos estão identificados".

A investigação está em fase final e, conforme a delegada, já se vislumbra uma organização criminosa, onde cada um tinha o seu papel específico. Nomes dos alvos não foram divulgados.

Três homens foram presos em cumprimento de mandado de prisão preventiva: um jovem de 19 anos que cumpria pena no Centro de Triagem, um outro de 40 anos que estava no Complexo da Gameleira e um terceiro de 25 anos que também já havia sido preso e estava no Instituto Penal de Campo Grande. Além dos três homens, uma mulher de 33 anos, que seria esposa de um preso também foi presa temporariamente.

Genitor segue preso

Criança que teve a perna quebrada pelo pai recebe alta da Santa Casa de Campo Grande

O genitor teve prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (14); a mãe da criança teria sofrido agressões por parte do companheiro de quem está em processo de divórcio

14/03/2024 17h00

Os pais estão em processo de divórcio e as crianças estavam morando com o genitor há dez dias Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A criança de 4 anos, que teve a perna quebrada após sofrer uma agressão por parte do pai, teve alta da Santa Casa nesta quinta-feira (14) onde ficou internado por dois dias.

Tanto a creche auxiliava a mãe a denunciar o companheiro por violência doméstica quanto o Conselho Tutelar informou o Ministério Público sobre a situação da família. 

Os pais estão em processo de divórcio e as crianças estavam morando com o genitor há dez dias.

Ainda hoje, o pai da criança de 29 anos, que trabalha como vigilante noturno, passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada.

Ele foi preso em flagrante quando a equipe médica da Upa Vila Almeida suspeitou da versão apresentada e acionou o Conselho Tutelar e agentes da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). 

No local, a mãe se desentendeu com o companheiro e ele teria dito que "perdeu a cabeça" no momento em que o menino brigava com o irmão por conta de um celular.

Segundo a polícia, ainda na Upa o pai alegou que menino de 4 anos, estava em uma rede entre uma cama de casal e uma cama de criança com uma grade de proteção.

A versão que o pai contou inicialmente a polícia foi que "deu um tapa" na cabeça do filho que acabou se desequilibrando e caindo onde teria batido a perna na grade e proteção da cama de criança.

No entanto, um conhecido a família esteve na Upa assim como a diretora da creche e deram novos elementos a narrativa. A testemunha relatou que viu o momento em que o pai deu um soco na cabeça do menino e um chute na perna.

Em contato com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), informou ao Correio do Estado que as crianças nunca chegaram na creche com hematomas.

Entretanto, em março de 2023, a unidade escolar orientou a mãe a procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), para formalizar a ocorrência por ter sido vítima de violência doméstica.

Ao todo são sete atas registradas, todas referentes ao relacionamento dos casal e "questões comportamentais".

A reportagem entrou em contato com o Conselho Tutelar responsável pela região da Vila Almeida e levantou que há um ano, devido aos conflitos familiares, a situação foi comunicada ao Ministério Público, conforme relatou a conselheira Letícia Louveira. 

O caso

A criança deu entrada na Upa Vila Almeida na manhã de terça-feira (12), com a perna quebrada e o pai alegou que ele teria sofrido uma queda da rede. Quando a mãe chegou na unidade de saúde, os dois começaram a discutir no momento em que ele teria afirmado que "perdeu a cabeça".

Houve desconfiança por parte da equipe plantonista que acionou o Conselho Tutelar e policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). O homem foi preso em flagrante para prestar esclarecimentos.

Na delegacia o pai disse que as crianças estão com ele há dez dias, sendo que durante a manhã começaram a brigar pelo celular. Segundo a ocorrência, o cômodo é composto por uma cama de casal, uma infantil e uma rede entre as duas.

Durante as explicações, o pai justificou como "correção" o empurrão que deu na cabeça do filho para que não tomasse o celular do irmão. O que na versão apresentada por ele culminou com a queda da criança da rede em cima da grade de proteção da cama infantil.

