Polícia

VEJA O VÍDEO

Abordagem na Afonso Pena termina com bate-boca entre PM e Guarda

Comandante do Centro diz que houve ameaças a suspeitos

RAFAEL RIBEIRO E BRUNA AQUINO

18/09/2019 - 10h27
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Uma abordagem a dois suspeitos de furto de fios das obras do Reviva Centro terminou em confusão entre Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana na noite do último sábado (14), na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, na região central.

O caso envolveu o comandante da PM no Centro da Capital, tenente-coronel Claudemir de Melo Domingos. Segundo registro da ocorrência feito na Depac do Centro, ele alegou que estava à paisana (com roupas civis) quando observou uma equipe da Guarda abordar dois jovens, de 37 e 21 anos, que estavam no canteiro central da Afonso Pena.

Ainda de acordo com o relato do tenente-coronel no BO, a ação da corporação municipal durou mais de 15 minutos e foi agressiva. Ele relata que os dois abordados foram ameaçados, de que "seriam baleados na perna se fossem visto no Centro" e apanhariam, pois seria proibido pedir dinheiro a motoristas nos semáforos da via.

Domingos apontou que se dirigiu até a equipe, que lhe recebeu de maneira hostil mesmo tendo se identificado e questionou o motivo da abordagem, "já que ambos não estavam fazendo nada de errado." Ainda criticou o fato dos suspeitos estarem em uma abordagem de 15 minutos se nada de errado foi de fato presenciado. Os guardas responderam que ambos tinham as mesmas características passadas por testemunhas que teriam flagrado furto de fios na área. Foi o estopim da crise. 

Diante da discussão gerada entre as partes, o comandante da PM  e os guardas foram levados à delegacia, após Domingos solicitar apoio de tropas de elite, como o Choque, e dar voz de prisao aos presentes. Em seu relato, guardas chergaram a sacar armas para tentar intimidá-lo, além de viaturas da corporação municipal chegarem em alta velocidade e freando bruscamente.

O caso foi registrado como ameaça, usurpação de função pública, exercício arbitrário de atividade e abuso de autoridade. Como prova, Domingos anexou imagens gravadas de seu celular do momento da abordagem. 


 

Também foram incluidas imagens gravadas pelos guardas. Uma delas, inclusive, foi divulgada a jornalistas na manhã desta quarta-feira (18), que mostra instantes do bate-boca entre o tenente-coronel, Pms e GCMs em plena via mais importante da cidade, com grande número de viaturas, dando a impressão de que algum crime de grande repercussão teria acontecido (veja abaixo).

Por enquanto, as corregedorias da PM e da Guarda dizem que vão investigar o caso.

Por telefone ao Correio do Estado, o comandante da PM no Centro diz que esperaria o desenrolar dos fatos e até para divulgar as imagens que gravou na ação. "Eu vou esperar a Guarda Municipal por meio do Valério (Azambuja, secretário municipal da Segurança) se pronunciar sobre isso, quero ver a mentira que ele vai falar, depois eu entro falando a verdade, porque ela é pesada, vou me pronunciar só depois sobre isso", disse.

A reportagem apurou com oficiais da PM que Domingos e outros policiais do serviço reservado, que atuam sem farda, investigavam justamente abordagens ostensivas ocorridas com moradores de rua no Centro da Capital. Há relatos de agressões em plena Afonso Pena, que chocaram pessoas que passavam pelo local.

"As fardas são parecidas, para a população em geral, PM e Guarda é tudo a mesma coisa. Precisávamos tirar essa história a limpo", disse um dos policiais ouvidos. Segundo ele, todo o material investigado será levado à Pasta municipal.

Ainda nesta manhã, a Guarda se manifestou por meio de Hudson Pereira Bonfim,  presidente do sindicato da Guarda Civil Metropolitana, falou sobre o assunto ao lado dos agentes envolvidos no caso. "Ele parou o veículo, inclusive tem vídeos, atravessa a rua, chega fala que está tudo errado e dá voz de prisão para os guardas. Chegou e nem se inteirou dos fatos, não sabia o que estava acontecendo, segundo ele relata que estava fazendo fiscalização porque policiais faziam abuso de autoridade, não compete a ele, quem faz fiscalização é o Ministério Público e a Corregedoria, então assim totalmente desatualizado do sistema jurídico atual hoje, principalmente no que toca a Guarda Civil, é uma aberração jurídica total", disse.

A assessoria de imprensa da Guarda informou que o secretário Municipal de Segurança, Valério Azambuja, vai se pronunciar por meio de nota.


VEJA O VÍDEO DIVULGADO POR GUARDAS CIVIS:

Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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