Muitos e variados são os caminhos que se apresentam na vida de cada um. Uns já existem. Outros precisam ser construídos. Não existem. Cada qual precisará desdobrar-se para abri-los e construí-los. Não adianta sonhar que estejam de acordo com os desejos.
Cada ser humano faz parte de uma história e de um jeito de encarar sonhos, esperanças e desejos. Todos buscam caminhos. Nem todos os mesmos. São caminhos que podem levar à felicidade. Podem ser caminhos de muitas e perigosas curvas e inúmeros obstáculos. Podem ser estreitos e escuros. Todos exigem prudência, atenção e habilidade.
Não poderá aventurar. Não poderá imaginar que tudo será fácil e favorável aos anseios de felicidade e de tranquilidade. Será sempre necessário contar com os imprevistos e com as surpresas nem sempre favoráveis. Muitas vezes será necessário parar no meio do caminho e examinar com calma a situação em que se encontra e qual seria o melhor para prosseguir.
Não são raros aqueles e aquelas que imaginam tudo fácil, tudo favorável. A calma e a prudência não fazem mal a ninguém. É bom manter a mente sempre lúcida, o olhar sereno e os passos firmes. É sempre bom saber que o caminho se percorre passo a passo, e não aos saltos.
O Mestre dos mestres adverte sabiamente a todos quantos desejam alcançar objetivos preciosos em suas buscas. Quando alguns lhe perguntaram se seria fácil ou difícil a salvação, ele respondeu: “Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc.13,22-23).
O Mestre deixa claro que os valores intelectuais e espirituais só se alcançam mediante esforço consciente e bem trabalhado. O caminho e a porta que levam ao mal são largos e prazerosos. Os que conduzem à virtude são estreitos e penosos. Exigem exercício diário de purificação e conversão. Exigem vigilância e atenção.
Para alcançar a sabedoria dos justos, será preciso construir o caminho a partir da humildade e da simplicidade do coração. Um coração acolhedor e honrado. Um coração do qual brotam sentimentos de partilha e de solidariedade, de carinho e de bondade, de alegria e de generosidade.
São essas as pessoas desprendidas de seus interesses materiais e até espirituais, que deixam por onde passam sinais de santidade e de comunhão íntima com Deus. Não pensam e nem buscam elogios. Tudo quanto transmitem e realizam o fazem por sentirem em si o desejo de tudo realizar como gesto de amor e como atitude de gratidão.
Assim é a vida nesse planeta terra. Nele, há lugar para os egoístas e para os generosos, para os injustos e para os justos, para os pagãos e para os cristãos, para os pecadores e para os santos, para os maus e para os bons.
Todos têm seus objetivos e sua maneira de pensar, de agir e de ser. Não precisam de colaboradores. Consideram-se autossuficientes. Assim inúmeros pensam.
Mas é bom saber que tudo isso são realidades cultivadas de acordo com a capacidade pessoal. E mais: cada qual possui dons criativos, mas também fraquezas e limitações. Serão eternamente necessitados de apoio e de ajuda para construir seu caminho.