Polícia

FURTARAM CAMINHÃO

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Julgamento de recurso de ex-militares traficantes é adiado por pedido de vista

Eles foram presos ao transportaram três toneladas de maconha em caminhão do Exército

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Três ex-militares condenados por furtarem caminhão do Exército para transportar três toneladas de maconha, tiveram julgamento de recurso de apelação suspenso por pedido de visto, no Superior Tribunal Militar (STM). Na época do crime, em 2016, os militares eram lotados no 20º Regimento de Cavalaria Blindado, de Campo Grande.

Antes do pedido de vista, dos 10 ministros presentes, seis votaram pela manutenção das condenações de primeira instância e três aguardam o retorno do julgamento.

Cinco ex-militares foram condenados em 3 de dezembro de 2018, por unanimidade de votos do Conselho Permanente de Justiça para o Exército da Auditoria da 9ª CJM - 1ª instância da Justiça Militar de Campo Grande (MS). Pena foi de seis anos, um mês e 24 dias de prisão, pelo crime de peculato-furto. Eles respondem ainda por tráfico internacional de drogas na justiça comum.

Defesa de três, dos cinco militares, entrou com recurso de apelação no STF, que era o que estava sendo julgado na sessão.

Ministro relator do caso, Calos Vuyk de Aquino, em seu voto manteve a íntegra da sentença condenatória para os três réus. Segundo o relatório do ministro, dois dos denunciados, foram procurados cerca de um mês antes do crime e contratados para transportar maconha até Campinas.

O ministro lembrou que os réus planejaram o crime com a escolha de uma data estratégica, dia 26 de agosto, ou seja, dia em que seria realizado o desfile cívico-militar em homenagem ao aniversário da Cidade de Campo Grande e, por conta disso, diminuiria o efetivo da Unidade Militar, prejudicando a vigilância do aquartelamento.

A defesa dos réus sustentou, entre outras coisas, que a conduta dos militares estaria abarcada pela “excludente do estrito cumprimento do dever legal decorrente da hierarquia e da disciplina”, uma vez que “restou demonstrado na instrução probatória que todos os envolvidos na referida conduta obedeciam a ordens de um militar de alto escalão do 20º RCB”.

Segundo o ministro, embora os apelantes tenham declarado em juízo que a ordem para transportar a substância entorpecente teria partido de uma autoridade superior, nenhum deles indicou de quem teria partido a ordem.

Ministro também afirmou que os acusados sabiam que transportavam algo ilícito e afirmaram que receberiam R$ 10 mil pelo serviço, o que, no entendimento do magistrado, não condiz com a versão de terem recebido ordem superior, o que, caso fosse o caso, deveria ter sido cumprida sem recebimento de vantagem adicional.

O voto do relator foi acompanhado por outros cinco ministros, até que o ministro Artur Vidigal de Oliveira pediu vista dos autos. De acordo com o regimento, o magistrado tem até dez dias subsequentes à sessão em que foi feito o pedido para restituir os autos ao presidente para dar prosseguimento no julgamento do feito.

RELEMBRE O CASO

O crime ocorreu em agosto de 2016, quando os cabos do Exército, Higor Abdala Costa Attene, Maykon Coutinho Coelho e Raul Seixas Simão Martins, valendo-se das facilidades que lhe proporcionavam a qualidade de militares, furtaram uma viatura de transporte especializado basculante do 20° Regimento de Cavalaria Blindado (20º RCB), sediado em Campo Grande, com objetivo de utilizar o veículo para transportar uma carga de três toneladas de maconha de Ponta Porã (MS) até Campinas (SP).

Ao chegar em Ponta Porã, a viatura militar foi conduzida até uma chácara, onde foi carregada por civis não identificados. Os acusados teriam recebido uma quantia entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, que seria para custear a viagem de transporte da carga até a cidade de Campinas.

Já em Campinas, no momento em que alguns deles começavam a cortar as cordas para descarregar o caminhão, na rodovia Anhanguera, militares foram abordados e houve troca de tiros com policiais do Departamento de Combate às Drogas (Denarc).

Dois militares foram presos no local e um terceiro tentou fugir, mas fou capturado em Cordeirópolis (SP), quando procurou atendimento médico devido a ter sido atingido por um tiro na coxa.

Posteriormente, mais três graduados (dois cabos e um sargento) foram indiciados em Inquérito Policial Militar (IPM).

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

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A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

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Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

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No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


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