Polícia

CORRUPÇÃO

Juiz é alvo de operação do Gaeco contra venda de sentença

Magistrado e seus amigos e familiares, teriam cobrado propina de R$ 250 mil, aponta investigação

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O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi às ruas de Campo Grande nesta sexta-feira  (18) para cumprir mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, em ação que combate esquema de comercialização de decisões judiciais, popularmente conhecido como venda de sentenças. O alvo principal da operação é o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, titular da 5ª Vara de Família e Sucessões da Capital. Em um dos casos investigados, conforme o Gaeco, houve solicitação de vantagem indevida de R$ 250 mil para a autorização judicial para venda de um imóvel inventariado em processo.

Na operação, os promotores do Gaeco investigam prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques. 

São alvos de mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, além do magistrado, o advogado Wilson Tavares de Lima, Pedro André Scaff Raffi e Jesus Silva Dias. Também há mandados de busca e apreensão contra Vanja Maria Alves (sogra do magistrado) e Aldo Ferreira da Silva (pai dele).

Conforme o Gaeco, Pedro André Scaff Raffi e Aldo Ferreira da Silva Júnior, mantinham parceria comercial de revenda de veículos, intermediada por Wilson Tavares de Lima e Jesus Silva Dias. A união destes quatro, porém, ia além do simples comércio de automóveis, alega o Gaeco, e informa o desembargador no relatório da autorização dos mandados: “Os investigados, em tese, unidos de forma habitual e permanente, dedicavam-se a ações criminosas, relacionadas, especialmente, com a prática de atos ilegais no âmbito dos processos judiciais que tramitam na 5ª Vara de Família e Sucessões desta Capital, da qual Aldo é juiz titular, embora atualmente esteja afastado de suas funções”. 

Quanto à sogra e o pai do magistrado, a suspeita é de que eles seriam o destino das transferências bancárias com recursos obtidos por meio do esquema criminoso investigado pelo Gaeco. 

DEPOIMENTOS

Além dos mandados de busca pessoal, o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques também determinou o depoimento de mais oito pessoas.

Quanto à prática de corrupção ativa, as equipes do Gaeco têm evidências de que o grupo, chefiado pelo juiz, teria agido para oferecer vantagens a testemunhas para alterar depoimentos quando as investigações já haviam começado. 
A corrupção passiva estaria caracterizada no recebimento de vantagens para decisões judiciais. 

AFASTAMENTOS

Aldo Ferreira está afastado de duas funções por força de duas investigações. Em um delas, ele também teria se envolvido em irregularidades no pagamento de precatórios. O afastamento, por este caso, ocorreu em novembro do ano passado. 

O outro caso é a cobrança de propina na venda de uma fazenda, e que deu origem à operação desencadeada nesta sexta-feira. 

Aldo é ainda investigado por participação em um caso em que a esposa dele, a advogada Emanuelle Alves Ferreira da Silva, foi acusada de dar um golpe de R$ 5,3 milhões em um aposentado de Petrópolis (RJ). Uma assinatura falsa teria sido usada para pedir a liberação destes valores em um processo judicial. 

INSPEÇÃO DO CNJ

A operação contra o suposto esquema de venda de decisões judiciais, operado pelo juiz, ocorre nas vésperas da inspeção que o Conselho Nacional de Justiça fará no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A partir da próxima segunda-feira, os técnicos e inspetores do CNJ, ficarão toda a semana analisando a atuação judicial, extrajudicial e administrativa da corte sul-mato-grossense. 

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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