Neste fim de semana, nós, que amamos viver, fazemos memória dos que nos precederam nesse mundo. Não são apenas lembranças e saudades. São principalmente atitudes de respeito por aquilo que realizaram; e de reverência por aquilo que nos deixaram como herança. São pontos de apoio e sinais de alerta para construir uma vida honrada e que mereça recompensa de Deus.
Esses antepassados podem ser vistos ainda como luzeiros iluminando caminhos e possibilitando estratégias de como seria o melhor jeito de usar os talentos concedidos em vista de projetos e sonhos que conseguiram realizar, ou que não conseguiram concretizar. Sejam quem forem, eles são merecedores de nosso respeito e de nossa gratidão.
Estamos vivos! E bem vivos! Dia cinco deste mês estarei celebrando oitenta anos de vida bem vivida. Estarei celebrando sessenta anos de vida religiosa, cinquenta e dois anos de sacerdócio e mais de trinta anos de colaboração com o jornal Correio do Estado, publicando artigos de cunho religioso e de motivação para reflexão sobre como cultivar valores, virtudes e talentos. Uma existência de muitas conquistas e muito aprendizado.
Hoje, a vida continua com suas limitações e suas possibilidades. Trazemos uma bagagem farta em conhecimentos, em lutas e em ricas experiências no campo intelectual e também no campo espiritual. Somos seres humanos desafiados constantemente a apresentar algo melhor do que já existe, seja no relacionamento com os humanos, seja com o próprio Deus.
Nós, como figuras dessa geração, no passado éramos livres no ir e vir. Fazíamos o que queríamos. Hoje, fazemos o que nos for possibilitado pela idade e pelas circunstancias. Não temos tudo o que queremos, mas amamos aquilo que temos. Estamos felizes por chegar e viver o tempo presente como conquista permanente de nosso otimismo e de nossa fé.
Não temos motivos para viver tristes ou deprimidos. Pelo contrário, somos felizes por estar chegando onde estamos e como estamos. Estamos conscientes de que as limitações físicas e as dores são consequências de uma caminhada vitoriosa. Somos contentes com o que temos. Sentimo-nos realizados com aquilo que nos é possibilitado.
Continuamos alimentando sonhos. Lamentamos tantos jovens que morrem novos. Não lhes é dado saborear o prazer de uma vida longa com tantas maravilhas. O entusiasmo nos acompanha e nos incentiva a viver. O otimismo é permanente luzeiro em nosso pensar e agir. A alegria alimenta nosso olhar e nosso sorrir.
Não existe tristeza, pois ela só produz azedume, mau cheiro e mau humor. Somos obras das mãos do Criador. Nada nos impedirá de cultivar essa intimidade com Deus. Nascemos, crescemos e vivemos como um belo milagre do amor. Amamos esse amor e vivemos esse viver.
Não temos medo das dificuldades. Elas nos educam na paciência e na perseverança. Elas nos estimulam a cultivar a humildade, em reconhecer as limitações e em apostar na esperança. Sentimo-nos chamados para a plenitude. Nascemos para ser vitoriosos. Nossa vida está nas mãos de Deus. É sempre bom sonhar com Deus.