Polícia

MANDADO DE SEGURANÇA

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Guardas presos na Omertà tentam reverter remoção para outros presídios

Acusados foram transferidos para o interior durante plantão Judiciário

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Os cinco guardas municipais suspeitos de ligação com Jamil Name foram transferidos em dezembro, do Centro de Triagem Anízio Lima, de Campo Grande, para outros presídios do interior do Mato Grosso do Sul. Agora eles tentam, via mandado de segurança, reverter a mudança. 

Extraoficialmente, a transferência teria se dado em razão de um suposto plano de fuga  interceptado pelo serviço de inteligência penitenciária. Eles estão presos em decorrência da Operação Omertà, realizada em setembro último, e que apura a existência de organização criminosa ligada a vários crimes ocorridos na Capital, inclusive de pistolagem e milícia armada.

A defesa de Igor Cunha de Souza, Rafael Carmo Peixoto Ribeiro, Alcinei Arantes da Silva, Eronaldo Vieira da Silva e Robert Vitor Kopetski, questiona na Justiça a decisão do presidente em substituição da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), que no dia 21 de dezembro removeu os guardas do CT do Jardim Noroeste para outras unidades do interior. Os advogados deles alegam que a medida foi arbitrária.

Igor e Eronaldo foram levados para a Penitenciária Estadual de Dourados (PED); Alcinei, Rafael  e Kopetski  foram encaminhados para o Presídio de Naviraí. Conforme a defesa, a transferência ocorreu sem qualquer informação aos advogados, aos detentos e sem informação ao juízo criminal que acompanha as prisões cautelares. 

Defesa alega aidna que há risco à integrante dos custodiais e lesão contínua dos mesmos de ter o convívio familiar no bojo do cumprimento da medida de prisão temporário, que foi afetado pela transferência, além de dividirem celas com presos comuns, o que não poderia ocorrer devido ao cargo que ocupam e ao fato de serem presos provisórios.

No mandado de segurança, os advogados pedem que os detentos sejam trazidos de volta ao Centro de Triagem ou mesmo a uma outra unidade penal localizada em Campo Grande, além da concessão de ordem para que seja garantida a prisão em separado dos guardas de outros presos comuns e confirmação de ordem para manter os acusados, enquanto durar a prisão cautelar, em custódia em qualquer unidade penal da Capital.

OUTROS

Segundo as informações, outros suspeitos de ligações com a organizaçãoi criminosa que teria Jamil Name como líder, também teriam sido transferedidos. O hacker e técnico em informática Eurico dos Santos Motta foi levado para a Penitenciária de Segurança Média de Coxim. Euzébio de Jesus Araújo, apontado como segurança da família Name, foi transferido para a  Penitenciária Estadual de Dourados no dia 27 de dezembro.

Jamil Name está sob custódia do Ministério da Justiça, em isolamento, no Presídio Federal de Mossoró (RN). Alegando idade avançada (80 anos) e saúde debilitada, ele já teve vários pedidos de prisão domiciliar negados pela Justiça, tanto no Mato Grosso do Sul, quanto em Brasília, no Superior Tribunal de Justiça. Na última semana ele sofreu uma derrota inicial no Supremo Tribunal Federal, onde o ministro Dias Tóffoli não viu urgência na apreciação de seu pedido, que foi distribuído ao ministro Luiz Fux para posterior decisão. 

Também estão presos em Mossoró, Jamil Name Filho e os policiais civis Vladenilson Olmedo e Márcio Cavalcanti. Um outro guarda municipal, Marcelo Rios, está no Presídio Federal de Campo Grande. Ele foi detido com um arsenal que seria de propriedade dos Name.

RONNIE-LESSA

Infiltrado de Brazão no PSOL superdimensionou atuação de Marielle contra milícias, diz Lessa

Laerte Silva de Lima se filiou ao partido da vereadora 20 dias após o segundo turno das eleições de 2016, a mando de Domingos, afirmou Lessa

24/03/2024 19h34

(esq) Laerte Silva de Lima e Ronnie Lessa (dir) Imagem Reprodução

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Domingos Brazão passou a acreditar que a vereadora Marielle Franco tinha a intenção de prejudicar interesses da milícia após informações repassadas por um infiltrado que teria sido colocado no PSOL, disse Ronnie Lessa em sua delação, segundo a Polícia Federal.

 

Imagem Reprodução / Laerte Silva de Lima

Laerte Silva de Lima se filiou ao partido da vereadora 20 dias após o segundo turno das eleições de 2016, a mando de Domingos, afirmou Lessa. O ex-policial está preso acusado de ser o responsável pelos tiros que atingiram a parlamentar.


Não há informações, nos documentos, de como teria sido a aproximação de Laerte com Marielle, fora sua filiação ao partido.

O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Domingos Brazão foi preso neste domingo (24), assim como seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil.

Os três são suspeitos de mandar assassinar Marielle e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves, em março de 2018.
Em conversa com jornalistas do lado de fora da sede da PF (Polícia Federal) no Rio, o advogado Ubiratan Guedes, responsável pela defesa de Domingos Brazão, afirma que o conselheiro do TCE não conhecia Marielle e é inocente.

Lessa relatou que a primeira reunião com os irmãos Brazão ocorreu por volta de setembro de 2017, quando foi acertado o assassinato de Marielle. Nessa ocasião, ele teria ouvido a motivação para o crime.