Um conhecido da família que presenciou as agressões desmentiu e contou que o homem agrediu o filho com um chute na perna e soco na cabeça. 

Mesmo com a criança reclamando de dor, o genitor acreditou que o filho estava "com birra". Durante o percurso para a creche, parte do caminho, ele diz ter levado o filho no colo e posteriormente ao colocá-lo no chão, os irmãos teriam brigado novamente. 

Em uma versão dúbia chegou até a admitir que tinha intenção de levar a criança imediatamente para receber atendimento médico, no entanto, a criança supostamente teve sono, por isso a investigação deve precisar por quanto tempo a vítima sofreu sem receber socorro.

O menino foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande. A reportagem entrou em contato com o hospital, mas a família não autorizou informações sobre o estado clínico do paciente. 

O homem, que não teve o nome divulgado, vai responder pela prática dos crimes de maus-tratos e lesão corporal de natureza grave.

** Colaborou Suelen Morales

Assine o Correio do Estado

Polícia

Pai preso em flagrante por confessar ter quebrado perna do filho passa por audiência de custódia

A criança de 4 anos, deu entrada na Upa Vila Almeida e a equipe desconfiou da versão do genitor que uma suposta "correção" que culminou com a queda

13/03/2024 18h50

Um conhecido da família relatou ter visto o pai chutando o filho e socando a cabeça dele Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

O pai, de 29 anos, que quebrou o fêmur do filho de apenas 4 anos de idade, alegando que "perdeu a cabeça", passa por audiência de custódia, na manhã desta quinta-feira (14), em Campo Grande. Ele foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

Após a equipe da Upa Vila Almeida desconfiar da versão de queda acidental apresentada pelo genitor, o Conselho Tutelar e a polícia foram acionados. O homem chegou a contar que teria empurrado o filho para apartar a briga e a criança acabou caindo. 

A versão caiu por terra quando um conhecido da família contou ter visto o homem chutando e dando socos na cabeça da criança. 

 

 

O Caso

A criança deu entrada na Upa Vila Almeida na manhã de terça-feira (12), com a perna quebrada e o pai alegou que ele teria sofrido uma queda da rede. Quando a mãe chegou na unidade de saúde, os dois começaram a discutir no momento em que ele teria afirmado que "perdeu a cabeça".

Houve desconfiança por parte da equipe plantonista que acionou o Conselho Tutelar e policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). O homem foi preso em flagrante para prestar esclarecimentos.

Na delegacia o pai disse que as crianças estão com ele há dez dias, sendo que durante a manhã começaram a brigar pelo celular. Segundo a ocorrência, o cômodo é composto por uma cama de casal, uma infantil e uma rede entre as duas.

Durante as explicações, o pai justificou como "correção" o empurrão que deu na cabeça do filho para que não tomasse o celular do irmão. O que na versão apresentada por ele culminou com a queda da criança da rede em cima da grade de proteção da cama infantil.

Um conhecido da família que presenciou as agressões desmentiu e contou que o homem agrediu o filho com um chute na perna e soco na cabeça. 

Mesmo com a criança reclamando de dor, o genitor acreditou que o filho estava "com birra". Durante o percurso para a creche, parte do caminho, ele diz ter levado o filho no colo e posteriormente ao colocá-lo no chão, os irmãos teriam brigado novamente. 

Em uma versão dúbia chegou até a admitir que tinha intenção de levar a criança imediatamente para receber atendimento médico, no entanto, a criança supostamente teve sono, por isso a investigação deve precisar por quanto tempo a vítima sofreu sem receber socorro.

O menino foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande. A reportagem entrou em contato com o hospital, mas a família não autorizou informações sobre o estado clínico do paciente. 

O homem, que não teve o nome divulgado, vai responder pela prática dos crimes de maus-tratos e lesão corporal de natureza grave.

** Colaborou Suelen Morales

Assine o Correio do Estado

 


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).