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Venildo Trevizan: "Chamados a viver"

Frei

Redação

16/12/2017 - 02h00
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O viver é um aprendizado permanente. A pessoa não escolhe de quem nascer, nem onde nascer e nem como nascer. Não escolhe a cor dos olhos, o sexo e a nação. Ao nascer, inicia uma trajetória de descobertas e de aprendizados. Tudo deverá ser aprendido e selecionado com o passar do tempo. 

Essa seleção será feita de acordo com a capacidade adquirida mediante a convivência com as demais pessoas e junto aos acontecimentos que vão definindo a maneira e os meios de construir a história pessoal.

É preciso entender que ninguém nasce sabendo. Tudo deverá ser aprendido. A inteligência necessitará de exercícios constantes para poder definir atitudes a serem assumidas e conceitos a serem elaborados.

Algo maravilhoso vai acontecendo na medida das descobertas. Assim, o encanto será uma parte decisiva perante essas descobertas, pois permitirá situar-se nesse universo de belezas e de grandezas semeadas pelas mãos generosas do Criador.

Não só ele (Deus), mas o próprio ser humano vai assumindo essa arte de também criar algo que o engrandeça e recompense seus sonhos de artista. Desta forma, ele se tornará o artífice do próprio viver.

Não poderá esquecer a verdade de que todo o ser humano navega em meio à diversidade de opções e de oportunidades. Deverá aprender a escolher. Deverá chegar ao ponto em que tudo passará pelo crivo da escolha. E a escolha exigirá renúncia e aceitação. Renúncia de algo que queira interferir. E escolha daquilo que garantirá a segurança necessária para a opção tomada.

Assim, cada ser humano vai caminhando em seu caminho. O caminho é o jeito nobre de construir os valores necessários para definir sua personalidade. E essa precisará ser forte para não se deixar aprisionar pelas dúvidas ou pelas inseguranças, terá a missão de diferenciar-se dos demais para ser única e original.

Não poderá esquecer que se encontra em permanente aprendizado. Quanto mais avançar em conhecimentos, tanto mais deverá ter a humildade de aceitar as diferenças intelectuais. Quanto mais avançar em idade, tanto mais deverá ter a sabedoria de ocupar alegremente o espaço que lhe for proporcionado e as atividades que lhe forem permitidas.

Algo muito importante precisa ser lembrado: o cuidado com o envelhecimento do corpo não poderá interferir no espírito. O espírito precisará ser alimentado com bons pensamentos, com atitudes saudáveis e com gestos amáveis.

Nada a lamentar. Em nada desanimar. Tudo respeitar. O possível trabalhar. O permitido amar. E em tudo louvar. Sempre abençoar. As fraquezas perdoar. As necessidades selecionar. As esperanças sonhar. Na dor, louvar. Tudo o que for belo, puro e engrandecedor, abraçar. E a vida plenificar.

Esse sonho de plenitude deverá estar sempre vivo na mente e no coração, seja qual for a idade ou as condições em que se encontra. Afinal, a vida não tem fim. Quanto mais for feito para torná-la saudável, tanto mais a convivência será amável.

O belo e o grandioso estarão sempre vivos nos gestos e nas atitudes de quem se orgulha em fazer parte dessa humanidade, obra admirável de Deus.