Escrivão da Polícia Civil, Rafael Grandini Salles, 35 anos, foi preso por tráfico de drogas, depois que policiais encontraram aproximadamente meio quilo de cocaína em residência, durante cumprimento de busca e apreensão expedido no âmbito da Operação Omertà.
Mandado foi cumprido por investigadores da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, no endereço dos policiais civis Elvis Elir Camargo Lima e Frederico Maldonado, em Ponta Porã. Na casa, foi encontrada a cocaína, que foi atribuída ao escrivão, que era lotado na 1ª Delegacia do município.
Conforme informações, a residência era uma espécie de república, onde moravam policiais de outras cidades, mas que trabalhavam em Ponta Porã.
Rafael Grandini Salles foi preso em Terenos e encaminhado até a sede do Garras, na Capital, onde prestou depoimento. El permanece preso em flagrante.
ENVOLVIMENTO DE POLICIAIS
Força-tarefa encabeçada pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro (Garras) também investiga a participação de um delegado da Polícia Civil na milícia armada supostamente comandada por Jamil Name e Jamil Name Filho.
Entre investigados e presos ligados à segurança pública, estão guardas municipais, policiais civis e agente da Polícia Federal, além de um militar da reserva.
Procurado para falar sobre o assunto, o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Marcelo Vargas, preferiu não dar detalhes sobre o assunto e disse que as apurações correm em sigilo. Entre os presos, estão os policiais Vladenilson Daniel Olmedo e Márcio Cavalcanti da Silva, que estariam vinculados diretamente ao núcleo. Os dois estão isolados no Presídio federal de Mossoró (RN), a exemplo dos Name.
Marcelo Vargas admitiu que existem mais agentes dos quais o envolvimento é alvo de apuração, mas não detalhou quantos.
MILÍCIA
A existência de uma milícia armada passou a ser considerada em maio deste ano, quando o guarda municipal Marcelo Rios foi preso com um arsenal de armas de grosso calibre, em casa que seria de propriedade dos Name.
Em setembro, o Gaeco e o Garras realizaram a Operação Omertà, em que, entre outros suspeitos, tiveram a prisão preventiva decretada Jamil e Jamil Name Filho, que, após várias tentativas de derrubar as ordens de prisão, estão em presídio federal.