Comunicar o desaparecimento o mais rápido possível e falar a verdade para a polícia durante a investigação são duas decisões que podem mudar o destino de quem se perdeu, foi sequestrado ou fugiu de casa. Uma realidade de 1.592 pessoas, que segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, desapareceram em Mato Grosso do Sul em 2018, uma média de quatro casos por dia.
Segundo a especialista em localização de desaparecidos, a investigadora Maria Campos, da 5ª DP, o melhor caminho é sempre falar a verdade durante o registro do boletim de ocorrência. “A falta da verdade pode custar a vida da pessoa, principalmente em um estado de fronteira como o nosso”, alerta.
Outro ponto importante é comunicar a polícia o quanto antes. “A família não precisa esperar 24 horas ou mais para registrar o desaparecimento, quanto mais rápido o fato for comunicado, mais rápida poderá ser a localização do desaparecido”, garante o delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, João Reis Belo.
Durante o boletim de ocorrência, quem procura alguém deve fornecer diversos dados para à polícia, que incluem não só as características físicas, mas também fotografias recentes da vítima, os registros escolares e informações sobre amizades e telefones de pessoas próximas.
Queda
Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que em 2017, 82.684 pessoas desapareceram em todo o Brasil, o que representa um aumento de 15,16% em relação a 2016, quando 71.796 pessoas saíram de suas casas e não voltaram mais. Conforme os números, todos os dias 226 pessoas desaparecem no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, o número de pessoas desaparecidas teve uma pequena queda entre os anos de 2018 e 2019. Nos meses de janeiro e outubro deste ano foram computados 1.246 registros de desaparecimento, 5,6% a menos que em 2018.
Classificação
Os desaparecimentos são classificados de três formas: voluntário (fuga do lar por desentendimentos familiares, violência doméstica ou outras formas de abuso dentro de casa), involuntário (afastamento do cotidiano por um evento sobre o qual não se possui controle, como acidentes ou desastres naturais) e forçado (sequestros realizados por civis ou agentes de Estados autoritários).
Em Campo Grande há um setor de desaparecidos na Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), que funciona no prédio do Cepol, no Tiradentes, mas o boletim de ocorrência pode ser registrado em qualquer delegacia.