Uma semana após a última ação contra o tráfico de drogas na região da antiga rodoviária, considerada a cracolândia de Campo Grande, equipes do 1° Batalhão da Polícia Militar, em conjunto com servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) e da vigilância sanitária, voltaram ao local nesta quinta-feira pela manhã. Mas a inibição à presença dos usuários de drogas e outros desocupados foi momentânea (como das outras vezes), pois à tarde a grande maioria deles perambulava e fazia ponto no terminal e no seu entorno.
Assim como as outras operações, desde as 8h, os policiais, com ajuda de cães farejadores, revistaram todos os moradores em situação de rua e ao todo cinco pessoas foram presas, sendo três porque estavam foragidas do sistema prisional e duas por portar drogas, mas acabaram liberadas após assinatura de termo circunstanciado.
Por volta das 15h, pessoas que a polícia desalojou da área já estavam de volta, usando e mesmo comercializando entorpecentes.
Everson da Cruz Rechinski, 33 anos, preso no Paraná por furto de uma casa, Oséias Padilha Amaral e Odinei Maciel Magalhaes, 29 anos, foragidos do regime semiaberto, foram detidos no local e devem retornar ao presídio.
A presença dessas pessoas na região tem sido apontada como um fator de insegurança na área central da cidade, com reflexos também negativos para as áreas comercial e residencial das imediações.
AÇÕES
Além do combate ao tráfico e uso de entorpecentes a céu aberto, servidores da Semadur e da Vigilância Sanitária vistoriaram comércios da região, principalmente hotéis, bares e restaurantes. Funcionários da prefeitura detectaram estabelecimentos irregulares, com alvará vencido.
De quatro hotéis, apenas um estava com a documentação em dia. Os demais tinham a licença vencida.
De acordo com o supervisor de fiscalização de controle de postura da Semadur, João Alves, os hotéis e o bar identificados com irregularidades na operação foram notificados. “Todos os proprietários foram notificados e terão o prazo de cinco dias para regularizar a situação, foi verificado que os três proprietários pagaram a taxa de inscrição do prédio, mas a vistoria não havia sido feita. Se no prazo não tiver alvará, os locais serão interditados”, disse o servidor.
Moradores em situação de rua
Atualmente, mais de 100 moradores em situação de rua habitam em todo o quadrilátero do prédio que já foi a rodoviária da Capital, segundo dados da associação de moradores do Amambaí.
Sobre o cuidado com moradores que não têm para onde ir, a reportagem entrou em contato com a prefeitura sobre o que é feito para ajudar pessoas na atual situação, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.
APERTANDO O CERCO
Além do combate ao tráfico, a Operação Laburu teve como objetivo fiscalizar determinados hotéis que servem de ponto de apoio para o tráfico de drogas e outros delitos, recapturar foragidos da Justiça, apreender armas e outros objetos de crimes, além de promover uma maior sensação de segurança aos comerciantes e moradores locais. A mobilização policial teve início por volta das 8h e encerrou-se às 12h.