"Ronnie Lessa ouviu de Domingos Brazão que o infiltrado Laerte teria levantado que Marielle pediu para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia", diz a Polícia Federal, em trecho reproduzido na decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão do trio neste domingo.
Laerte foi preso em 2019 com outros suspeitos de integrarem grupo miliciano responsável pela exploração de serviços e cobranças na localidade de Rio das Pedras. Ele foi condenado a sete anos de prisão por organização criminosa —no processo, sua defesa nega envolvimento.

Rio das Pedras é o berço da milícia no Rio de Janeiro e área na qual a família Brazão "é eleitoralmente soberana", diz a PF.

As informações repassadas por Laerte a Domingos, segundo Lessa, narravam que Marielle tinha um interesse especial em combater a milícia nas áreas de sua influência.

A Polícia Federal não descarta a possibilidade de o infiltrado ter inventado informações. Nas palavras de Lessa, Laerte teria "enfeitado o pavão".

"Então, mencionou-se que, por conta de alguma animosidade, haveria um interesse especial da vereadora em efetuar este combate nas áreas de influência dos Brazão, dado que seria oriundo das ações de infiltração de Laerte. Nesse momento, ponderou-se a possibilidade de que este poderia ter sobrevalorizado ou, até mesmo, inventado informações para prestar contas de sua atuação como infiltrado", ressalta a PF.

Em sua delação, Lessa disse que Laerte teria levado "os irmãos ao equivocado superdimensionamento das ações políticas de Marielle Franco nesta seara", acrescentaram os investigadores.

Ainda de acordo com Lessa, Laerte monitorava a vereadora. Teria sido de um terminal telefônico dele que o paradeiro da vereadora no dia em que morreu foi passado aos assassinos.

"De acordo com Ronnie Lessa, naquela oportunidade, por volta do meio-dia, ele recebeu uma ligação de Macalé, por meio da qual ele revelou que recebera uma ligação oriunda do terminal vinculado a Laerte. Todavia, ao atender o telefone, Macalé se surpreendeu ao constatar que o interlocutor, na verdade, era Ronald Paulo Alves Pereira, vulgo Major Ronald. Em que pese isso, Macalé indicou a Lessa que Ronald lhe passara a informação de que na noite daquele dia haveria o evento na Casa das Pretas e que Marielle Franco estaria presente."

O major Ronald também foi preso por envolvimento com milícia, na mesma ação em que Laerte foi detido. Ele foi condenado em outubro de 2022 a 76 anos por homicídio e ocultação de cadáver. Atualmente, continua preso suspeito de ser uma das lideranças da milícia da Muzema.

Já Macalé, morto em 2021, é apontado como quem teria chamado Lessa para matar a vereadora.

A advogada Thalita Mesquita, que representa o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, disse que ele nega qualquer envolvimento com o crime. "A defesa tem certeza da inocência dele."

Os representantes de Chiquinho Brazão também foram procurados pela reportagem, mas ainda não se manifestaram.

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Polícia

Advogado disparou contra bloqueio bolsonarista foge de presídio Militar em Campo Grande

Preso por violência doméstica, Bhenhur Rodrigo ficou conhecido em 2022, após tentar furar um bloqueio na BR-060 de manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições; ele chegou a puxar a arma e disparar para o alto

24/03/2024 17h45

Segundo relato da polícia Militar, na última sexta-feira (24), em torno de 12h30, no momento da distribuição das marmitas aos internos Reprodução Redes Sociais

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O avdogado criminalista Bhenhur Rodrigo Breciani, de 36 anos, conhecido por ter tentando furar um bloqueio na BR-060 e efetuar disparos contra manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições de 2022, fugiu do presídio Militar, em Campo Grande.

Segundo relato da polícia Militar, na última sexta-feira (24), em torno de 12h30, no momento da distribuição das marmitas aos internos, deram falta do advogado que está preso desde fevereiro deste ano por violência doméstica. 

Após ter sido ameaçada de morte, a ex-companheira denunciou Bhenhur que foi preso, no dia 23 de fevereiro, tentando invadir a casa dela em Ponta Porã. 

O boletim de ocorrência da fuga foi registrado por um militar que estava de plantão quando o advogado desapareceu. A polícia está investigando a fuga e buscas estão sendo feitas para recapturar o foragido. 

Disparos

No dia 31 de outubro de 2022, Bhenhur foi preso pela Polícia Rodoviária Federal quando tentou furar um bloqueio de manifestantes descontentes com o resultado das eleições que deram vitória ao presidente Lula (PT). Na ocasião ele avançou com o carro e chegou a dar tiros para o alto.

O advogado criminalista que tentava seguir pela MS-060 em Sidrolândia disse que estava a caminho de Campo Grande para trabalhar e apesar de ser de direita era contrário ao bloqueio e estava apenas tentando usufruir do seu direito de ir e vir.

A mensagem foi dita por meio de um vídeo que o advogado publicou em suas redes sociais para expor a sua versão do ocorrido. Na gravação disse que se viu "obrigado a reagir" já que os manifestantes, segundo relatou, teriam investido contra o veículo que ele conduzia.

 

"Me vi obrigado a reagir, pois os manifestantes investiram contra mim, contra minha integridade física, contra minha vida e para preservar minha vida utilizei minha arma de fogo. Não feri ninguém e só quis me defender. Eu tentei passar a barreira e o pessoal começou a jogar coisas no meu carro e, ao mesmo tempo, um pessoal veio em direção e tentou abrir a porta do carro para me retirar de lá. Se eles tivessem consigo me pegar, com certeza eles iriam me agredir, me espancar ou até me matar”, disse.

Veja o vídeo

 

 

 

 

A reportagem tentou contatar o advogado de Bhenhur Rodrigo Breciani, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.

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