Em julgamento realizado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) nesta tarde de terça-feira (7), foi negado o pedido de prisão de Jerson Domingos, ex-presidente da Assembleia Legislativa e atualmente conselheiro do Tribunal de Contas. O pedido foi feito pelo Ministério Público e negado por unanimidade.
Contudo, a liberdade de Jerson deve acontecer sob algumas condições, como comparecer mensalmente ao Fórum de Campo Grande e manter distância de outros investigados - o que inclui seu cunhado, Jamil Name e seu sobrinho Jamil Name Filho.
Jerson chegou a ser detido no dia em que Gaeco e Garras eclodiram em Campo Grande e em algumas cidades do interior do Estado a terceira fase da operação Omertà, denominada Armagedon. O motivo seria uma suposta ligação de Jerson com a organização criminosa a qual a operação aponta seu cunhado, Jamil Name, como chefe.
O conselheiro estava em sua fazenda, na cidade de Rio Negro, quando recebeu a notícia do mandado de prisão. As equipes do Garras e do Gaeco chegaram ir ao local, mas ainda assim ele pode vir para Campo Grande dirigindo sua própria camionete, se apresentando no início da tarde na sede do Garras.
De lá, ele foi transferido para o complexo penal do Jardim Noroeste, ficando na cela 17 do Centro de Triagem, espaço conhecido por abrigar políticos e demais poderosos presos em operações contra a corrupção em Mato Grosso do Sul - como aconteceu André Puccinelli e Edson Giroto. Porém, logo ele foi solto, por decisão do Tribunal de Justiça.
"Garantiu-se a liberdade a quem não merecia voltar para o cárcere, ambiente desumano e degradante", frisa o responsável pela defesa de Jerson, o advogado André Borges. Votaram os desembargadores Gonzaga Marques e José Ale Ahmad Netto, além do relator Ruy Celso Florence. O processo tramitou em sigilo.
Delegado segue preso
Também nesta tarde foi julgado o primeiro pedido de habeas corpus do delegado Márcio Obara Shiro, preso na mesma operação e indicado por Gaeco e Garras por atrapalhar investigações que poderiam levar aos autores de crimes no Estado enquanto ele foi titular da Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios.
Obara também é apontado como recebedor de propina de R$ 100 mil. Ele é defendido pelo advogado Ronaldo Franco, que usa como estratégia a impetração de dois habeas corpus, um de cada vez, já que além da prisão por suposta ligação com organização criminosa, ele está preso por portar irregularmente armas em sua casa, inclusive um fuzil.
Hoje, foi julgado o primeiro habeas corpus, referente à organização criminosa. Contudo, ele deve um dos desembargadores pediu vistas e o resultado foi adiado para, pelo menos, a próxima semana. De acordo com Franco, após o resultado dessa ação, a qual ele crê ter desfecho positivo para o delegado, ele entrará com o outro habeas corpus.